Como reflexo direto dos feriados prolongados seguidos e também da greve geral ocorridos em abril, a indústria automotiva brasileira recuou tanto em emplacamentos como produção. Em coletiva realizada nesta sexta-feira (5) em São Paulo, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostrou que as fabricantes registraram uma queda de 18,8% no total de carros produzidos.
Com menos dias úteis, a produção somada de toda a indústria foi de 191,1 mil carros. Apesar da queda em relação ao mês anterior, isso representa um crescimento de 11,4% no comparativo com o mês de abril do ano passado.
Da mesma forma, o número de emplacamentos também sofreu com o mês "mais curto". Com 156,9 mil unidades emplacadas, a queda foi de 17,1% contra o apurado em março (189,9 mil). No confronto com o mesmo período do ano anterior, a queda foi menor: - 3,7 %.
Por outro lado, as exportações seguem como uma via positiva. Mesmo com a retração de 14,2% se comparado com o mês anterior, o crescimento no comparativo com abril de 2016 mostra o expressivo crescimento de 48,1%, com o total de 58,8 mil unidades exportadas. Ao se analisar o desempenho do 1º quadrimestre, o resultado é ainda melhor: crescimento de 64,2%.
Depois do encontro entre os executivos das fabricantes nacionais com o presidente da República no mês passado para tratar do programa que sucederá o Inovar-Auto, o Rota 2030, a Anfavea começou a pontuar as bases que direcionarão a indústria nos próximos anos.
Tema recorrente é o aumento de competitividade da indústria, visando tanto o mercado nacional quanto o externo. Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, uma das chaves será o investimento em localização da tecnologia, tanto na área de propulsores quanto em conectividade, em nível similar ao dos principais mercados. "Não podemos deixar aumentar o espaço entre a tecnologia presente no Brasil em relação à que existe em países mais atualizados no mundo. O importante é que a gente desenvolva tecnologia também aqui no Brasil", afirmou o executivo.
Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia, novos padrões de eficiência energética e segurança também estão em pauta. Por falar em segurança, outro ponto que deve fazer parte do Rota 2030 é a adoção de um programa de inspeção veicular nacional. A ideia, segundo Megale, não será uma caça aos carros antigos, mas uma forma de impedir a circulação de carros sem condições de uso, o que reflete diretamente na segurança viária.
No que depende do governo, o programa também contempla a questão logística e de tributação. Segundo Megale, o encontro com o presidente da República não foi para pedir redução de impostos, mas uma simplificação dos tributos.
Citando um levantamento feito em uma montadora, o número de profissionais dedicados exclusivamente a tratar questões tributárias, dada a complexidade, chegar a ser de 70% comparado ao corpo de engenharia e desenvolvimento, o que encarece todo o processo.
Fotos: divulgação
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