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Teste CARPLACE: Toyota SW4 sobe de nível, mas vale um Discovery Sport?

Teste CARPLACE: Toyota SW4 sobe de nível, mas vale um Discovery Sport?

Teste CARPLACE: Toyota SW4 sobe de nível, mas vale um Discovery Sport?
Nada menos que 1.281 unidades do Toyota SW4 de nova geração foram vendidos em março, seu primeiro mês completo de loja. É mais do que a soma de Golf e Focus juntos, e olha que vivemos um período de crise e estamos falando de um SUV que custa mais de R$ 200 mil! Qual será o segredo do utilitário desenvolvido a partir da Hilux para fazer tanto sucesso? E por que não olhar em volta e perceber que, mais ou menos pela mesma quantia, você leva um Land Rover Discovery Sport? Com diversas certezas e algumas dúvidas na cabeça, resolvemos reunir os dois. Pegamos trânsito urbano, estradas bem pavimentadas, caminhos de terra e até encaramos um off-road um pouco mais pesado para ver se o SW4 era mesmo tudo isso - e para ver se o Discovery acompanhava, claro! O resultado deste encontro você confere agora. Antes de mais nada, vamos fazer um esclarecimento importante: SW4 e Discovery Sport não são rivais diretos. O Toyota segue a escola clássica dos utilitários, com carroceria separada do chassi, motor turbodiesel de alta litragem e tração 4x4 conectável, incluindo caixa de transferência com reduzida e bloqueio do diferencial traseiro. Em resumo, é um fora-de-estrada sério, apesar desta nova geração ter ganho design mais social. Do outro lado, o Land Rover é um SUV da nova geração, feito sobre plataforma monobloco (carroceria e chassi na mesma peça), com motor turbodiesel de litragem menor e tração 4x4 eletrônica, controlada automaticamente ou por modos de condução. Para fazer as vezes de reduzida, usa a primeira marcha curta de sua transmissão de nove marchas. Diferentes na construção e conceito, estes SUVs acabam se embolando mesmo é na utilização e preço - R$ 225 mil no SW4 SRX e R$ 230.196 no Discovery SE (embora a versão das fotos seja uma HSE).
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Só de olhar os dois juntos percebemos que o SW4 é mais "parrudo", com elevada altura livre do solo e para-choque dianteiro cortado de modo a ampliar o ângulo de entrada. Historicamente, o jipão irmão da Hilux sempre foi um dos mais habilidosos off-road da categoria. E assim como na picape, não há porque duvidar desta capacidade só porque eles ganharam estilo mais urbano. Já o Discovery Sport lembra mais uma perua alta, uma versão mais família do Evoque, com o belo design que vem caracterizando os últimos lançamentos da marca.
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Internamente, a Toyota teve de trabalhar no SW4 para diferenciá-lo da Hilux, mas isso ficou tão evidente que não escondeu a origem mais espartana do projeto. Há um novo desenho para o miolo do painel, agora com a central multimídia integrada e um acabamento de couro sobre espuma com toque macio. Mas a maior parte do painel segue de plástico rígido e, no console, a marca aplicou uma imitação de madeira de gosto bastante duvidoso. Para completar, temos a herança histórica do reloginho estilo "Casio anos 1980" na parte superior do painel, acima da central multimídia - que, por sinal, é tão lenta quanto a da picape.
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O Discovery Sport surpreende quem espera encontrar nele a cabine do Evoque, mas não pelo lado bom. Ele é claramente mais simples e "vazio" em relação ao baby Range, mas sua qualidade de construção e, principalmente, o refinamento dos materiais estão alguns níveis acima do Toyota - incluindo uma central multimídia muito mais eficiente. O painel tem toque macio, o volante é revestido num couro mais caprichado, os bancos são mais aconchegantes e você não sente que tentaram fazer "firula" sobre uma base mais simples como acontece no SW4. Ambos têm opção de levar mais dois passageiros em banquinhos no porta-malas, mas a acomodação é sempre melhor em qualquer posição do Land Rover, pois o Toyota tem o assoalho elevado por conta do chassi, o que deixa os joelhos acima dos quadris. Comodidade presente no SW4 é a tampa do porta-malas elétrica, recurso que estranhamente falta ao Sport.
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Em movimento, também fica evidente como eles são animais diferentes. O SW4 é um verdadeiro tanque de guerra para atravessar buracos, tocos, pedras, valetas e erosões, mas cobra isso na parte dinâmica. Altão e com suspensão macia, ele afunda a frente nas frenagens sem dó e, nas curvas, deixa a carroceria inclinar demasiadamente. Neste ponto, confesso que esperava mais do modelo, pois a nova Hilux melhorou bem sua estabilidade em relação à anterior. O SW4 pode ser melhor que o antigo, mas, acredite, não tem o equilíbrio da picape, mesmo usando uma suspensão traseira com molas helicoidais (contra feixes de mola na Hilux). Claro que, em caso de excessos, o ESP faz bem seu trabalho e recupera a trajetória, mas é preciso ter em mente que o SW4 não deve ser guiado como um carro de passeio. Situação oposta vive o motorista do Discovery, que pode dirigir como se estivesse num sedã. A suspensão "sente" mais os impactos do solo e não dá para sair por aí emendando quebra-molas sem frear, mas em compensação você tem um carro obediente nas curvas, com rolagem bem contida da carroceria e mais preciso nas frenagens. Além de frear em bem menos espaço que o rival (veja quadro de testes ao final da reportagem), o Land Rover não transfere tanto peso para a dianteira quando se pisa com vontade no freio. A direção também é mais direta e comunicativa, embora a do SW4 também seja leve e confortável nas manobras. Mais pesado (quase 300 kg extras), o Toyota precisa de um motor maior (2.8 contra 2.2) para, no fim, acabar andando menos que o oponente. Foi o que sentimos no dia-a-dia, com uma certa falta de fôlego nas retomadas, e o que apareceu em nossas medições. Apesar dos 177 cv e dos parrudos 45,9 kgfm de torque, o SW4 levou quase 13 segundos para chegar aos 100 km/h e mais de 10 segundos para retomar de 40 a 100 km/h. No Discovery quase nem percebemos que estamos num modelo a diesel, por conta de seu funcionamento mais suave e silencioso na comparação com o rival - o SW4 ainda "bate castanholas" em giros mais elevados. E isso também vale para quando pressionamos o acelerador, com respostas bem mais ágeis e maior segurança nas ultrapassagens. O Land Rover precisou de 10,5 s para acelerar até os 100 km/h e de 8,7 s para retomar de 40 a 100 km/h, mesmo tendo menor oferta de torque - 43 kgfm, mas com um total de 190 cv de potência.
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Outra vantagem do inglês (que em breve será nacional) está no câmbio de nove marchas, sempre com uma relação mais adequada à situação que a caixa de seis velocidades do SW4 - ainda que a transmissão do Toyota também seja eficiente e suave nas passagens. Uma chatice do Land é a manopla giratória do câmbio, nada prática nas manobras - temos de ficar girando entre Drive e Ré em vez de simplesmente movimentar a alavanca para frente e para trás. Uma solução da Toyota que parece ter surtido efeito são os modos de condução, com os botões Power e Eco. Mesmo deslocando mais massa e com motor maior, o SW4 se revelou mais econômico na cidade. O Discovery, com mais marchas que proporcionam rotação do motor baixíssima na estrada, levou a melhor no consumo rodoviário.
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E na terra? Bom, nada parece deter o SW4 quando o asfalto acaba. São 279 mm de altura livre do solo e uma reduzida capaz de fazê-lo subir paredes - coloque pneus adequados e pode chamar seu amigo de Troller T4 para a trilha! O Toyota mostra excelente absorção dos impactos em estradas não pavimentadas e, mesmo na subida cheia de erosões que enfrentamos, ele subiu como se nem estivesse fazendo esforço. Também na hora de descer ele proporcionou mais segurança, ao aliar o controle de descidas (HDC) com a primeira marcha reduzida, mantendo a velocidade bem baixa. Mas o Discovery não se fez de rogado e enveredou pelos mesmos caminhos do jipão japonês, incluindo o subidão exigente - afinal de contas, estamos num Land Rover. Acontece que, aqui, a altura do solo de 212 mm não livrou o "fundo" do carro de levar umas pancadas, assim como a suspensão não conseguiu filtrar tão bem os buracos como o rival. Na subida a primeira marcha deu conta, mas na descida o carro ficou bem mais "solto" que o Toyota, mesmo usando o HDC. Em resumo, o Sport não foi feito para encarar o Camel Trophy, mas resolve 99% das necessidades off-road de seu público.
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E isso nos leva ao veredicto final: a não ser que você more numa fazenda ou tenha ficado apaixonado pelo estilo bruto-chique do SW4, não vemos motivo para que a Toyota cobre nele o quase mesmo que a Land Rover pede pelo Sport. Na maior parte do tempo (cidade/estrada/off-road leve), o Discovery fazer valer bem mais o investimento. Texto e fotos: Daniel Messeder Fotos internas: Divulgação

Ficha técnica: Toyota SW4 2.8 Turbodiesel SRX

Motor: dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 16 válvulas, turbo de geometria variável e intercooler, 2.755 cm3, diesel; Potência: 177 cv a 3.400 rpm; Torque: 45,9 kgfm de 1.600 a 2.400 rpm; Transmissão: automática de seis marchas, tração 4×2 (traseira), 4×4 e 4×4 com reduzida; Direção: hidráulica; Suspensão: independente com braços duplos triangulares, barra estabilizadora e molas helicoidais na dianteira e 4-link (quatro pontos de fixação) com molas helicoidais na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e traseira, ABS e BAS; Rodas: liga-leve aro 18″ com pneus de uso misto 265/60 R18; Peso: 2.130 kg; Capacidades: porta-malas 590 litros, capacidade de carga 590 kg, tanque 80 litros; Dimensões: comprimento 4.795 mm; largura 1.855 mm; altura 1.835 mm; entre-eixos 2.745 mm; ângulo de entrada 29º, ângulo de saída 25º, altura livre do solo 279 mm; Preço: R$ 220.000 com 5 lugares e R$ 225.000 com 7 lugares
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Aceleração
0 a 60 km/h 5,2 s
0 a 80 km/h 8,4 s
0 a 100 km/h 12,8 s
Retomada
40 a 100 km/h em S 10,3 s
80 a 120 km/h em S  9,7 s
Frenagem
100 km/h a 0 45,9 m
80 km/h a 0 28,4 m
60 km/h a 0 15,7 m
Consumo
Ciclo cidade 9,5 km/l
Ciclo estrada 12,4 km/l

Ficha técnica: Land Rover Discovery Sport SD4 SE

Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, turbo e intercooler, injeção direta, 2.179 cm3, diesel; Potência: 190 cv a 3.500 rpm; Torque: 43,0 kgfm a 1.750 rpm; Transmissão: automática de nove marchas, tração 4x4 permanente; Direção: elétricaSuspensão: independente McPhseson na dianteira e multilink na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira; Rodas: liga-leve aro 18" com pneus 235/60 R18; Peso: 1.863 kg; Capacidades: porta-malas N/D, tanque 65 litros; Dimensões: comprimento 4.589 mm; largura 2.000 mm; altura 1.724 mm; entre-eixos 2.741 mm; ângulo de entrada 25º, ângulo de saída 31º, altura livre do solo 212 mm; Preço: R$ 230.196 (abril 2016)
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Aceleração
0 a 60 km/h 4,4 s
0 a 80 km/h 7,0 s
0 a 100 km/h 10,5 s
Retomada
40 a 100 km/h em S 8,7 s
80 a 120 km/h em S 8,8 s
Frenagem
100 km/h a 0 40,0 m
80 km/h a 0 25,8 m
60 km/h a 0 14,5 m
Consumo
Ciclo cidade 8,9 km/l
Ciclo estrada 12,7 km/l

Galeria de fotos: Toyota SW4 e Discovery Sport

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Galeria: Teste CARPLACE: Toyota SW4 sobe de nível, mas vale um Discovery Sport?

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