Nissan e Universidade Federal de Santa Catarina estudarão reuso de baterias do Leaf
Após a utilização nos carros, as baterias ainda podem ser aproveitadas em outras atividades
A Nissan do Brasil e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) assinaram memorando de entendimento que tem como objetivo iniciar estudos para soluções futuras para as baterias usadas de veículos elétricos. O evento de formalização do acordo foi realizado na sede do Laboratório Fotovoltaica UFSC (Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar), em Florianópolis, com a presença do presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, do pró-reitor de pesquisa da instituição, o professor Sebastião Roberto Soares, e do coordenador do Laboratório Fotovoltaica UFSC, professor Ricardo Rüther.
Os convênios a serem firmados no futuro, a partir da assinatura do memorando, permitirão que a fabricante japonesa e o grupo de pesquisa da UFSC testem as aplicações dessas baterias. Para tal, a Nissan vai fornecer à UFSC, inicialmente, seis baterias dos Leaf que foram usados como táxis em São Paulo e no Rio de Janeiro como parte de um projeto especial entre 2012 e 2016.
"Em todo o mundo, a Nissan vem desenvolvendo parcerias com o objetivo de integrar o carro elétrico à sociedade e promover a mobilidade elétrica. Após a utilização nos veículos, as baterias ainda possuem uma grande capacidade de carga e abastecimento. No Brasil, o trabalho conjunto com os pesquisadores da Universidade Federal da Santa Catarina será fundamental para que todo o potencial dessas baterias seja testado", disse Marco Silva.
Dentre os trabalhos a serem realizados por meio desta parceria, pode-se destacar o estudo do potencial das baterias como sistemas de armazenagem de energia, o que a Nissan chama em todo o mundo de Xstorage Buildings (ou Edifícios de Armazenagem) para a geração de energia de maneira independente da rede elétrica convencional. Considerando o consumo médio residencial no Brasil de 170kWh/mês – 5,66kWh/dia –, a energia acumulada em uma bateria pode, por exemplo, manter uma casa funcionando por aproximadamente três dias.
A armazenagem de energia solar também será um dos temas de estudo. Uma das primeiras aplicações planejadas pelos pesquisadores acontecerá no próprio prédio do Laboratório Fotovoltaica UFSC. A energia elétrica gerada durante o dia por meio dos módulos fotovoltaicos instalados nas coberturas dos prédios deste laboratório ficará armazenada nas baterias do Leaf para ser utilizada durante a noite, quando a tarifa de luz é mais cara.
"A parceria com a Nissan é de extrema importância para nosso laboratório, pois ela vai permitir que a gente una os dois pilares das nossas pesquisas que são a mobilidade elétrica e o armazenamento de energia. Estamos muito animados com as diversas possibilidades de aplicação dessas baterias", comenta o professor Ricardo Rüther, que coordena o Laboratório Fotovoltaica UFSC. No ano passado, o grupo desenvolveu um ônibus elétrico alimentado exclusivamente por energia solar usado diariamente para o transporte de pesquisadores e alunos.
O uso alternativo de baterias usadas do Leaf já é realidade em algumas partes do mundo. Em junho deste ano, a Nissan inaugurou no estádio Johan Cruyff Arena, na Holanda, o maior sistema de armazenamento de energia da Europa. O sistema, alimentado por 148 baterias de Leaf, funciona de forma independente sem conexão com a rede elétrica convencional. No Japão, a Nissan e sua afiliada 4R Energy Corporation uniram-se à cidade de Namie, no nordeste do país, para instalar postes de luz alimentados por uma combinação de painéis solares e baterias que foram usadas em Leaf antigos.
Além de desenvolver estudos sobre eletrificação com entidades do país, a Nissan se prepara para lançar a nova geração do Leaf no mercado brasileiro. O carro elétrico mais vendido do mundo chegará ao Brasil em 2019.
Fotos: divulgação
Galeria: Avaliação Nissan Leaf no Japão
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