A prisão de Carlos Ghosn abriu ao mundo um certo "problema" dentro da aliança Renault-Nissan. Sem o tão importante presidente, preso no Japão por crimes fiscais, as duas empresas começam uma batalha pela liderança do grupo, o maior do mundo e que recentemente incorporou a Mitsubishi na jogada.
Entre os investidores, há quem dê como certa o fim da aliança. Outros querem aproveitar para dar mais longevidade para a parceria, em vista que os novos tempos do mercado exigem o compartilhamento de inteligência, estratégias e tecnologias na corrida pelos carros elétricos, autônomos e compartilhados, as tendências para os próximos anos.
Hoje, o controle da aliança é da Renault, que possui 43% da Nissan e direito de voto no board, sendo que a marca japonesa possui apenas 15% da empresa francesa e não tem direito a voto. Porém, os números de mercado indicam outro cenário, com a Nissan vendendo mais que a Renault e dentro de mercados importantes, como os Estados Unidos, onde a sua parceira nem vende carros. Em 2017, a Nissan vende 1/3 mais carros que a Renault (5,8 milhões contra 3,7 mi) e é mais lucrativa.
Hiroto Saikawa, CEO da Nissan, quer aproveitar a mudança de presidência da aliança para dar mais força para a sua empresa. Há até quem aposte na entrada da Daimler na jogada (já existe uma parceria entre as empresas para veículos comerciais, como conhecemos com Nissan Frontier, Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X) para reforçar a presença da aliança na Europa e brigar com grupos como a PSA e Volkswagen.
Ou seja, as próximas semanas serão decisivas para a Renault, Nissan e até mesmo, Mitsubishi e Daimler.
Fontes: Automotive News e Forbes
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