Bastou o vazamento de imagens de patente do futuro Taliant, versão Renault do novo Logan, para que o sempre ligado designer digital Kleber Silva já começasse a trabalhar na projeção não só do sedã, mas também do hatch que vai tomar o lugar o do Sandero, além do aventureiro Stepway.
Conforme Motor1.com antecipou em primeira mão, no fim 2018, a linha compacta da Renault no Brasil não vai mais seguir exatamente os passos da Dacia (marca de baixo custo do grupo) e, a partir da próxima geração, terá design, acabamento e equipamentos próprios, mais alinhados à marca francesa.
A mudança será tão drástica que vai incluir até mesmo novos nomes. O Dacia Logan se tornará Renault Taliant, nomenclatura já registrada no Brasil, mas que apuramos junto a fontes ligadas à marca que não está definido para nosso mercado. Ainda de acordo nosso informante, o nome Sandero também tem poucas chances de sobreviver, ao contrário do Stepway, que é bem visto pelo público e deve ser mantido na nova geração - tanto que a Renault já o vende como um modelo à parte atualmente, e não mais uma versão do Sandero.
A estratégia, segundo ouvimos, é elevar a imagem dos modelos para dissociar a linha brasileira da romena Dacia, ou seja, de carros robustos e acessíveis, mas de pouca representatividade nas versões mais caras (e lucrativas). Por isso, além do design exclusivo, os derivados de Logan, Sandero e Stepway com a marca Renault terão mudanças no acabamento, principalmente no que se refere a qualidade dos materiais, e uma lista mais recheada de equipamentos.
No visual, a intenção é se aproximar do Clio europeu. Daí os faróis maiores e mais esticados, com iluminação full-LED, além da grade exclusiva e do capô com um "desvio" para enaltecer o logotipo do losango. Se a lateral é praticamente a mesma dos Dacia, a traseira é mais refinada com as lanternas duplas, que invadem a tampa do porta-malas (solução já adotada no Sandero nacional), tanto no sedã quanto no hatch. Espere também por rodas com desenho mais rebuscado e detalhes cromados na carroceria.
Por dentro, as mudanças estarão mais nos materiais empregados do que propriamente no design do painel. O volante muda: sai o de quatro raios da Dacia e entra o de três raios da Renault, já usado no Sandero atual. Mas o destaque dos nonos compactos fica para uma faixa de de toque macio atravessando o painel, além da multimídia de 8" em posição elevada - itens que vieram no Dacia e devem ser refinados nos Renault. Forrações de banco e portas também deverão ser diferentes dos irmãos mais simples.
Para impulsionar a nova família, a Renault lançará a versão turbo do motor 1.0 SCe Flex, que deverá gerar mais que os 90 cv da versão europeia para substituir o atual 1.6 aspirado (118 cv), além de uma nova geração do câmbio automático CVT. Fora disso, não será mais preciso elevar a suspensão para usar a caixa automática, uma vez que a plataforma será a moderna CMF usada no atual Clio europeu. Em avaliação pelo Motor1.com França, o novo Dacia Sandero Stepway surpreendeu pela evolução em conforto e isolamento acústico, além de finalmente adotar uma direção 100% elétrica, dando adeus àquele volante pesado.
Notícia triste para os entusiastas é que o Sandero R.S. tem poucas chances de sobreviver à mudança. A nova geração do esportivo ficaria ainda mais interessante com o motor 1.3 turboflex que vai estrear no Captur reestilizado em 2021, mas é um carro de nicho e seu volume de vendas pode não ser suficiente para bancar o investimento necessário. Nos corredores da Renault, evita-se tocar no assunto.
Projeções: Kleber Silva/KDesign AG
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