Neste Dia das Mães, pensamos em qual seria a melhor forma de homenagear essas mulheres que doam tanto de si por amor a suas criações. E talvez não exista exemplo maior de força e de capacidade do que Bertha Benz. Se Karl Benz é considerado o pai do automóvel, ela é certamente a mãe. Não só pelo apoio que deu ao marido no desenvolvimento do Benz Patent Motorwagen, considerado como o primeiro automóvel do mundo, mas também por levá-lo para além do horizonte. Bertha foi a primeira pessoa a fazer uma viagem de carro na história. De uma forma quase singela.
Depois de conseguir a patente de seu automóvel, em 29 de janeiro de 1886, Karl Benz desenvolveu o Motorwagen Model 2 em 1887, com várias mudanças em relação ao primeiro, e finalmente o Motorwagen Model 3, em 1888. Mas andava meio desanimado, sem ambições para sua invenção. Tanto que ela não tinha nem mesmo tanque de combustível.
Bertha, que havia ajudado a financiar o desenvolvimento do veículo com seu dote de casamento, acreditava em voos maiores. No dia 5 de agosto de 1888, ela pegou os filhos Eugen, de 15 anos, e Richard, de 13, deixou um bilhetinho para Karl dizendo que ia visitar a mãe e pegou o Model 3 emprestado. Empurrou o carro até uma distância segura, para não acordar o marido com a partida, e se mandou para a casa de mamãe. Detalhe: enquanto Bertha estava em Mannheim, sua mãe morava em Pforzheim. Uma distância de mais de 100 km. Sem que houvesse estradas ou qualquer caminho remotamente parecido.
A viagem levou cerca de 15h e terminou à noite. Chegando a Pforzheim, Bertha enviou a Benz um telegrama, avisando sobre a viagem. E voltou alguns dias depois por um caminho mais curto. No total, a pioneira percorreu 194 km. Abasteceu o carro comprando benzina em farmácias, sendo que a primeira delas, em Wiesloch, é considerada hoje o primeiro posto de reabastecimento.
Não pense que a viagem correu sem dificuldades. A primeira delas foi um entupimento da linha de combustível, que Bertha consertou com um alfinete de seu chapéu. Depois foi a fiação do fio de ignição que ficou sem isolamento, deixando corrente escapar. Bertha o enrolou com um elástico de cinta-liga e seguiu viagem. Quando os freios perderam eficiência, a pioneira mandou revestir as sapatas com couro, criando as primeiras lonas de freio.
A viagem mostrou a viabilidade de veículos motorizados. Em 1889, durante a Feira Mundial, em Paris, Karl Benz apresentou o Model 3 como um produto e fabricou cerca de 25 unidades até 1893. O resto da história você conhece bem. E provavelmente dirige um pedaço dela todo santo dia.
Se você teve neste dia 14 de maio a chance de beijar sua mãe e agradecer por toda a força que já ela lhe deu (além de sua própria vida), diga obrigado também à mãe do automóvel. Sendo como a gente, essa é a invenção que você mais curte nessa vida. O nome desta mãe, lembre-se sempre, era Bertha Benz.
Feliz Dia das Mães a todos os amigos do Motor1.com!
Fotos: divulgação
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Uma visita guiada ao Carde, museu de automóveis e arte em Campos do Jordão
Latin NCAP: Citroën Aircross falha gravemente em segurança
Retrospectiva: relembre a história dos hipercarros da Ferrari
Carros do G20: fomos a Copacabana analisar comitivas dos chefes de governo
O dia em que a BMW fez uma M3 picape
Teste Citroën Basalt Shine: a (quase) massificação do SUV cupê
Exclusivo do Brasil, VW Golf MK4,5 entra no acervo da marca