Entre o final dos anos 1950 e inicio dos 1960, começou a instalação da indústria automobilística no Brasil. Apesar de já ter automóveis pelas ruas, o país não tinha nenhuma fábrica do tipo. Hoje, geram centenas de milhares de empregos - segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), 2020 terminou com 1,3 milhão de empregados na indústria, direta e indiretamente, incluso caminhões, ônibus e máquinas agrícolas.
O fim dos anos 1990 e começo dos anos 2000 traz novos jogadores para o mercado, com a chegada da Toyota, Honda e Peugeot/Citroën, citando alguns exemplos. Outros fabricantes de instalam com o passar das décadas, como a BMW e a Caoa Chery. Além das fábricas de automóveis aqui listadas, ainda há fábricas de motores e transmissões, componentes e autopeças espalhadas pelo país.
Colaborou Thiago Moreno
Entre as marcas premium que começaram a produzir no Brasil nos anos 2010, a BMW foi uma das primeiras e, ao lado da Jaguar Land Rover, uma das únicas sobreviventes. A planta está instalada em Araquari, Santa Catarina, e é responsável pela produção do 320i, do SUV X1 - os principais modelos da marca em nosso mercado-, X3 e X4.
Araquari (SC)
Capacidade de produção/ano | 32.000 veículos |
Modelos produzidos | Série 3, X1, X3 e X4 |
Inauguração | 2014 |
Podemos dividir a Caoa em dois momentos. Em 2007, ela inaugurou a fábrica da Anápolis (GO) para a produção do SUV Tucson e que, anos mais tarde, produziria o ix35 e o New Tucson. Em 2017, a empresa adquire a maior parte da operação brasileira da Chery e leva no pacote a fábrica de Jacareí (SP). Inicialmente inaugurada apenas para a produção dos modelos coreanos, hoje a planta de Goiás também faz a montagem dos modelos Chery.
Jacareí (SP)
Capacidade de produção/ano | 82.000 veículos |
Modelos produzidos | Tiggo 2, Tiggo 3x, Arrizo 5 e Arrizo 6 |
Inauguração | 2014 |
Anápolis (GO)
Capacidade de produção/ano | 115.000 veículos |
Modelos produzidos | Caoa Chery Tiggo 5x, Tiggo 7 e Tiggo 8/ Hyundai HR, iX35, Tucson e HD80 |
Inauguração | 2007 |
Não é exagero quando falamos que a cidade de São Caetano do Sul (SP) cresceu em volta da fábrica da General Motors. A cidade viu nascer uma das mais antigas plantas em atividade do setor e praticamente todo o desenvolvimento da região está ligado a ela. Em 1958, entra em atividade a fábrica de São José dos Campos e, em 2000, a de Gravataí (RS), que mostrou um método de produção diferente para o Chevrolet Celta, com seus fornecedores instalados no mesmo terreno da área de produção e montagem.
Gravataí (RS)
Capacidade de produção/ano | 350.000 unidades |
Modelos produzidos | Onix e Onix Plus |
Inauguração | 2000 |
São Caetano do Sul (SP)
Capacidade de produção/ano | 330.000 unidades |
Modelos produzidos | Joy, Joy Plus, Tracker e Spin |
Inauguração | 1930 |
São José dos Campos (SP)
Capacidade de produção/ano | 60.000 |
Modelos produzidos | S10 e Trailblazer |
Inauguração | 1959 |
Das clássicas mais tradicionais, a Fiat é a mais nova. Começou sua história em Betim, Minas Gerais, e lá continua com a produção de boa parte de seus modelos. Mas o destaque é a fábrica de Goiana (PE), uma das mais modernas do país e do grupo Stellantis ao redor do mundo, responsável pela produção dos bem vendidos Fiat Toro e Jeep Compass e Renegade. Desde a formação da Stellantis, o Polo Automotivo de Porto Real (RJ) integrou o grupo e é responsável pelos modelos nacionais de Peugeot e Citroën.
Betim (MG)
Capacidade de produção/ano | 700.000 unidades |
Modelos produzidos | Pulse, Argo, Uno, Mobi, Strada, Doblò, Grand Siena e Fiorino |
Inauguração | 1976 |
Goiana (PE)
Capacidade de produção/ano | 280.000 unidades |
Modelos produzidos | Jeep Compass, Commander e Renegade e Fiat Toro |
Inauguração | 2015 |
Porto Real (RJ)
Capacidade de produção/ano | 150.000 unidades |
Modelos produzidos | Peugeot 2008 e Citroën C4 Cactus |
Inauguração | 2001 |
Entre 1997 e 1998, uma nova fase da indústria automobilística começou. A Honda foi uma das fabricantes que inauguraram plantas no Brasil na época, começando os trabalhos com o Civic em Sumaré (SP). Mais tarde vieram Fit, City, HR-V e o WR-V. Em 2019, começa a transferência da produção para Itirapina, na mesma região de Sumaré, uma fábrica que ficou fechada por anos aguardando a melhora do mercado brasileiro.
A partir de janeiro de 2022, porém, a Honda já confirmou que a unidade de Sumaré deixará de produzir carros. Esse processo ficará 100% concentrado em Itirapina. Na primeira fábrica da Honda, porém, continuarão sendo feitas outras etapas produtivas, como fundição de motores e injeção de material plástico para componentes.
Itirapina (SP)
Capacidade de produção/ano | 120.000 unidades |
Modelos produzidos | Operação a partir de 2019 com Fit, HR-V e WR-V |
Inauguração | 2019 |
Sumaré (SP)
Capacidade de produção/ano | 120.000 unidades |
Modelos produzidos | Fit, City e Civic (até 2021) |
Inauguração | 1997 |
A chinesa Great Wall ainda nem estreou no Brasil e já prepara sua produção local com a aquisição da fábrica em Iracemápolis (SP), que era da Mercedes-Benz. Ainda sem revelar quais carros serão montados no interior paulista, a empresa apenas revela que o complexo será atualizado para ter uma capacidade anual de 100 mil carros por ano e que empregará cerca de 2.000 funcionários. A promessa é que ficará pronta no final de 2021, iniciando a operação em 2022.
Iracemápolis (SP)
Capacidade de produção/ano | 100.000 unidades (estimado) |
Modelos produzidos | Ainda não divulgado |
Inauguração | 2022 (estimado) |
Controlada pela Souza Ramos no Brasil (hoje HPE), a Mitsubishi começa a produção nacional em 1998 em Catalão (GO). Com o sucesso da picape L200, a marca viu um mercado promissor no país, dando inicio anos mais tarde à produção do SUV ASX e do sedã Lancer. Da Suzuki, o Jimny começa a ser feito ali após o fechamento da linha de Itumbiara (GO).
Catalão (GO)
Capacidade de produção/ano | 100.000 unidades |
Modelos produzidos | Suzuki Jimny, Mitsubishi L200 Triton Sport, Eclipse Cross, Outlander Sport e ASX |
Inauguração | 1998 |
A Hyundai percebeu que o Brasil procurava um modelo de sua marca mais acessível após o sucesso conquistado sob a administração Caoa dom os importados. Em 2012, ela inaugura a fábrica de Piracicaba, interior de São Paulo, que logo se viu no limite de produção com o sucesso do HB20, HB20S e HB20X. Mais tarde, o Creta é lançado, colocando a fábrica em ritmo total de produção.
Piracicaba (SP)
Capacidade de produção/ano | 210.000 unidades |
Modelos produzidos | HB20, HB20X, HB20S e Creta |
Inauguração | 2012 |
O grupo britânico escolheu dois SUVs e um sedã para a produção local. Em Itatiaia (RJ), as marcas fazem a produção e montagem com peças nacionalizadas e outras importadas, porém já atualizou os novos motores Ingenium para a tecnologia flex. Atualmente, apenas o Discovery Sport ainda é montado no país. Porém, a empresa já confirmou que o Evoque voltará a ser fabricado por aqui também.
Itatiaia (RJ)
Capacidade de produção/ano | 24.000 unidades |
Modelos produzidos | Discovery Sport |
Inauguração | 2016 |
A Nissan chegou a dividir a fábrica de São José dos Pinhais (PR) com a Renault, produzindo o SUV X-Terra e a picape Frontier. Porém, a libertação total aconteceu em 2014, quando inaugurou a planta de Resende (RJ) para a produção do March, Versa e, anos mais tarde, Kicks. Hoje se mantém apenas com o SUV e esperando para 2022 o pequeno SUV Magnite.
Resende (RJ)
Capacidade de produção/ano | 200.000 unidades |
Modelos produzidos | Kicks |
Inauguração | 2014 |
No completo Ayrton Senna, a Renault produz uma vasta quantidade de modelos e conta, inclusive, com a fábrica de motores que abastece a linha de produção. Chegou a dividir a linha com a Nissan, que produziu Frontier e X-Terra, mas a produção da picape foi para a Argentina, enquanto o SUV saiu de linha e a marca japonesa se mudou para Resende (RJ).
São José dos Pinhais (PR)
Capacidade de produção/ano |
320.000 unidades |
Modelos produzidos | Sandero, Logan, Duster, Duster Oroch, Captur e Kwid |
Inauguração | 1998 |
Em 1962, a Toyota começou a produção da Bandeirante em São Bernardo do Campo. Mas hoje a planta do ABC paulista se concentra em produzir componentes para abastecimento local e exportação. A produção de veículos está concentrada em Indaiatuba e Sorocaba, além da fábrica de motores de Porto Feliz, também interior de São Paulo.
Indaiatuba (SP)
Capacidade de produção/ano | 74.000 unidades |
Modelos produzidos | Corolla |
Inauguração | 1998 |
Sorocaba (SP)
Capacidade de produção/ano | 122.000 unidades (158.000 a partir de 2022) |
Modelos produzidos | Etios e Etios Sedan (exportação), Yaris e Yaris Sedan, e Corolla Cross |
Inauguração | 2012 |
Outra tradicional do ABCD paulista, a Volkswagen viu a região se desenvolver assim como a General Motors. Ampliou sua produção com São José dos Pinhais (PR) e Taubaté (SP), esta famosa pela produção do Gol há décadas. Há ainda a fábrica de São Carlos (SP), focada na produção de motores e que foi inaugurada em 1996.
São Bernardo do Campo (SP)
Capacidade de produção/ano | não informada |
Modelos produzidos | Polo, Virtus, Nivus e Saveiro |
Inauguração | 1959 |
São José dos Pinhais (PR)
Capacidade de produção/ano | não informada |
Modelos produzidos | T-Cross |
Inauguração | 1999 |
Taubaté (SP)
Capacidade de produção/ano | não informada |
Modelos produzidos | Gol e Voyage |
Inauguração | 1976 |
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