A Renault quer seguir o ritmo de crescimento no Brasil. Atualmente com 8,7% de participação nas vendas, a fabricante vai buscar os 10% até 2022. Para isso, apostará em novos produtos em segmentos diferentes e uma sinergia maior com a Nissan. Uma dessas colaborações acontecerá no uso da mesma plataforma em seus carros. Segundo o presidente da Renault no Brasil, Luiz Pedrucci, um exemplo é a próxima geração do Captur, que terá a mesma base do Kicks.
“Vamos acelerar as sinergias com a unificação de plataformas para modelos das duas marcas ao longo dos próximos anos. Até 2022, 80% dos veículos de Renault e Nissan terão a mesma base, mas serão diferentes, além da mera troca de logotipo. Isso vai acontecer com a próxima geração de Nissan Kicks e Renault Captur, por exemplo”, disse Pedrucci, presidente da Renault na América Latina, durante as comemorações dos 20 anos da fábrica da empresa em São José dos Pinhais (PR), nesta semana.
O que acontecerá é que a Renault-Nissan passará a usar uma nova linha de plataformas, chamada CMF (Common Modular Family), com diversos tamanhos. Esta arquitetura terá uma versão sofisticada para a Europa (conhecida internamente como High Level) e uma outra mais barata, para países emergentes como Brasil e Índia.
Isso deve ser levado para o Captur. Apuramos há pouco tempo que o novo Sandero brasileiro usará a CMF-B e que será construído como se fosse a nova geração do Clio (que estreia em 2019), só que maior e simplificado – e pode até mudar de nome para Clio. Para ganhar em escala, a Renault deve adotar esta base no máximo de carros que puder. E usar a CMF-B ajudaria a diferenciar o próximo Captur do novo Duster, que ainda mantém a base B0, embora atualizada.
E o que a Nissan tem a ver com isso? Além de também ganhar em escala, com a encomenda de componentes para a CMF-B, teria uma plataforma para finalmente lançar uma nova geração para a dupla March e Versa. A fabricante japonesa trabalha nos substitutos de seus carros de entrada para o Brasil, que serão diferentes do modelo europeu (que, curiosamente, manteve a plataforma V da geração passada). Como o Kicks usa uma versão modificada da arquitetura do March, esta movimentação afetaria diretamente o SUV compacto.
Outro ganho em usar a mesma base se daria na parte mecânica. A Renault estuda produzir o motor 1.3 turbo TCe no Brasil, que poderia ser adotado pela Nissan. Por outro lado, a marca japonesa poderia trabalhar no ajuste do câmbio CVT da casa para esta motorização. A Nissan já cede o seu CVT para a Renault usar no Duster e no Captur (e, em breve, também no Sandero e Logan).
Fotos: arquivo Motor1.com
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