A Nissan é uma das poucas marcas que ainda oferecem apenas motorizações aspiradas no Brasil, mas isso mudará em breve. Durante live do Motor1.com, o presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, confirmou que a marca está buscando soluções para equipar seus carros com motores turbo, inclusive citando que deve buscar uma solução dentro da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, dependendo de investimentos e ganho em volume de produção.
“Nós temos sim, dentro do nosso programa de produto, o turbo” afirma Silva. “Olhamos pro turbo não só para nós, mas um desenvolvimento que possa nos ajudar a ter alguns modelos com essa tecnologia.” Para isso, Silva revela que estão olhando a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, por aproveitar os parceiros para aumentar o potencial de fazer alguma coisa diferente com um investimento diluído e maior escala.
Silva não quis falar sobre qual poderia ser este motor, mas a possibilidade mais forte é o 1.3 turbo que a Renault desenvolveu em parceria com a Mercedes-Benz. Ele será usado aqui no Brasil pelo Captur reestilizado e, em seguida, pelo Duster. Com dois SUVs compactos da Renault usando esta motorização, adicionar um terceiro carro como destino desta motorização reduziria os custos.
Outro motor que estaria em desenvolvimento é uma versão turbo do 1.0 SCe usado por Sandero e Logan. Chamado 1.0 TCe, ele fará sua estreia na Índia, equipando a minivan Triber e o crossover Kiger, ambos baseados no Kwid. Rumores dizem que este motor será usado também no Brasil, equipando a próxima geração do Sandero, substituindo o 1.6.
O executivo afirma que é necessário fazer este investimento para cumprir as metas de eficiência do Rota 2030, e é uma solução de curto e médio prazo. Como o custo é muito menor do que o da tecnologia e-Power, que é feita no Japão e Tailândia, será um motor mais alinhado com a realidade brasileira, deixando os carros da Nissan mais competitivos em relação à concorrência.
Além do motor turbo, Silva comentou sobre o uso da tecnologia e-Power, que usa um motor a combustão pequeno como gerador de energia para as baterias, enquanto um propulsor elétrico cuida do trabalho de mover as rodas. Antes esperado para o ano que vem, o sistema acabou atrasando por diversos motivos. O executivo reafirmou que ele será flex no Brasil, o que exige um desenvolvimento local. Além disso, a demanda pela tecnologia ainda é muito alta, já que é usada por dois modelos no Japão e será adotado por mais carros no futuro. A expectativa agora é que desembarque apenas em 2022 no Kicks.
Por fim, Silva também antecipou que a renovação do Kicks nacional, que chega em 2021, terá elementos visuais exclusivos em relação ao modelo já mostrado na Ásia, tanto por fora quanto por dentro.
Fotos: divulgação
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