A Ford comemora nesta semana 35 anos do lançamento do Escort XR3 na Europa. O modelo chegou ao Brasil somente um ano depois, em 1983, e logo se tornou sonho de consumo de toda uma geração. Ele mantinha o visual do carro europeu, mas sem injeção eletrônica, e tinha um excelente coeficiente aerodinâmico para a época: 0,385.
A sigla XR3 vinha de “Experimental Research 3” e batizava o mais invocado dos Escort. Vinha equipado com motor 1.6 a álcool de 82,9 cv e muita personalidade no estilo: tinha defletor dianteiro, aerofólio traseiro, teto solar de vidro com persiana interna, os clássicos faróis de longo alcance com lavadores e os faróis neblina. O interior trazia bancos esportivos e painel bastante completo.
Em 1985 o chegava a versão conversível, um ícone da linha, com sistema de acionamento manual que facilitava a movimentação da capota e vidro vigia traseiro com desembaçador elétrico.
No modelo 1987, o XR3 foi reestilizado e ganhou linhas mais suaves, com para-choques de plástico envolventes que melhoraram a aerodinâmica. Além disso havia novas rodas de alumínio, aerofólio, painel com iluminação indireta e volante com revestimento imitando couro perfurado.
Em 1989, o Escort XR3 passou a ter motor 1.8 de 99 cv. Na linha 1990, além de aerofólio redesenhado e para-choques e saias na cor da carroceria, o conversível introduziu a capota com acionamento eletro-hidráulico. Em 1991, a série limitada XR3 Fórmula trouxe amortecedores ajustáveis com controle eletrônico, variando a carga conforme a velocidade. No fim da série, esses amortecedores passaram a ser oferecidos como opcionais no XR3 1992.
A segunda geração do Escort nacional foi apresentada em 1992, com distância entre-eixos aumentada de 2,40 m para 2,52 m, o que melhorou o espaço interno, e carroceria ainda mais aerodinâmica (Cx 0,35). O XR3 ganhou motor 2.0 de 115,5 cv, com injeção multiponto LE-Jetronic – mais tarde trocada pela EEC-IV –, freio a disco nas quatro rodas e suspensão mais firme, além de faróis de duplo refletor e faróis de neblina no para-choque.
Em 1996, a produção do Escort saiu de São Bernardo do Campo (SP), abrindo espaço para o Fiesta brasileiro, e foi concentrada em Pacheco, na Argentina. A versão esportiva deixou o nome XR3 e passou a se chamar “Racer”, sem nunca mais repetir o mesmo sucesso. Em 1997, a família teve o Escort RS, hatch de 3 portas com motor Zetec 1.8 de 115 cv, para encerrar a veia esportiva do modelo.
O Escort despediu-se do mercado em 2003, após 20 anos de produção. Recentemente uma nova geração do Escort foi lançada na China (foto acima), com carroceria sedã e uma proposta mai espaçosa e barata que o Focus Sedan. É um sucesso de vendas no mercado local, mas nunca foi cogitado para o Brasil.
Fotos: divulgação
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