Começando quinta-feira (19), a Nissan não irá produzir veículos em nenhuma de suas seis fábricas japonesas pelo período de seis semanas para reconfigurar a inspeção final. É uma medida necessária após a descoberta de que funcionários de outras áreas da linha de produção estavam realizando a etapa de inspeção sem o devido preparo, liberados pelos supervisores. Essa etapa é obrigatória para os carros vendidos no Japão, que recebem um selo e precisam ter um relatório enviado para o governo nipônico.
Uma investigação feita por uma empresa independente revelou que algumas das fábricas transferiram parte do trabalho de inspeção final dos veículos para empregados de outras linhas. Como resultado, funcionários não autorizados deram o certificado de qualidade para os modelos que seriam vendidos no Japão.
A fabricante fará o recall de 1,16 milhão de carros produzidos e vendidos no Japão entre janeiro de 2014 e setembro de 2017 para refazer a inspeção. A campanha, que será o primeiro teste do CEO Hiroto Saikawa no comando da Nissan, deve causar um prejuízo de aproximadamente 25 bilhões de ienes (cerca de R$ 750 milhões).
“Os gerentes das fábricas agora tem a responsabilidade de impedir que isso aconteça novamente, normalizar a operação e colocar a empresa de volta nos trilhos para continuar crescendo", disse Saikawa durante a conferência de imprensa feita no quartel-general da Nissan em Yokohama. "Do meu ponto de vista, se eu perceber algum erro, tomaria medidas drásticas. Este é meu trabalho e estou aqui para liderar."
Como medida preventiva, a Nissan também aumentará a quantidade de inspetores nas fábricas japonesas. Saikawa disse que a culpa é das lacunas na comunicação entre os gerentes e os empregados nas linhas de montagem. Ele disse que irá investigar pessoalmente o caso antes de decidir de quem será a responsabilidade por essa falha "chocante".
A Nissan confirma ao Motor1.com que os veículos produzidos no Japão e que são exportados para o resto do mundo não estão envolvidos e não passarão por recall.
Fonte: Automotive News e Bloomberg
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