A disputa pela liderança do mercado global de carros deve render novas emoções neste ano. Em entrevista concedida nesta semana à agência Automotive News, o chefão do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, prometeu superar expectativas e quebrar a polaridade tradicionalmente vista entre Volkswagen e Toyota. Nas palavras do executivo (nascido em Rondônia), o conglomerado francês-japonês deverá protagonizar a corrida e, pela primeira vez, fechará o ano como líder mundial.
"Estamos entre os três maiores fabricantes de automóveis desde janeiro no volume de vendas, e esperamos estar no primeiro lugar em meados do ano - embora este não seja nosso objetivo", disse o chefão. Empresa de consultoria especializada no setor, a JATO Dynamics elogia a atuação de Ghosn à frente da companhia. "Ele está gerenciando suas marcas muito bem. Onde a Renault é fraca, a Nissan é forte e vice-versa", avalia Felipe Munoz, analista da JATO.
De janeiro a abril deste ano, a Renault-Nissan cresceu 8% na comparação com igual período do ano passado. Neste mesmo tempo, a Toyota avançou 6%, enquanto a Volkswagen caiu cerca de 1%. Em número brutos, a gigante alemã aparece na frente, com 3,32 milhões de unidades vendidas, seguida pela japonesa com 3,06 milhões e, finalmente, pelos franco-japoneses com 3,02 milhões. Há, portanto, uma diferença de 300 mil carros que precisa ser superada.
E a chave para chegada ao topo do mercado virá exatamente do segmento de SUVs - atualmente o mais promissor (e competitivo) do mundo. A aliança tem a seu favor a maior participação do mercado global nesta categoria (aproximadamente 12%) e o crossover mais vendido do mundo - o Nissan X-Trail. Além disso, conta com outros competidores de peso e alto volume, como o Qashqai, o Renault/Dacia Duster e o Captur.
As demais marcas que compõem o grupo também terão participação decisiva no desempenho final. A Infiniti, por exemplo, acumula crescimento de 24% sobre 2016, seguida da Renault com 10%, Nissan e Dacia com 7% cada, Lada com 8% e Mitsubishi com 5%.
Fotos: divulgação
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