Em uma tentativa de seguir a tendência verificada na Europa, o Projeto de Lei 304/2017 quer proibir a venda e circulação de carros abastecidos com gasolina ou diesel a partir de 2040. Caso seja aprovado, a partir de 2030 as fabricantes só poderão vender veículos movidos a etanol, biodiesel ou elétricos. Dez anos depois, apenas automóveis de coleção, veículos oficiais e diplomáticos ou carros com placas estrangeiras poderão circular pelas ruas do Brasil com gasolina ou diesel.
A proposta é do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que enviou o projeto para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para análise. Também terá de passar pela Comissão de Meio Ambiente, circulando de forma terminativa, valendo de forma definitiva caso seja aprovada, sem ter de passar pelo Senado.
“Não deixa de ser uma proposta ousada, mas é uma tendência mundial. Diversos países já adotaram, algumas montadoras inclusive”, afirma o político em entrevista à Rádio Senado. Nogueira fala das decisões de outras nações. O Reino Unido já anunciou em julho que irá proibir carros a combustão a partir de 2040. A França tomou medida semelhante. A Alemanha dará mais um tempo, proibindo a circulação dos veículos só em 2050, mas a produção para em 2030.
A lei permitirá que apenas carros movidos a etanol, biodiesel ou elétricos circulem pelo país. Os híbridos ficariam de fora, embora alguns dos países europeus tenham esclarecido que essa modalidade não será afetada pela proibição. Atualmente, o único elétrico vendido no Brasil é o BMW i3, por R$ 159.950. Diversas marcas tentaram vender elétricos ou híbridos por aqui, mas cancelaram os projetos por falta de incentivos, como a Renault, que estudou trazer o sedã Fluence Z.E. e o compacto Zoe.
O mais próximo que estamos de nos preparar para essa realidade é o projeto SOFC da Nissan, que utiliza etanol em uma reação química para gerar hidrogênio e criar energia elétrica para o motor. Aceleramos o protótipo, que estava em testes no Brasil e promete ter autonomia superior a 600 km com um tanque de 30 litros de etanol. No entanto, a empresa diz que o desenvolvimento ainda está caminhando e levará anos para que a tecnologia possa ser usada em massa.
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