A Nissan e Renault anunciam hoje que terão uma nova estratégia para a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, aumentando a cooperação entre as marcas para aumentar a lucratividade, usando tecnologias e plataformas em comum. E isso afetará também a América do Sul, onde a Nissan tem duas fábricas e a Renault mais três complexos. Segundo o comunicado, a Renault será a referência na operação na América do Sul e as quatro plataformas usadas atualmente pelos carros das duas marcas serão substituídas por uma só no futuro.
A nova estratégia adota um esquema de “siga o líder”, em que cada marca será responsável por uma região e irá determinar os caminhos, enquanto as outras seguirão com modelos “gêmeos”. Por exemplo, a picape Nissan Frontier é considerada “líder” e dará origem a outros modelos, como a Renault Alaskan e a próxima geração da Mitsubishi L200 Triton.
Ficou determinado que a Renault será a líder em toda a América do Sul. “Na América Latina, as plataformas de produto B serão racionalizadas, evoluindo de quatro variantes para apenas uma, tanto para produtos Renault como Nissan. Esta plataforma será produzida em duas plantas, cada uma produzindo para Renault e Nissan”, diz o comunicado. A expectativa é que cerca de 50% dos modelos da Aliança sejam desenvolvidos até 2025 seguindo esta nova estratégia.
E o que isso significa? A Aliança desenvolveu uma plataforma modular chamada CMF, com vários tamanhos (como a CMF-A usada pelo Kwid). A apresentação da marca diz que começará a transição para a arquitetura CMF-B, que será usada em 7 modelos. Embora não liste exatamente quais são, a imagem dá a entender que serão as novas gerações de Renault Sandero, Logan, Duster e Captur, enquanto a Nissan fará os novos March, Versa e Kicks.
O mesmo já começou a ser feito na Europa, com a adoção da plataforma CMF-B para modelos compactos e deve seguir com modelos acima com a CMF-C/D para médios e grandes, e a CMF-EV para elétricos. Segundo a Aliança, a Nissan irá liderar na Europa o segmento C-SUV após 2025, enquanto a Renault cuidará do segmento B. Na Ásia dependerá do produto, embora já exista uma integração maior (como o Kicks com plataforma de Duster), enquanto o Japão verá uma colaboração maior entre Nissan e Mitsubishi, principalmente no segmento dos kei-cars.
Também haverá uma divisão de trabalhos no desenvolvimento de tecnologias. A Nissan cuidará da condução autônoma, dos veículos conectados na China e dos modelos elétricos com a plataforma CMF-EV. Já a Renault irá criar centrais multimídias com base no Android, arquitetura eletro-eletrônica dos carros e motorização eletrificada nas plataformas CMF-A/B. Por fim, a Mitsubishi desenvolverá os sistemas híbridos plug-in para os segmentos C e D.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Renault Oroch seguirá em linha mesmo com chegada da nova picape Niagara
Quer apostar? Híbridos vão depreciar mais que elétricos daqui a 10 anos
Teste Renault Kardian Evolution MT: manual, mas tão bom quanto o automático
Lista: os carros manuais que restaram em 2024 que não são básicos
Electric Days: Renault premia sua 1ª concessionária com selo ESG Ouro
Jaguar revela novo logotipo e sinaliza como será 'recomeço elétrico'
Mitsubishi terá mais dois SUVs da Renault com logotipos trocados