A Renault não tem pressa para lançar o Kwid no mercado brasileiro. Ao menos foi essa a impressão que executivos da empresa demonstraram ao falar do futuro compacto, durante o lançamento do Captur à imprensa. "Não podemos errar no Kwid", disse um porta-voz da marca à reportagem do Motor1, ao explicar porque o modelo, exibido no Salão do Automóvel em novembro passado, ainda não chegou às lojas.
"O carro está praticamente pronto, agora é questão de acertar todos os detalhes de produção e qualidade do antes de começar a vendê-lo", explica outra fonte ligada ao projeto. "Não adianta acelerar o processo e acabar errando", conta o informante, claramente se referindo ao rival Fiat Mobi, que teve um começo de vendas abaixo do esperado. E quando fala em acertar a produção, a Renault fala sério: segundo apuramos, a marca terá capacidade de fazer o Kwid ser o líder de vendas do mercado brasileiro, se a demanda assim exigir. Isso significaria que a fábrica de São José dos Pinhais (PR) teria de colocar cerca de 15 mil Kwid mensalmente nas ruas, fora as unidades para exportação.
Outro aspecto que "segura" o lançamento é o intenso retrabalho feito no carro nacional em relação ao original indiano, conforme explicamos em maio do ano passado. Para se ter ideia, o hatch nacional será cerca de 20% mais pesado que o indiano (passará de 650 kg para em torno dos 800 kg) principalmente por conta de reforços estruturais no monobloco e uso de aços de alta resistência. Segundo a Renault, o carro daqui é tão mais forte que somente o banco do motorista pesa 9 kg a mais que o da Índia. Além disso, ele virá equipado de série com quatro airbags (dois frontais e dois laterais) em todas as versões. Tudo para evitar que o pífio resultado do carro indiano no crash-test do Global NCAP (veja clicando aqui) se repita no modelo brasileiro.
A aposta mais forte da Renault no Kwid, porém, está nos diferenciais do projeto em relação à concorrência. "Ele será bem mais espaçoso e terá porta-malas de verdade", antecipa um informante, comparando-o ao Fiat Mobi e ao VW up!. "Fora isso, ele terá características de SUV que tanto agradam ao consumidor brasileiro, como posição de dirigir elevada, bons ângulos de entrada e saída, e altura do solo de Duster", complementa. "Ele terá isso tudo e ainda vai custar barato", encerra outro fonte ligada à marca, se referindo ao fato de que o Kwid vai substituir o Clio como carro da entrada da Renault, abaixo do Sandero.
Mostrado no Salão em uma versão especial aventureira chamada Outsider, o Kwid será equipado com o novo motor 1.0 SCe de 3 cilindros da Renault, mesmo usado no Sandero, porém, em versão específica mais voltada para o consumo. O câmbio será manual de 5 marchas, também compartilhado com o Sandero, mas com relações exclusivas. Internamente, o acabamento será mais caprichado que no modelo indiano, incluindo diversos componentes do Sandero (central multimídia, saídas de ar, botões do ar-condicionado) e um quadro de instrumentos inédito, com velocímetro e conta-giros analógicos - na Índia ele usa um cluster mais simples, digital e sem conta-giros.
OK, sabemos então que a Renault vai caprichar para não repetir os erros das outras marcas que adentraram neste segmento. Mas quando o Kwid efetivamente será lançado para conferimos todas essas promessas? Julho ou agosto é uma boa previsão. Até porque o próximo modelo na lista de estreias da Renault agora é o SUV de luxo Koleos (veja flagra).
Fotos: Donizetti Castilho e divulgação (painel)
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Em guerra de preços, Mobi e Kwid saem pelos mesmos R$ 63.990
Reino Unido: Kia Sportage cada vez mais próximo da liderança anual
Após "cancelamento", Renault Kwid voltará à Argentina em 2025
Fiat Mobi alcança 600 mil unidades produzidas em quase 9 anos de mercado
Renault Kwid encarece e Fiat Mobi volta a ser o carro mais barato do Brasil
VW revela novo Tiguan 2025 nos EUA e adianta SUV que pode vir ao Brasil
Em promoção, Mobi e Kwid disputam posto de carro mais barato do Brasil