ATUALIZAÇÃO: Adicionamos imagens da apresentação no Brasil e mais informações sobre as diferenças em relação ao modelo global.
Anos atrasada para para a festa dos SUVs, a VW montou uma ofensiva para criar utilitários-esportivos de todos os tipos e tamanhos. O mais importante deles, ao menos para o Brasil, é o T-Cross, o crossover compacto feito sobre a plataforma do Polo. Após flagras e diversos teasers, a marca revela nesta tarde de quinta-feira (25) tanto a versão global quanto a brasileira (com base de Virtus). A produção em São José dos Pinhais começará em janeiro e as vendas, ainda no primeiro semestre de 2019.
O primeiro a ser apresentado foi o T-Cross para a Europa. Ele é ligeiramente diferente do nacional, principalmente em relação às medidas. Isso porque o SUV brasileiro será montado com a plataforma MQB-A0 usada no Virtus, enquanto a versão mundial usa o Polo como base. Assim, o T-Cross feito aqui terá 4,19 metros de comprimento, 2,65 m de entre-eixos e 1,56 m de altura, enquanto a versão do Velho Continente mede 4,11 m de comprimento e 2,56 m de entre-eixos.
A divisão brasileira preferiu usar essas medidas para aumentar o espaço interno, mesmo que isso reduzisse a capacidade do porta-malas. Na Europa, o T-Cross carrega entre 385 e 455 litros, dependendo da posição dos bancos traseiros deslizantes, chegando a 1.281 l com os assentos rebatidos. Já o modelo nacional tem capacidade entre 373 e 420 l, mudando a inclinação do encosto traseiro.
O T-Cross europeu seguirá a estratégia da Volkswagen para se adequar às regras de emissões por lá. Será equipado com o 1.0 TSI nas versões de 95 cv e 115 cv, e uma variante diesel 1.6 TDI de 95 cv. No ano que vem, ainda receberá o 1.5 TSI de 150 cv, versão mais moderna do 1.4 TSI com tecnologias como desativação de cilindros. Pode usar o câmbio manual de 5 ou 6 marchas, dependendo do motor, ou o automatizado DSG de dupla embreagem e 7 marchas, sempre com tração dianteira.
Já o modelo nacional terá o 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm usado no Polo e no Virtus, servindo de opção de entrada, enquanto os mais caros terão o 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm produzido em São Carlos (SP). A marca ainda irá fabricar o SUV compacto com o 1.6 MSI de 110 cv, inicialmente dedicado a exportação para países como Argentina. Terá câmbio manual na versão 1.0 TSI de entrada, com seis marchas, enquanto as demais usarão o automático de 6 posições.
O ajuste também é diferenciado para o nosso modelo. Segundo José Loureiro, chefe de engenharia da VW, o T-Cross nacional tem a mesma suspensão do Virtus, com eixo de torção na traseira, mas com calibração específica para o SUV.
Do lado direito, o interior do T-Cross europeu. Na esquerda, a versão nacional não trouxe o novo volante, mas tem apliques na cor do carro e nova alavanca de câmbio
Assim como Polo e Virtus, o Volkswagen T-Cross foi feito para receber nota máxima de 5 estrelas no Latin NCAP. Além de ter estrutura semelhante, o que já ajuda no desempenho durante a colisão, a marca irá vendê-lo com uma lista bem interessante de equipamentos, como seis airbags, frenagem automática pós-colisão e um módulo eletrônico que integra controle de estabilidade, tração e assistente de partida em rampas.
Itens de tecnologia e comodidade incluirão painel de instrumentos digital com tela de 10,2”, luzes internas configuráveis, faróis full-LED, seletor de modo de condução, teto-solar panorâmico e assistente de estacionamento automático. A central multimídia de 8” será a mesma do Polo topo de linha, ao menos nas versões mais caras.
Perderemos, porém, alguns itens na comparação ao T-Cross europeu. Por lá, ele terá controle de cruzeiro adaptativo, sistema de frenagem automática com detector de pedestre, alerta de permanência em faixa, sensor de ponto cego e farol alto automático. Ao menos, teremos sistema de som Beats como opcional.
Uma das principais críticas sobre a Volkswagen atual recai sobre sua identidade de design, pelos carros serem muito parecidos um com os outros. Neste aspecto, o T-Cross tenta ser um pouco diferente. A dianteira é bem resolvida, com um estilo semelhante ao do Jetta, com a grade bem integrada aos faróis. Essa união é harmonizada por conta dos LEDs de iluminação diurna, que formam uma linha com o detalhe cromado da grade. O para-choque tem uma peça plástica preta ligando as luzes de neblina retangulares, uma solução para dar um ar de robustez ao SUV.
Na versão brasileira (produzida em São José dos Pinhais e que será exportada para a América Latina e México), ele tem uma nova grade com formato interno diferente, e um para-choque redesenhado, que conta com um aplique prata com o nome do carro e uma parte emborrachada maior. O modelo apresentado tem teto preto e a coluna C pintada na mesma cor, uma tendência dos SUVs, principalmente no Brasil. A lateral apresenta um aplique de plástico preto na parte de baixo das portas, enquanto o europeu usa isso somente nas saias laterais. As rodas são de aro 17" com desenho exclusivo.
A traseira causará polêmica. Os teasers adiantavam que o T-Cross teria lanternas em forma de C com lâmpadas de LED e que seriam unidas por uma barra atravessando o porta-malas. Porém, as imagens mostram que este elemento entre as lanternas é reflexivo e ficou dentro de uma peça preta retangular, bem larga. É um estilo próprio, que não aparece em nenhum outro carro da VW. Será que vai agradar?
Outra mudança será no interior, por receber o suporte para celular na parte de cima do console, item exclusivo da versão brasileira; e sem o volante novo, adotando o mesmo usado no restante da linha nacional. Como o carro só será lançado no 1º semestre de 2019, a Volkswagen não comentou sobre preços e versões. As estimativas apontam para a faixa de R$ 80 mil a R$ 110 mil, dependendo da versão e equipamentos.
Fotos: Motor1.com e Divulgação
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