No finzinho de 2013, a lei que exigia airbags e ABS em todos os carros quase foi adiada. Era a chance que a Volkswagen tinha para manter a Kombi em linha, mesmo depois de fazer anúncio de despedida e Last Edition. E a empresa chegou a se preparar para anunciar a volta atrás, mas o governo, não. Tudo continuou como estava combinado, coisa rara por aqui, e a Kombi realmente se despediu das concessionárias. Mas não de vez, como mostra o conceito I.D. Buzz, estrela da marca alemã no Salão de Detroit. Mas sem risco de ameaçar seus passageiros da frente ou de pegar fogo na avenida. A Kombi do século 21 é elétrica e repleta de itens de segurança e tecnologia.
Seu nome é uma brincadeira com duas coisas: Buzz se lê exatamente como Bus, que era o nome da Kombi nos EUA. E Buzz faz referência ao ruído dos motores elétricos, mas também ao burburinho que o conceito deve causar no salão americano.
Construído sobre a nova plataforma elétrica da Volkswagen, chamada de MEB, o conceito tem 4,94 m de comprimento, 1,98 m de largura, 1,96 m de altura e com um entre-eixos de 3,30 m. Ele usa rodas de aro 22" com pneus 235/45. Com isso, a van pode transportar 8 passageiros e tem dois compartimentos de carga. O traseiro leva normalmente 660 l de carga, mas pode ser ampliado para 4.600 litros. O dianteiro comporta 173 litros.
O pacote de baterias, que fica no assoalho do veículo, tem capacidade de 111 kWh, o que lhe confere uma autonomia de 600 km. Com um motor em cada eixo, o I.D. Buzz tem 374 cv, mas poderia vir apenas com motor traseiro, de 272 cv, e um pacote de baterias de 83 kWh, o que o tornaria bem mais barato.
Como está, o conceito pode acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 5 s e tem velocidade máxima limitada eletronicamente a 160 km/h. Por meio do carregador padronizado CCS (Combined Charging System) de 150 kW, que a Volkswagen adotou com a BMW e a Daimler, o I.D. Buzz pode recuperar 80% de sua carga total em 30 minutos.
Tudo isso é a parte tecnicamente plausível nos dias de hoje. Mas o I.D. Buzz também faz promessas, como a da condução autônoma. A da VW é chamada de I.D. Pilot e vem sendo prometida para 2025. Quando ela é acionada, o conceito retrai o volante para o painel e permite que o banco do motorista vire em 180º. Será preciso coragem, ou muita confiança, para fazer um negócio desses.
Como você já deve ter notado, o "volante do I.D. Buzz não tem aro. E concentra todos os comandos, como as setas, os modos de direção (P, R, N e D, como em um câmbio automático) e o head-up display. Tanto que a Volkswagen o chama de "uma espécie de touchpad".
Segundo a Volkswagen, o I.D. Buzz será capaz de se conectar com o mundo exterior por meio de sua iluminação de LED na parte dianteira. Quando ele estiver estacionado, por exemplo, vai dar a impressão de estar "com os olhos fechados", como mostra a foto abaixo.
Ligado, o I.D. Buzz faz um show de luzes para receber seu motorista e passageiros. Quando anda, o emblema da VW e as luzes diurnas de LED ficam sempre acesas e adotam um desenho mais esportivo se o modelo estiver andando mais rápido. Por fim, no modo autônomo, os radares de teto se elevam e a Kombi moderna se comporta como se fosse um ser vivo: "olha" para os cantos para onde virar, para a frente e para pedestres e ciclistas, para alertar que os detectou.
Sem retrovisores, o I.D. Buzz usa câmeras para ver quem está vindo de trás ou está nas laterais. Ele também reconhece passageiros e motorista pelo VW User-ID, um aplicativo de celular que armazena as preferências de cada um dos ocupantes.
A Volkswagen não divulga intenções de produção muito menos estimativas de preço, mas, se o I.D. tem a pretensão de ser o Fusca ou o Golf dos tempos modernos, pode apostar que também há espaço para uma versão de produção do I.D. Buzz no futuro elétrico que a marca alemã imagina para si.
Fotos: divulgação
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