A briga do presidente norte-americano Donald Trump com a União Europeia tem causado receio na indústria pelas ameaças de novos impostos. Para evitar este problema, a Harley-Davidson tomou uma medida drástica, anunciando que irá transferir parte de sua produção nos EUA para fora do país. A fabricante diz que essa disputa irá custar US$ 100 milhões por ano, por conta de um aumento de US$ 2.200 no valor de cada moto.
Segundo a fabricante, esta elevação de US$ 2.200 foi causada pela retaliação da União Europeia contra os impostos que Trump colocou sobre o aço e alumínio. Isso elevou os custos da produção a um nível perigoso para a empresa, que ainda tenta se recuperar financeiramente e não é capaz de absorver este custo. Para não ter problemas no seu segundo maior mercado, a Harley-Davidson planeja investir na produção fora do solo americano.
Atualmente, a Harley-Davidson já tem fábricas na Austrália, Brasil e Índia, preparando o inicio da produção na Tailândia neste ano. A empresa não disse como será essa transferência da produção dos EUA. Michael Pflughoeft, porta-voz da fabricante, disse ao Bloomberg que ainda estudam o impacto nas fábricas nos EUA e esperam que os dois governos cheguem a um acordo.
A ironia é que Trump usou a Harley-Davidson como exemplo de uma empresa que produz muito nos EUA e ser “uma história americana de sucesso”, inclusive agradecendo à fabricante por produzir no país. Porém, ela não pode perder as vendas para o resto do mundo, que representam cerca de 40% de todo o negócio da empresa. Além disso, a Harley-Davidson ainda está mal das pernas, tanto que fechou a fábrica norte-americana em Kansas City.
Foto: Getty Images
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