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O que melhora (ou afeta) a eficiência de um automóvel?

Economia de combustível vai além do motor

Fiat Argo Drive 1.0 - Teste rápido

Em 2012, o Inovar Auto impôs uma série de regras para os fabricantes de automóveis. Uma delas foi a melhoria nos níveis de consumo da linha, o que levou ao desenvolvimento de tecnologias e diversas evoluções. E não apenas de motores, mas de diversas outras áreas do automóvel como um todo. 

Há poucos meses do fim do Inovar Auto, a FCA mostrou como chegou aos 12% de redução e bateu a meta do programa. Além dos novos motores Firefly (3 e 4 cilindros) a marca modificou o motor 1.8 E.torQ, transmissões e outros diversos aspectos que interferem no consumo de combustível. 

Fiat Argo HGT MT vs. Renault Sandero R.S. Racing Spirit
Fiat Argo HGT MT vs. Renault Sandero R.S. Racing Spirit

 Aerodinâmica

Este é um motivo de discórdia entre designers e engenheiros. Foi-se o tempo em que bastava desenhar o carro e produzi-lo. Horas de túnel de vento são necessárias para ver o fluxo de ar pela carroceria. Quanto mais dificuldade para o carro passar por esta "parede" (ou ao contrário) maior o arrasto e, consequentemente, mais força o motor precisa fazer para mover o carro. O Argo, recente projeto da Fiat, aplica diversos defletores na parte inferior para deixar a passagem mais "lisa" e mais rápido o ar se desloca. O mesmo efeito é conseguido pelo spoiler traseiro, que não tem efeito meramente estético. Para quantificar isso, é usado o chamado "Coeficiente aerodinâmico", ou Cx. Quanto mais baixo, melhor. No Argo, ele é de 0,34. O Chevrolet Calibra, um dos modelos já vendidos no Brasil com melhor número de Cx, tem 0,26, uma referência até hoje no mundo. 

Comparativo VW Polo x Fiat Argo x Honda Fit x Peugeot 208

 Resistência ao rolamento

Falamos algumas vezes aqui sobre pneus com "baixa resistência ao rolamento". Mas não são apenas os pneus os responsáveis por isso. Também há interferência do peso do conjunto de roda/pneu, o rolamento de roda, além do que eles chamam de "força residual de freio e transmissão. Por exemplo, dentro da caixa de câmbio, as engrenagens são banhadas a óleo. Este óleo, quando frio, é mais denso e causa uma resistência maior. A Fiat aplicou, em toda a linha, um novo lubrificante, que esquenta mais rápido e, mesmo quando frio, não gera tanto "peso" no sistema. 

O mesmo vale para o sistema de freios. A velocidade de abertura e fechamento da pinça de freio interfere, por exemplo, segurando o carro mesmo quando já soltamos o pedal. Pode ser por milésimos de segundo, mas há uma perda de energia. Outra interferência é quando o veículo é equipado com transmissão automática, que exige mais energia que um manual ou automatizado, ou quando há sistema de tração integral/4x4, com componentes a mais, como a caixa de transferência, cardã e, até mesmo, o segundo eixo com duas rodas. 

Fiat Argo 1.0

 Gerenciamento de energia

Já falamos diversas vezes sobre o alternador pilotado. Normalmente, este gerador de energia está o tempo todo ligado ao motor, tomando energia mesmo quando ele não precisa recarregar a bateria. O alternador inteligente gira livre, sem a interferência dos componentes internos, quando a bateria está totalmente carregada. Esta função é gerenciada por uma central de controle, que lê diversos parâmetros de consumidores de energia para decidir o momento certo para ativar o alternador. 

Outro componente que passou por mudanças foi a ventoinha do radiador. Servindo também ao ar-condicionado, a resistência ao rolamento é menor ao aposentar as escovas e adotar um conjunto de imãs para o acionamento. Há, inclusive, a possibilidade de uma variação de velocidade maior que no sistema convencional. Bomba de óleo e combustível também passaram a ser variáveis, gastando menos energia. O uso da direção elétrica no lugar da hidráulica elimina outro peso "desnecessário" do motor. 

Fiat Argo 1.0

 Start-stop

O sistema que desliga o motor em paradas no trânsito deixou de ser item apenas dos modelos de luxo. Popularizado, está no Argo e Uno. Mas há uma diferença entre o sistema e, simplesmente, desligar o motor e religar. A FCA explica que a partida do start/stop usa bem menos combustível pois já sabe onde o "motor" parou e qual ciclo será necessário de ignição e combustível.

 

Comparativo VW Polo x Fiat Argo x Honda Fit x Peugeot 208

 Peso

Equipamentos de segurança, como airbags e ABS, itens de conforto e acabamentos pesam. Então como fazer um carro mais econômico se, em teoria, o peso aumenta? A solução foi reduzir o peso da estrutura. Com o uso de metais nobres e novos métodos de construção, o peso dos automóveis reduzem a cada nova geração. E não podem esquecer que a resistência a impactos e torção deve ser sempre mantida ou aprimorada, o que coloca mais lenha no trabalho dos engenheiros. O mesmo vale para aquele monte de coisa que as pessoas guardam sem necessidade no porta-malas.

Comparativo VW Polo x Fiat Argo x Honda Fit x Peugeot 208
Comparativo Fiat Argo HGT x Renault Sandero RS
Fiat Argo - Fotos oficiais (versões)

 Escalonamento de marchas e trocas

Uma relação de câmbio curta demais prioriza as acelerações, mas prejudica o consumo em velocidade de cruzeiro. Ao contrário acontece com um câmbio longo demais. Então, a transmissão é escalonada conforme a entrega de torque e potência do motor para dar o melhor aproveitamento e menor gasto de combustível. O indicador de troca de marchas é outro colaborador para a redução de consumo de combustível. 

Comparativo Fiat Argo HGT x Renault Sandero RS
Comparativo VW Polo x Fiat Argo x Honda Fit x Peugeot 208

 Na prática

No dia a dia, alguns pontos são importantes. O primeiro é o modo de condução com acelerações e frenagens suaves, com trocas de marchas na faixa de rotação indicada pelo painel ou manual do carro. O segundo é a manutenção, principalmente de componentes de ignição, alimentação e filtros, que podem reduzir consideravelmente o desempenho e consumo quando precisam ser substituídos. O mesmo vale para a calibragem dos pneus e alinhamento. 

Fotos: arquivo Motor1.com Brasil/divulgação

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