Aproximadamente 3 semanas após ter sido preso em Tóquio, no Japão, o brasileiro Carlos Ghosn está sendo formalmente acusado pela justiça local de cometer fraude fiscal enquanto era presidente do conselho de administração da Nissan. Segundo os procuradores responsáveis pelo caso, o executivo teria burlado a lei de instrumentos financeiros ao fazer declarações falsas nos relatórios financeiros da montadora, omitindo parte de seu salário por mais de 5 anos e deixando de declarar pelo menos US$ 44,5 milhões nesse período.
Os procuradores também indiciaram a Nissan por apresentar declarações financeiras falsas, tornando a montadora japonesa culpável pelo escândalo. Além disso, Greg Kelly, diretor da Nissan que foi preso juntamente de Ghosn, também foi acusado sob as mesmas alegações, além de suspeita de conspiração, junto com Ghosn, para omitir ganhos do executivo das autoridades no país.
No Japão, aproximadamente 99% das acusações formais são convertidas em condenações. Ghosn também teve a prisão prorrogada e deverá permanecer detido por mais 22 dias.
Além do fato de Ghosn ter nascido em Rondônia, o Brasil está envolvido com o caso por conta de um apartamento localizado no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o imóvel foi reformado pelo executivo com recursos da Nissan e está repleto de obras de arte, objetos de decoração, dinheiro em espécie e documentos guardados em três cofres que podem revelar a extensão dos malfeitos praticados.
Na semana passada, advogados do executivo tentaram na justiça autorização para ter acesso ao apartamento, mas sem sucesso. A própria Nissan diz que conceder acesso ao local "representaria risco incalculável de destruição de evidências potenciais de crimes supostamente cometidos".
Fotos: Divulgação
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