A Jeep vai entrar de cabeça na era de eletrificação. Prova disso é que a tradicional marca americana off-road já tem em seu portfólio o Wrangler 4xe, versão híbrida plug-in do seu clássico jipe. O movimento é bem-vindo, principalmente quando pensamos no ganho de torque que os motores elétricos propiciam, mas por outro lado, a má notícia é que a Jeep pode estar próxima de aposentar de vez seus motores a combustão.
Essa constatação não é mera especulação, pois o CEO da Jeep, Christian Meunier, admitiu no começo desta semana para a mídia australiana que a Jeep quer acelerar o processo de eletrificação de seus modelos. Durante uma entrevista para o site CarAdvice, o executivo revelou ainda que os motores a diesel da marca podem ser descontinuados até o final desta década, ou seja, podem durar por apenas mais 9 anos.
"Eu acho que o diesel na Europa vai desaparecer, e a Europa foi realmente a raiz dos motores a diesel", disse Meunier. "E [como resultado] isso é muito claro que o volume [de vendas] de diesel vai reduzir significativamente. Mas isso significa que vamos parar [de oferecer] motores a diesel de uma vez? Não, acho que haverá uma transição entre hoje e 2030, e isso vai variar de acordo com o mercado”.
O movimento pode até ser considerado natural, principalmente se começar pela Europa, onde as leis de emissões estão cada dia mais rígidas. Aliás, a Comissão Europeia anunciou na última quarta-feira (14) uma proposta para que os carros a combustão, sejam eles a gasolina ou diesel, sejam extintos em 2035. E isso vale inclusive para os veículos híbridos. Ou seja, caso a nova regra seja aprovada no velho continente, nenhum carro que emita CO2 poderá estar nas concessionárias, o que afetará também os veículos comerciais leves.
Voltando a Jeep, além do provável final dos motores a diesel, os motores V8 comercializados em alguns modelos da fabricante, como o Grand Cherokee e o Wrangler, também poderão ter seu fim decretado. O motivo é o mesmo dos propulsores diesel: regras cada vez rigorosas para o controle de emissões também nos EUA, o que automaticamente coloca em cheque os famosos V8 americanos big block naturalmente aspirados.
"Acho que a muito longo prazo é bastante óbvio, isso vai acontecer", disse Meunier quando perguntado se a eletrificação substituirá os V8 de alto desempenho na linha da marca, à exemplo do Grand Cherokee SRT e do Wrangler Rubicon 392 comercializados no mercado americano. “Alguns mercados continuarão a ter motores V8, outros continuarão a ter motores de seis cilindros [e alguns] continuarão a ter diesel. A médio prazo, está claro que queremos proteger o V8... [e] o V8 de alto desempenho enquanto pudermos."
O executivo argumenta que a eletrificação vai permitir maior potência e torque, algo que sempre é bem-vindo quando pensamos no uso off-road mais severo com os utilitários da marca. “Ao mesmo tempo, é muito claro que a eletrificação nos dá a oportunidade de obter ainda mais desempenho, de uma maneira melhor; aceleração [mais rápida] do que um motor de combustão interna”.
"Para responder à pergunta sem rodeios, adoro V8s, mas adoro a eletrificação ainda mais, porque ela pode me dar mais aceleração, mais potência e mais torque em um pacote melhor, sem prejudicar o planeta. Então, acho que é uma melhor solução a longo prazo ", finaliza Meunier.
Aliás, a Jeep está a todo vapor, pois ontem mesmo anunciou que lançará um SUV 100% elétrico, uma espécie de "mini-Renegade" - que deve chegar ao mercado antes de 2025. Atualmente, a montadora tem os modelos híbridos 4xe do Renegade, Compass e Wrangler. Vale lembrar que a Stellantis anunciou recentemente sua meta para que os veículos eletrificados representem de 70% de suas vendas globais até 2025, isso incluindo veículos híbrido-leve, híbrido plug-in, híbrido convencional e modelos 100% elétricos.
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Fonte: CarAdvice
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