Você lembra do econômetro? No painel dos automóveis dos anos 1980 e 1990, um ponteiro indicava como estava o consumo de combustível naquele momento, variando do verde ao vermelho dependendo da carga do motor, aceleração e velocidade. Hoje, temos diversas tecnologias como injeção direta de combistível, turbo, motores menores e com menos cilindros, sem esquecer dos híbridos e elétricos. Mas ainda são alternativas relativamente caras, longe de modelos de entrada.
Ou seja, nem sempre as fabricantes conseguem colocá-las como uma opção em prol da eficiência energética, então acabam até mesmo resgatando algumas coisas do passado, as melhorando e servindo como aliadas para o motorista economizar em tempos de combustível tão caro. A Renault, por exemplo, equipou o Kwid com o que chamam de Driving Eco².
No painel de instrumentos há um indicador de troca de marchas que, segundo o engenheiro Márcio Maia, faz um cruzamento de dados como posição de pedal, marcha engatada e inclinação da via, para indicar o melhor momento para fazer a troca, seja para cima ou uma redução, sempre em busca do melhor aproveitamento do combustível. Logo abaixo do velocímetro, a evolução do econômetro. Uma barra colorida, com variação entre verde, amarelo e vermelho, também cruza as informações da injeção eletrônica para indicar ao motorista o momento de aliviar o pé para gastar menos. Todo esse sistema levou 1 ano e 8 meses de testes para serem homologados no Kwid e, quando utilizados em conjunto com o Eco Coaching da central multimídia (que pontua e dá dicas de condução mais eficiente), a economia chega aos 20%, segundo Maia.
Para mostrar na prática, saímos com o Kwid por um trajeto urbano. A meta era seguir o máximo possível os indicadores do painel. O resultado é que eu, que não o segui totalmente, consegui apenas 13,8 km/l (com gasolina), enquanto outros carros registraram até 21 km/l no mesmo trajeto com outros motoristas mais regrados.
"Motores atmosféricos ainda podem ser melhorados", disse o engenheiro. Ou seja, para quem acha que a eletrificação é a única solução para emissões e consumo, esta afirmação deixa claro que a engenharia ainda tem onde trabalhar os motores a combustão por um tempo.
Fotos: Renault
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