Foz do Iguaçu, cidade situada no interior do estado do Paraná e que conta com dezenas de atrações turísticas, foi a sede do National H.O.G. Rally 2017 (Harley Owners Group), encontro dos proprietários de Harley Davidson. Evento anual realizado pela marca, reuniu no feriado de 7 de setembro cerca de 1.200 pessoas vindas de diversos estados, a maioria em suas motocicletas, num total de 800 motos. O objetivo? Pilotar e se divertir.
Para nós, jornalistas convidados, o evento começou uma semana antes com a reunião do chapter ABA, grupo do HOG da concessionária de mesmo nome em São Paulo. Ali, o roteiro da viagem foi todo detalhado: postos de abastecimento, melhores formas de passar nos pedágios e redução dos possíveis riscos do caminho. Cada grupo conta com no mínimo 13 integrantes, o que varia conforme o comboio ou "bonde" de motos, que segue monitorando e interagindo com os demais veículos na estrada, proporcionando uma condução segura para os motociclistas. Além disso, os pilotos recebem uma "Cartilha de Segurança e Roteiro" e são devidamente orientados a fazer sua parte.
E assim foi. No dia 6 de setembro saímos em cerca de 40 motocicletas rumo a Londrina, local escolhido para o pernoite. Fui pilotando uma Road King 2017, que agora vem com o novo motor Milwaukee-Eight 107, de 1.745 cm³, com potência não declarada e torque de 14,8 kgfm a 3250 rpm. É uma Touring clássica que mantém o visual retrô com seus fartos cromados, rodas raiadas e pneus de banda branca. Oferece suficiente conforto para o piloto, com seu amplo para-brisa, banco largo e macio, bom posicionamento do guidão, ampla plataforma para os pés e comandos de fácil acionamento e identificação. Vem ainda com indicador de marcha, conta-giros, odômetros parciais e autonomia. Outro recurso bastante útil em estradas é o piloto automático.
As duas malas laterais de material plástico com acabamento em couro foram suficientes para minha bagagem. Para o garupa, entretanto, se faz necessário instalar um "sissy bar" (encosto com suporte). Durante o trajeto de 1.121 km entre a capital paulista e Foz do Iguaçu, o consumo médio ficou em 19,5 km/l - o que, com os 22,7 litros de capacidade do tanque da King, proporciona uma autonomia em torno de 440 km. Vale destacar a ausência de vibrações e o fim do calor nas pernas mesmo quando andando na cidade, graças ao truque do motor desligar o cilindro da frente quando o câmbio está em ponto morto. Com elevado torque em baixas rotações, boa capacidade de frenagem (freios combinados com sistema ABS), a Road King fica fácil de pilotar, considerando seu tamanho e peso.
Nossa chegada em Londrina ocorreu conforme a programação. Fomos recebidos pela revenda local, a Red Wheel Harley Davidson, com muita música e animação. No dia 7, seguimos rumo à Foz contando com o apoio da Polícia Rodoviária estadual - o que foi previamente programado pelo ABA chapter, pois existem estradas de mão dupla no caminho. Neste trecho, vale destacar a bela paisagem das plantações de trigo. Às 15 h chegamos ao Mabu Thermas Grand Resort, nosso HOG point de 2017. Retiramos nosso kit de participante e fomos para a piscina, local da confraternização onde, embalado por bandas de rock, começou o evento.
Na manhã seguinte fomos conhecer as cataratas do Iguaçu, local disputadíssimo por turistas, que vale muito a visita, e retornamos ao HOG point para mais uma tarde de boas conversas e integração. Na sequência, a noite contou com uma festa temática na qual os "guerreiros" comemoraram suas "conquistas".
No dia 9 foi realizado o tradicional desfile de motos com saída do hotel Mabu, seguindo rumo a Usina Binacional de Itaipu, onde realizamos, em 800 motos, o mesmo percurso dos ônibus turísticos - sensação que também ficará na memória de todos. Retornamos então ao hotel, onde participamos do "almoço das três fronteiras" desfrutando das culinárias brasileira, argentina e paraguaia, com entregas de placas aos chapters presentes.
Durante estes dois dias foram realizados três "Motor Games" com provas de habilidade. Os participantes encararam um circuito contra o cronômetro, em marcha lenta. Numa distância de 10 metros, vencia quem fizesse o maior tempo (a vencedora fez mais de 18 segundos!). Já na prova das argolas, agora com garupa, o carona tinha que "pescar" argolas situadas em cima de cones. Prevaleceu a galera paranaense.
Dia seguinte, infelizmente chegou a hora de voltar para casa - no nosso caso, de avião para deixar as motos para o retorno de outros jornalistas. Mas, para os participantes, teve toda a volta de moto - talvez, quem sabe, imaginando onde será o próximo encontro.