Produzir carros no Brasil é muito pouco competitivo. Tanto que a indústria brasileira está empenhada em tirar o programa Rota 2030 do papel. Com inveja, assistimos a mercados vizinhos que recebem produtos mais interessantes, muitas vezes a preços mais baixos que os que pagamos aqui. Mas nem tudo são flores além de nossas fronteiras. Que o digam os argentinos. Segundo um estudo da empresa Bain & Company, é 25% mais caro fazer um carro na terra de Gardel do que por aqui. Ou 65% do que no México.
Segundo o estudo, cada operário produz 18 carros (provavelmente por ano). No Brasil, são 21,2. No México, a indústria consegue 40,2 carros por trabalhador. Para piorar, o salário médio pago aos operários argentinos é 41% mais alto do que o pago no Brasil e 60% do que o recebido pelos mexicanos, sendo que 53% do salário do argentino equivale a encargos sociais, com 46% no caso do brasileiro e 27% no do mexicano. E isso é apenas um dos pontos de encarecimento.
Os impostos também pesam bastante: 63% deles incidem sobre a produção, com 37% sobre o processo de comercialização. No Brasil, a incidência é de 39% na produção e de 61% nas vendas. No México, a produção não é tributada e, sobre a venda, incide apenas o IPVA.
Com uma receita destas, os carros argentinas são em média 25% mais caros do que os brasileiros e 60% mais do que os mexicanos. O custo de produção quase acompanha o preço, como já mencionamos. Se brasileiros e argentinos não encontrarem um modo de tornar suas indústrias automotivas mais produtivas e competitivas, talvez sigamos o caminho da Austrália, que deixará de ser um produtor de veículos em pouco tempo.
Fonte: Argentina Autoblog
Fotos: divulgação
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