Há alguns anos, as fabricantess encontraram uma boa receita para economizar e otimizar suas linhas de montagem. As plataformas modulares deram uma mesma base, que pode mudar em alguns pontos específicos, como dimensões e preparação para equipamentos, para diversos modelos diferentes, atendendo segmentos e até públicos bastante distintos.
É comum marcas compartilharem a mesma plataforma. Seja por fazer parte do mesmo grupo ou por alguma parceria de desenvolvimento, modelos premium podem estar sobre a mesma base de um carro consideravelmente mais barato. Há também as plataformas específicas para carros elétricos, mas que abordaremos em uma reportagem separada em breve. Aqui, vamos falar sobre as principais plataformas modulares em geral.
A Cluster Architeture foi apresentada em 2015 e fez sua estreia no Série 7. Para o sedã topo de linha, seu diferencial é o uso de fibra de carbono, o que não acontece nos modelos inferiores. Ainda é utilizada pelos Série 3 e 5, além dos SUVs X3, X4, X5, X6 e X7. Avançada, já se preparava para a eletrificação e hoje permite o uso para modelos 100% elétricos, como o i4 e o iX, que serão vendidos no Brasil em 2022. É a base para carros com tração traseira ou integral no grupo BMW, com motores longitudinais.
O grupo BMW projetou a UKL como a base de modelos compactos, menores, principalmente da Mini. Apareceu na geração F56 do Cooper, em 2014, na versão UKL1. Também em 2014, nasce a UKL2, que criou a polêmica do primeiro BMW com tração dianteira, o Série 2 Active Tourer e que depois foi para o X1, Série 1 e para o Mini Countryman. É a base dos modelos mais baratos da marca, com tração dianteira ou integral e motor transversal.
A atual geração do Ford Focus, vendida na Europa, foi o primeiro modelo a ter uma nova base, a C2, em 2018. É destinada a modelos mais caros e maiores, com a possibilidade de uso da suspensão traseira multilink e sistemas de tração integral. Bronco Sport, Escape e a picape Maverick são modelos que a usam, inclusive em versões eletrificadas.
É a plataforma utilizada para modelos médios da GM. No Brasil, a conhecemos atualmente pelo Cruze e Cruze Sport6 e o SUV Equinox. Era a base de modelos da Opel, como o Astra, que já sentiu a mudança para o grupo Stellantis e começou a utilizar a EMP2. Tem uma versão de baixo custo, chamada PATAK K e desenvolvida na China.
Criada como parte do projeto Global Emerging Markets, esta plataforma foi desenvolvida em parceria com a chinesa SAIC como uma base de baixo custo. É a principal dos modelos vendidos no Brasil, presente em Onix, Onix Plus e Tracker e se preparando para a picape Montana e um futuro Tracker Coupé. É datada de 2016, apesar da estreia por aqui em 2019.
Uma das mais utilizadas pelo grupo britânico, a D7 tem suas variações dependendo do modelo a usá-la. Vai da D7a do Jaguar F-Pace, por exemplo, passa pela D7u do Land Rover Discovery até a D7x, exclusiva para o Defender.
Mais moderna e para modelos menores, a PTA está na segunda geração do Evoque e do Discovery Sport, além do Jaguar E-Pace. Já permite a eletrificação e substituiu a D8, ainda de uma geração vinda da época Ford do grupo.
Mais nova base da Jaguar Land Rover, pode receber modelos elétricos e híbridos. A nova geração do Range Rover está sobre esta plataforma e faz a sua estreia.
A Mercedes-Benz utiliza em boa parte de seus modelos a base MRA. Nasceu em 2013 com o Classe S e se espalhou para o Classe C, Classe E, AMG-GT 4-Door e no SUV GLC. Estreou sua segunda geração em 2021, mais uma vez com o Classe S, e já está no Classe C, que chegará ao Brasil nas próximas semanas. É uma base para modelos com tração traseira ou integral.
Como a BMW, a Mercedes-Benz desenvolveu uma base para modelos compactos, de entrada. A MFA é a plataforma de modelos como o Classe A, CLA, GLA e GLB, com tração dianteira ou integral. A nova geração desses modelos usa a MFA2, uma evolução da base.
Para SUVs maiores, como o GLE e GLS, a Mercedes-Benz tem a MHA (Modular High Architeture) que, como diz o nome, é feita para este segmento. Usa uma arquitetura parecida com o a MRA, com tração traseira ou integral e motores longitudinais.
A base CMF é utilizada em grande volume pela aliança Renault/Nissan e começa a aparecer até mesmo nos novos Mitsubishi. Foi apresentada em 2013 e comporta desde um subcompacto como o Kwid (CMF-A) aos modelos maiores, como Nissan X-Trail, Mitsubishi Outlander e Renault Mégane (CMF-C/D). No Brasil, Renault e Nissan ainda usam plataformas mais antigas, como a B0 e a "V", mas deve mudar isso nos próximos anos em busca da economia em escala global, focando no uso da CMF-B, que será a arquitetura do novo Duster e do inédito Bigster.
Desenvolvida ainda na era da PSA em parceria com a chinesa Dongfeng, a CMP é a plataforma para modelos compactos, inclusive o Peugeot 208 produzido na Argentina. É amplamente utilizada pela Citroën, Peugeot e Opel na linha como o Corsa e 208, além dos SUVs 2008 e Mokka, por exemplo.
Para modelos maiores, a opção é a EMP2. Já permite o uso de suspensão independente na traseira e outras evoluções. Inicialmente utilizada pela Peugeot e Citroën em modelos como o C4 Picasso e 3008, hoje já é a base de modelos Opel como o Astra e até mesmo de modelos comerciais, como a Peugeot Expert e Citroën Jumpy.
Essa não é tão conhecida pelo nome, mas é uma das mais vendidas no Brasil. A SCCS se divide em diversos tamanhos, como a Small (era a base do Fiat Punto), Small LWB (Fiat Linea) e a mais atual, a Small Wide, dos Jeep Renegade (Wide 4x4), Fiat Toro (Wide LWB) e a Small Wide 4x4 LWB, do Compass e Commander.
A plataforma que estreou no Pulse, a MLA tem diferenças de construção para a MP1, que está no Argo. Dela, a marca poderá fazer modelos maiores e já prepara uma estreia para este ano, com seu novo SUV-cupê baseado no Pulse, além das próximas gerações do Argo e Cronos em alguns anos.
Nascida em 2015, a TNGA é a plataforma praticamente única da Toyota e Lexus. Tem diversas variações (B, C, F, K e L) que varia por porte ou segmento dos veículos. Vai desde a menor (TNGA-B), para o Yaris europeu e japonês, passa pela TNGA-C, do nosso Corolla, TNGA-F para SUVs e picapes com carroceria-chassi, a TNGA-K para sedãs grandes e vans, e a TNGA-L para carros de luxo. É uma receita parecida com a CMF, da Renault/Nissan.
Apresentada em 2012, a MQB é uma das plataformas mais populares, além de ter sido a primeira. A primeira geração foi a base dos Audi A3, VW Golf, Passat, Atlas e outros modelos do grupo. Na segunda geração, se divide entre a MQB A0, simplificada para modelos como o Polo, Audi A1 e T-Cross, além da MQB IN, ainda mais simples para mercados emergentes. A MQB A1 é mais refinada e está no Jetta e Taos, por exemplo, e a A2 vai para modelos ainda mais refinados, como Audi Q3 e Tiguan. A MQB Evo é a base dos atuais A3 e Golf.
Muitos se confundem, mas modelos do grupo VW com motores longitudinais estão sobre a plataforma MLB. Já está em sua segunda geração, a MLB Evo, em modelos como o Audi A4, Q7, e-tron, Porsche Cayenne, Lamborghini Urus e Bentley Bentayga.
Plataforma para modelos maiores da Volvo, nasce em 2015 com o XC90. Já se prepara para a eletrificação e é a base das linhas 60 e 90 da marca sueca. Também está no Polestar 1 e o Lynk & Co 09.
Para modelos menores, a Volvo tem a CMA. Basicamente para a família 40, é bastante utilizada pelas Geely e Lynk & Co em diversos modelos. É vendida no Brasil com o XC40 e, este ano, estará no C40, seu cupê.
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