Nissan tem plano secreto para se separar da Renault, diz jornal
Escândalo envolvendo ex-CEO teria intensificado discussões sobre ruptura
Apesar de mantida há mais de 20 anos, a aliança estratégica firmada entre Nissan e Renault corre sério risco de acabar em um futuro próximo. De acordo com reportagem recente publicada pelo Financial Times, executivos da montadora japonesa estudam fortemente a possibilidade de desfazer a parceria com a gigante francesa em meio à repercussão da fuga do Japão do ex-CEO do grupo, Carlos Ghosn. Segundo a publicação, há em curso planos secretos que incluem a total divisão das áreas de engenharia e manufatura, bem como mudanças no conselho da Nissan. "A parceria com a Renault se tornou tóxica já que muitos executivos da Nissan creem que a empresa francesa põe para baixo o grupo japonês", completa a reportagem.
Galeria: Nissan Kicks SL 2020
Ainda segundo o FT, mesmo durante a era de Ghosn, alguns engenheiros e gerentes demonstravam forte descontentamento com a decisão do chefão de pressionar pela unificação dos setores de engenharia e fabricação entre Renault e Nissan. A indignação aumentou tanto após a prisão de Ghosn que até o novo presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, expressou suas dúvidas sobre a continuidade da parceria quando assumiu o cargo no ano passado.
No caso de uma divisão completa, diz o Financial Times, tanto Nissan quanto Renault provavelmente buscarão novos parceiros globais - especialmente levando em conta o contexto atual de aumento de custos, eletrificação e acirramento da concorrência. A Mitsubishi também faz parte da aliança, mas as três empresas, vale lembrar, são unidas por meio de um contrato de compartilhamento - e não por uma fusão. A aliança possui ainda contratos de engenharia e fabricação com a Daimler (grupo controlador da Mercedes-Benz) e outras montadoras.
Apesar dos rumores, há expectativa para que nas próximas semanas, Jean-Dominique Senard, presidente do conselho de administração da Renault, apresente vários projetos combinados para demonstrar que a aliança ainda pode funcionar. Nissan e Renault, por sua vez, não comentaram a reportagem.
Fonte: Financial Times
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