Conversar com Pablo Di Si, presidente da Volkswagen do Brasil e América do Sul, é sempre garantia de muitas informações e algumas risadas. O argentino aproveitou o Salão de Frankfurt para se reunir com jornalistas brasileiros e levar uma conversa franca sobre diversos assuntos, desde como o Brasil é visto pela Volkswagen mundial até futuros lançamentos da marca.
Pablo já não esconde mais a felicidade com o novo modelo (que poderá se chamar T-Sport, algo que o presidente diz não estar decidido ainda). Afinal, será o primeiro projeto brasileiro produzido na Europa, mais especificamente na Espanha, para diversos mercados da região. "Para o time é um baita orgulho. Hoje não fazemos só o desenho, mas também a parte de conectividade. Todo o time é brasileiro, são meninos e meninas, imagine (a alegria) para eles", disse o presidente.
Pablo adiantou que o carro terá desenho arrojado e um sistema multimídia "que não precisa nem de manual" desenvolvido no Brasil e que será exportado. Ao mesmo tempo, ele deixa claro que este crossover será a porta de entrada do segmento e as primeiras unidades já começaram a ser fabricadas em São Bernardo do Campo (SP), com lançamento "em algum momento de 2020".
Ao mesmo tempo, Pablo falou algo que ninguém sabia ainda ao ser perguntado pela reportagem do Motor1.com Brasil sobre o Brasil como um centro de desenvolvimento global. "Já virou", disse animado, e revelou que teremos três modelos globais e que um segundo estará entre o T-Cross e a picape Tarok (que inclusive estará no Salão de Frankfurt para medir a recepção do público local após aparição no Salão de São Paulo e no Salão de Nova Iorque em 2018).
Questionado sobre o novo Gol e a plataforma MQB A00, ele até tentou desconversar, mas logo assumiu que não pode falar sobre o assunto. "Teremos novidades no ano próximo e posso falar que vamos continuar com carros de entrada". Uma versão simplificada do Polo, o Gol nascerá e quer brigar com as novas gerações do Hyundai HB20 e Chevrolet Onix no segmento mais popular do nosso mercado.
Ao falar sobre a crise na Argentina, Pablo Di Si assumiu que as fábricas da Volkswagen no Brasil não produzirão nenhuma unidade para a exportação ao país vizinho nos próximos 4 meses "para baixar o estoque". Mas está animado com os números de produção de sua empresa no Brasil, já que está prevendo um aumento de 10% em comparação com 2018 pelo inicio da exportação para o México do Virtus e, em novembro, do T-Cross, além de enviar o SUV compacto para 10 países da África. E deixa claro que os planos para a Argentina seguem, com a produção do Tarok e de uma nova linha de transmissões para exportação.
Polêmico, Pablo Di Si falou sobre as vendas diretas no Brasil. Defendendo que a Volkswagen é líder nos primeiros 28 dias do mês, disse que "nos dias 29, 30 e 31, vem a americana e emplaca 7 mil carros por dia". Ele se refere a Chevrolet e suas vendas em lotes grandes para locadoras de veículos, que impulsiona os números, mas a uma baixa rentabilidade. Questionado sobre o que ele prefere, se uma VW líder com vendas diretas ou um segundo lugar com lucro, ele diz: "prefiro o equilíbrio".
Ao mesmo tempo, coloca panos quentes na decisão de sua concorrente quando perguntado se acha isso justo: "Respeito. Cada um faz o que quiser e não vou fazer."
Viagem a convite da Anfavea.
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