Moto que fica em pé sozinha: veja evolução do Honda Riding Assist
Riding Assist 2.0 avança e agora permite até manobras mais complexas em baixa velocidade sem desequilibrar
Em janeiro de 2017, a Honda aproveitou a maior feira de tecnologia do mundo para mostrar o protótipo de uma moto que fica em pé sozinha. Chamou muito a atenção porque a moto aparecia sozinha, sem piloto, se equilibrando.
O conceito tinha até mesmo uma função “siga-me”, que literalmente, fazia a moto seguir uma pessoa após o acionamento de um botão, como um animal de estimação. É basicamente o mesmo conceito dos carros autônomos ou com sistemas capazes de estacionarem sozinhos ou retornarem ao motorista, também sozinhos. No caso das motos é ainda mais interessante, porque obviamente, é preciso que ela consiga se equilibrar.
Naquele primeiro conceito, a moto era capaz de andar a uma velocidade muito baixa, de cerca de 5 km/h, mas o mais importante, conseguia se equilibrar parada. No fim de 2017, a Honda mostrou um outro conceito no Salão de Tóquio utilizando a mesma tecnologia, mas utilizando o protótipo de uma moto elétrica.
Chamada de Honda Riding Assist-e, a motocicleta experimental também tinha a exclusiva tecnologia de controle de equilíbrio, que segundo a Honda, foi desenvolvida por meio de sua pesquisa com robôs humanóides.
A marca japonesa explicou que a motocicleta se equilibra automaticamente usando um mecanismo de assistência derivado da tecnologia robótica, para situações de velocidade ultrabaixa que exigem atenção do motociclista para o equilíbrio, como engarrafamentos ou partidas e paradas.
Galeria: Honda Ride Assist-e
Riding Assist-e, como indica o E final no nome, era impulsionada por um motor elétrico e está nos planos para marca que fazem parte da visão da Honda para 2030 de “desfrutar da liberdade de mobilidade” e “uma sociedade livre de carbono”.
Passados 5 anos desde sua primeira versão, a Honda revela agora a nova geração de seu projeto, o Riding Assist 2.0. Para mostrar na prática que realmente evoluiu, a Honda usou o modelo NM4 Vultus, uma moto bem maior e com uma pegada futurista que já foi até usada pela Scarlet Johansen no filme A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell.
O Riding Assist 2.0 utiliza um sistema de braço oscilante independente (estrategicamente não especificado) para equilibrar a moto em baixa velocidade ou quando estiver parada.
Relembrando, o sistema Riding Assist de primeira geração de 2017 foi mostrado em uma NC 750S, o que fazia muito sentido, pois mostrava bem a modulação do ângulo do garfo dianteiro para alcançar o equilíbrio em baixa velocidade.
A NM4 Vultus, usada agora é uma moto maior e mais pesada. Estrategicamente, também tem um design que mostra bem o funcionamento desse braço oscilante independente.
No vídeo divulgado pela Honda, vemos um piloto sentado confortavelmente na moto, sem usar mãos para manter o equilíbrio ou os pés para dar apoio. Não tem nada em nenhum dos lados, nenhum tipo de suporte.
A Honda também mostra que a evolução do sistema durante a pilotagem da moto, ainda que em baixa velocidade, mas mostrando manobras complicadas em baixa sem usar o freio, como se estivesse fazendo o número oito, por exemplo.
Em todas as manobras de baixa e quase nenhuma velocidade, a moto nunca parece estar em perigo de tombar em qualquer direção. Quando está completamente parada, continua completamente estável. O piloto pode montar e desmontar com facilidade e confiança, à vontade.
A Honda não avançou em detalhes sobre possíveis configurações que permitiriam a um motociclista ativar ou desativar esse sistema.
Para novos ciclistas, ciclistas com deficiência e outros que podem ter dificuldade em se equilibrar, um sistema como esse pode ser uma maneira útil de levá-los em duas rodas.
Galeria: Honda NM4 Vultus com Riding Assist 2.0
A adaptabilidade aos níveis de habilidade e circunstâncias do piloto parece ser a chave para qualquer implementação bem-sucedida em uma bicicleta de produção.
Outro ponto que nem ao menos foi citado pela Honda: seria este sistema o embrião de uma moto autônoma? Num cenário perfeito, como nos carros, não precisaria da intervenção humana para ser conduzida. Basta subir e ir.
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