Debatida em toda a Argentina desde o final de 2015, quando tomou posse o presidente Mauricio Macri, a ousada política de redução de impostos para carros e motos mais uma vez volta ao centro do debate no país vizinho. Motivo de discórdia entre ministros, a medida prevê o corte dos chamados impostos internos para uma série de produtos e, ao mesmo tempo, o aumento das alíquotas para vários outros setores. Algumas categorias de automóveis e motocicletas seriam diretamente beneficiadas (especialmente modelos de preços mais baixos e intermediários), mas veículos mais caros poderão ser diretamente sobretaxados. Segundo o governo, o objetivo é tornar o sistema mais equitativo.
Com base nos novos termos, veículos comerciais ficarão livres dos tributos internos, assim como automóveis com preço inferior a 380 mil pesos (cerca de R$ 70 mil). Os que custam entre 380 mil e 800 mil pesos (R$ 70 mil e R$ 150 mil, respectivamente) também se tornarão isentos, abrindo mão dos 10% recolhidos atualmente. No entanto, os que custam acima de 800 mil continuarão pagando 20%, sem mudanças. Entre as motos, modelos tabelados abaixo de 70 mil pesos (R$ 13 mil) continuarão isentos, ao passo que os que custam até 140 mil (R$ 26 mil) pela primeira vez deixarão de recolher 10%. Acima desse valor, a cobrança será de 20% - e não mais de 10% como hoje.
Apesar da ideia de equidade do governo, críticos apontam que os preços, na prática, subirão consideravelmente para os modelos sobretaxados. Isso porque o aumento incidirá sobre o valor bruto dos veículos (valor de venda da fábrica para a concessionária), o que não inclui a incidência de outros impostos e de comissões. Dessa forma, uma alíquota de 20% poderá elevar o preço do carro ou da moto para o consumidor em até 50%. Ou seja, a medida beneficia modelos de preço baixo e intermediário, mas acaba penalizando os mais caros. O congresso ainda precisa aprovar o novo pacote e, portanto, não há previsão de quando as novas normas passarão a valer.
Com preço inicial na casa dos 400 mil pesos, modelos como Chevrolet Cruze, Ford Focus e Peugeot 408 seriam beneficiados.
Fotos: Divulgação
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