Renault Sandero e Logan sobreviverão por mais 2 anos no Brasil
Segundo Luca De Meo, CEO da marca francesa, linha mudará para modelos com maior valor agregado
Globalmente, a Renault se prepara para uma grande mudança. De olho em modelos de segmentos superiores e mais lucrativos, muita coisa irá mudar nos próximos anos em diversos mercados, inclusive Brasil. E isso inclui a dupla Sandero e Logan, que viverão mais "um par de anos", mas podem atrapalhar a marca nesta estratégia.
Em passagem pelo Brasil, Luca De Meo, CEO da empresa a nível global, falou para poucos jornalistas sobre os planos da empresa. Questionado pela reportagem do Motor1.com sobre o futuro de Sandero e Logan, se limitou a dizer que Sandero e Logan sobrevivem mais "um par de anos", acompanhando o ciclo de vida do modelo, e deu a entender que uma nova geração não está nos planos.
Isso pois a dupla, apesar da importância em volume em nosso mercado, poderão atrapalhar a estratégia da marca. Na busca pelo equilíbrio entre modelos mais populares e de alto valor agregado, o Kwid deverá fazer o papel de entrada, deixando o restante para os segmentos superiores.
Embora não tenha comentado dessa vez sobre quais serão estes modelos, De Meo já disse anteriormente que o foco seria em carros com a plataforma modular CMF-B, que será a base das novas gerações de Duster e Captur. A arquitetura é preparada para receber motorizações eletrificadas e pode ser usada até para fazer modelos maiores.
Um carro que já foi confirmado para a América Latina no futuro é o SUV derivado do conceito Dacia Bigster, apresentado no início do ano como um utilitário médio acima do Duster. Quando foi revelado, De Meo comentou que o Bigster era um exemplo de como a Renault poderia se posicionar como uma marca mais refinada e se afastar da mentalidade de carros baratos e de alto volume de vendas. Esta será a estratégia da empresa a partir de agora, deixando de lado uma participação maior de mercado para vender veículos de maior valor agregado e que, consequentemente, gerem lucro.
Antes disso, a Renault havia apresentado um plano de que faria uma família inteira de carros com a arquitetura CMF-B, o que acabou descartado. Na época, falava-se sobre uma nova geração de Sandero e Logan, mas com uma nova identidade - o sedã inclusive já estreou na Europa com o nome Taliant.
Híbridos e elétricos
Luca De Meo confirmou o Kwid elétrico no Brasil em meados de 2022, importado da China para ser o VE mais acessível do país. Além disso, apostará em híbridos, híbridos plug-in e os híbridos leves, provavelmente com a importação da Europa, onde praticamente toda a gama possui algum tipo de eletrificação. Podemos esperar, lógico, SUVs dentro desse plano.
O CEO não falou sobre os planos exatos, mas sabemos que a marca prepara, além do elétrico, o Kwid tradicional renovado, com estreia marcada para dezembro. Outro modelo que mudará será a picape Duster Oroch, com o motor 1.3 turbo e uma boa reestilização para voltar a ter chances na briga com a Fiat Toro e a Chevrolet Montana em um futuro próximo.
Olhar para a linha da Renault no exterior ajuda a ter uma ideia do que pode vir. O motor 1.3 turbo é disponibilizado com um sistema híbrido-leve de 48V em alguns carros, como o SUV-cupê Arkana. Outros modelos já utilizam o nome "E-Tech", tanto para uma mecância híbrida normal quanto plug-in. E também já surgiram notícias de que o Duster trocará de geração na Europa em 2024 justamente para que possa contar com uma opção híbrida. E, como o SUV é um dos principais carros da marca no Brasil, já vira um dos candidatos a oferecer uma opção eletrificada.
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