A disputa político-comercial travada com os Estados Unidos poderá custar caro para o setor automobilístico da Turquia, afirmam agências internacionais. O país desenvolveu consideravelmente sua indústria nos últimos anos (a produção chega a 1,5 milhão de unidades anuais), mas tende a enfrentar problemas decorrentes da desvalorização da lira (moeda local) e da pressão exercida pelo governo estadunidense. Toda a tensão começou quando Washigton taxou em 25% o aço turco e Ancara devolveu impondo uma série de tarifas sobre produtos norte-americanos, incluindo automóveis e equipamentos eletrônicos.
Atualmente, pelo menos 6 grandes montadoras mantém operações de porte considerável no país. A Ford fabrica as vans Transit, Transit Courier e o caminhão Cargo, a Fiat produz o Doblò (incluindo as versões RAM exportadas para os EUA), a Toyota concentra por lá a montagem do C-HR (abastece não só a Europa como também os EUA) e a Renault possui uma fábrica para Clio e Mégane. Além disso, a Hyundai produz os compactos i10 e i20 e a Honda fabrica algumas versões do Civic.
O setor representa pelo menos US$ 30 bilhões em exportações para o país e responde por parte considerável do PIB. Acontece que a lira turca desvalorizada acaba por comprometer diretamente a manutenção dessas operações, com reflexos diretos no andamento da economia. Se por um lado a moeda em baixa torna as exportações mais competitivas, por outro deixa peças vindas de fora consideravelmente mais caras. É exatamente nesse ponto que Toyota, Ford e Honda, que trazem muitos componentes de outros países, saem consideravelmente prejudicadas.
Por enquanto, as três estão tocando suas operações com certo nível de normalidade, mas um sinal de alerta ecoa por toda a indústria local. Especialistas chamam atenção para o perigo que é manter instalações importantes e com alto grau de produção em um país com tantas tensões políticas e econômicas.
Fonte: Automotive Logistics
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