O mercado financeiro tem negócios com lucros de tirar o fôlego, mas sempre em negócios de risco. Entre as oportunidades de baixo risco, o retorno costuma ser igualmente baixo. A não ser que você tenha comprado um carro candidato a clássico. Neste caso, o retorno pode ser expressivo. É o que mostra, por exemplo, um Ferrari Sergio que foi recentemente colocado à venda na Holanda. Vendido novo a 3 milhões de euros, uma de suas unidades, a primeira a chegar ao mercado de usados, está em oferta por 4,3 milhões de euros. Uma valorização de 43% em pouco mais de 2 anos!
Com apenas 6 unidades produzidas, o supercarro tem 4,57 m de comprimento, 1,95 m de largura, 1,21 m de altura e um entre-eixos de 2,65 m, grande para um modelo de apenas dois lugares, mas com motor central. Falando nele, o do Ferrari Sergio é um V8 de 4,5 litros que rende 605 cv a 9.000 rpm e 55,1 kgfm a 6.000 rpm. Números que permitem a essa joia atingir 100 km/h, do zero, em 3 segundos. A velocidade máxima não é divulgada. E provavelmente ninguém sabe qual é. Quem se atreveria a colocar o pé na tábua em um carro tão caro?
O dono desta unidade, por exemplo, parece nunca ter se sentado ao volante. O modelo tem apenas 118 km marcados no hodômetro. Em suma, está novo em folha e tem até as malas especiais que foram feitas para ele. Diz a empresa que está tentando vendê-lo, a JamesEdition, que ele seria o primeiro Ferrari Sergio fabricado, algo que a própria descrição do "produto" aparentemente contraria.
O primeiro Ferrari Sergio fabricado estaria nos Emirados Árabes Unidos, mais especificamente no SBH Royal Auto Gallery, no circuito Yas Marina, em Abu Dhabi. O que está à venda é uma unidade que foi mandada para a Suíça. Questionamos a empresa sobre a informação: "Este Sergio foi o primeiro a ser fabricado, mas não o primeiro a ser entregue. E este também é o primeiro a ir à venda", diz Raquel Tovar, da JamesEdition. Em termos práticos, faz pouca diferença: quem tem dinheiro, quis um Ferrari Sergio mas não foi convidado a comprar um já deve estar na fila por esta unidade.
O Ferrari Sergio nasceu apenas como um conceito, em 2013. Aliás, ele se chamava Pininfarina Sergio, na época, mas fez tanto sucesso que os clientes rapidamente pediram por sua produção. Nem que fosse limitadíssima, como acabou acontecendo. O caso é que o Ferrari Sergio mostra que existem carros que ganham valor com o tempo. E chamar essas máquinas apenas de automóveis é injustiça: são obras de arte sobre rodas. Só não precisavam ficar eternamente em exposição. Ou sobre cavaletes...
Fonte: JamesEdition
Fotos: divulgação
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