Depois que BMW, Volkswagen e Daimler, dona da Mercedes-Benz, foram acusadas de montar um cartel na Alemanha, a história espirrou também para o lado dos fornecedores. E a primeira a ser envolvida na história é a Bosch. Segundo documentos da Volkswagen obtidos pelas autoridades alemãs, a empresa teria colaborado com as montadoras na definição de uma dosagem mais baixa de ureia do que a que concorrentes estrangeiros usavam. Este reagente químico é necessário à redução da emissão de óxido de nitrogênio dos motores turbodiesel e é vendido na Europa como AdBlue. No Brasil, ele é conhecido como Arla. Sem ele, os motores diesel não atingiriam as metas de emissões determinados pelas normas Euro mais recentes. Ao consumirem menos AdBlue/Arla, os modelos alemães pareciam ser mais eficientes, mas, na verdade, estariam apenas poluindo mais.
O escândalo, denunciado pela revista Der Spiegel, trouxe à tona possíveis acordos secretos entre as empresas alemãs. Eles guiariam pesquisas e desenvolvimentos de tecnologias e afetariam valores e estratégias. Entre eles, os níveis "máximos" de emissão de poluentes de motores diesel sob parâmetros de testes, algo que levou ao famoso Dieselgate. Fora destas condições, os carros da VW emitiam muito mais poluentes do que era permitido.
A Bosch se defende: "Tudo que sabemos sobre isso até agora é o que lemos ou ouvimos na mídia. Não tivemos nenhuma indagação relacionada a isso com as autoridades reguladoras alemãs ou europeias. Como não temos detalhes sobre os assuntos sob investigação, não podemos comentar sobre eles", disseram.
Colaborou Gustavo Henrique Ruffo
Fonte: Automotive News Europe
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