Ainda sem data para entrar em vigor, um dos principais pontos do novo regime automotivo Rota 2030 será a melhoria da eficiência energética dos carros. O acordo feito entre governo, fabricantes e entidades é de melhorar o rendimento em 12% nos próximos cinco anos, conforme revelou a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) em entrevista ao site Automotive Business.
“Será algo em torno disso, talvez um pouco mais ou um pouco menos. Estamos ajustando os detalhes agora”, explica Edson Orikassa, presidente da AEA. É uma missão mais difícil, já que as fabricantes tiveram que cumprir as metas do Inovar-Auto e, segundo o engenheiro, a melhora foi da ordem de 15%. “Algumas montadoras conseguiram atender ao Inovar-Auto apenas com a inclusão de pneus verdes e outras tecnologias mais simples em carros de alto volume de vendas. Agora será preciso avançar mais”, explica.
Alcançar essa melhora de 12% será o desafio, principalmente para as fabricantes que mantiveram motores mais antigos e apostaram em outras melhoras, como grade ativa, direção elétrica e pneus verdades. Uma das soluções pode ser o uso de start-stop nos carros que ainda não utilizam esta tecnologia. “É um objetivo bastante agressivo, mais ousado do que o de qualquer outro programa global”, diz Orikassa. Para chegar neste número, foi feito um cálculo com base na média ponderada do consumo dos carros vendidos no Brasil obtido pelo Inmetro.
Assim como acontece na Europa, essa média será por fabricante, ao invés de ser por modelo. O Inovar-Auto já utiliza um sistema semelhante, em que elétricos e híbridos rendem bônus nesta conta. Segundo Orikassa, o Rota 2030 deve intensificar essa vantagem, para estimular a venda destes modelos. Seria um dos motivos pelos quais tantas marcas anunciaram modelos “verdes”, como a chegada dos elétricos Chevrolet Bolt e Nissan Leaf, além de versões híbridas, como o Kicks e-Power. Outra solução para atingir essa meta será com o uso de tecnologia flex nos motores. Orikassa afirma que uma das metas do programa é incentivar as fabricantes a desenvolverem soluções bicombustível. Ou seja, como a Toyota está fazendo ao testar um motor híbrido flexível.
A grande dúvida envolvendo o Rota 2030, ainda mais do que seus termos, é se ainda será assinado neste ano. O Ministério da Fazenda declarou que o programa não será aprovado em sua forma atual e destilou críticas sobre dar mais incentivos para a indústria. Na última coletiva do ano, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, acredita que o governo irá assinar o marco legal ainda em 2017, seguindo com as negociações em 2018. “Nós não temos envolvimento com a parte fiscal, mas o governo se comprometeu em publicar antes da virada do ano a medida provisória para que o programa entre em vigor a partir de 2018”, reforça Orikassa.
Fonte: Automotive Business
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