Em reunião realizada recentemente executivos-chave do grupo Renault-Nissan definiram que, diante do escândalo que envolve o chefão Carlos Ghosn, o controle de toda a aliança passará a ser compartilhado. Dessa forma, os CEOs da Renault, Nissan e Mitsubishi terão a missão de liderar conjuntamente as ações de todo o grupo, de modo a dividir o papel desempenhado por Ghosn durante mais de duas décadas. A decisão foi vista como acertada, mas de certa forma frustra a tentativa da Renault de transferir o comando do conselho para o vice-presidente francês da empresa, Thierry Bollore.
Diretor-presidente da Nissan, Hiroto Saikawa garantiu que os três chefes estão "completamente alinhados" e adiantou que assim que os novos acertos foram definidos mensagens foram enviadas aos funcionários para reduzir os temores de divisão entre França e Japão, de modo a minimizar o impacto da saída de Ghosn. "A reunião foi extremamente proveitosa. Conseguimos confirmar que a liderança será exercida por nós três, o que foi excelente" comemorou. Mudanças na estrutura de propriedade da aliança, no entanto, não foram discutidas.
Brasileiro descendente de libaneses e franceses, Carlos Ghosn está preso em Tóquio, no Japão, desde o dia 19 de novembro. Entre outras acusações, o executivo responde por subnotificação US$ 44,6 milhões em rendimentos entre 2011 e 2015 e uso de ativos da Nissan em benefício próprio, como para comprar e reformar imóveis de luxo nas cidades do Rio de Janeiro (Brasil), Beirute (Líbano), Paris (França) e Amsterdã (Holanda). Segundo a justiça japonesa, a pena pode chegar até 10 anos de cadeia.
Fonte: Automotive News
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