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Teste CARPLACE: Peugeot 208 1.2 PureTech em busca dos 20 km/l

Teste CARPLACE: Peugeot 208 1.2 PureTech em busca dos 20 km/l

Teste CARPLACE: Peugeot 208 1.2 PureTech em busca dos 20 km/l
Teste CARPLACE: Peugeot 208 1.2 PureTech em busca dos 20 km/l
A Peugeot entra definitivamente na era downsizing no Brasil com o lançamento do motor 1.2 PureTech de 3-cilindros, que substitui o 1.5 4-cilindros no hatch 208. Para promover o produto, a marca bateu forte no fato de o modelo ter sido o mais econômico do país pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem, que usa dados do Inmetro para mostrar a eficiência energética do modelo. Acontece que a chancela do Inmetro é feita a partir de um dado de consumo obtido em laboratório, pela própria montadora, aplicando um fator de correção em torno dos 30%. Faltava o teste da vida real. Por isso, quando o 208 1.2 chegou aqui na redação do CARPLACE, não pensamos duas vezes: ele encararia nosso teste especial de consumo, pelo qual já passaram os carros mais econômicos do mercado - na última vez testamos juntos o up!, Fox e Ka, todos com motores 1.0 3-cilindros de concepção moderna. O atual campeão é o up! aspirado, com 20,0 km/l de média final no teste, abastecido com gasolina - o up! TSI ficou com 19,8 km/l. A prova consiste em dois trechos de estrada, entre Santana de Parnaíba e Tatuí, no interior de São Paulo - cidades cerca de 100 km distantes uma da outra. No trajeto de ida, rodamos a 100 km/h em última marcha. Na volta, aumentamos o ritmo para os 120 km/h (máxima permitida na Rodovia Castelo Branco), sempre com o ar-condicionado desligado e respeitando os instrumentos do carro que ajudam no consumo de combustível - no caso do Peugeot, a setinha que acende no painel para melhor momento da troca de marcha, visando o menor gasto possível. Como das outras vezes, aproveitamos para sair cedo, evitando o trânsito, e abastecemos exatamente nos mesmos postos. Ao encher o tanque do 208 pela primeira vez no dia, aproveitamos para calibrar os pneus e também para notar que a Peugeot ainda peca por manter a abertura do bocal do combustível atrelada à chave do carro - o que definitivamente não combina com um modelo considerado "compacto premium".
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Tanque cheio, hodômetro zerado e lá vamos nós em direção a Tatuí. E logo o 208 mostrou ser um bom companheiro de estrada. Apesar da baixa cilindrada, o moderno 1.2 12V 3-cilindros da PSA tem construção moderna, com bloco e cabeçote de alumínio, além de duplo comando variável de válvulas e correia banhada em óleo, que dispensa manutenção. O resultado é um propulsor compacto e leve (61,5 kg sem os agregados), que entrega seu torque máximo de 12,3/13,0 kgfm a somente 2.750 rpm, garantindo uma agilidade agradável ao hatch de 1.046 kg. A potência é de 84/90 cv a 5.750 rpm (gasolina/etanol).
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Rodando a 100 km/h em quinta marcha, o conta-giros mostra que o motor trabalha a 3.100 rpm, quase sem intromissão de ruído na cabine. A típica vibração dos propulsores 3-cilindros é bem contida, só aparecendo de leve em rotações iniciais, mas nada que incomode. Em alta, como vimos depois nos testes de desempenho, o 208 tem aquele ronquinho típico dos "meio V6", lembrando bastante o do up! e do Ka 1.0. Macio de suspensão e leve de direção (elétrica), o 208 fica devendo apenas um câmbio de engates melhores para ganhar nota mais alta em dirigibilidade. A caixa usada hoje, a mesma do antigo motor 1.5 (embora com relações específicas), tem engates um tanto longos e "manhosos", não combinando com a rapidez do volantinho de diâmetro reduzido. Para quem gostava da boa entrega de torque do 1.5 em baixas rotações (eu me incluo aí), a boa notícia é que o 208 1.2 manteve a vivacidade nas respostas - perdeu um pouco nos números de teste, mas se mantém agradável no campo das sensações.
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Conforme o posto de destino se aproximava, o computador de bordo já antecipava que o resultado seria interessante. E realmente foi: média de 20,2 km/l, superando a barreira psicológica dos 20 km/l - e olha que estamos falando de um motor 1.2 equipando um modelo bastante equipado. Trata-se de um grande resultado, mas que não coloca o 208 como o mais econômico do Brasil. Nesta mesma fase do teste, o Fox Bluemotion fez 22,2 km/l, o up! conseguiu 22,0 km/l e o Ka, 20,9 km/l.
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Será que na volta o 208 poderia surpreender com sua maior cilindrada, fazendo com que o motor fosse menos exigido? Bom, apontamos o velocímetro nos 120 km/h e o conta-giros mostrou 3.600 rpm, enquanto nos 1.0 dos "rivais" fica em torno dos 4 mil rpm nesta mesma condição. Chegando ao posto em Santana de Parnaíba, a média foi novamente boa, mas sem ameaçar os "mil": 15,4 km/l também com gasolina, ao passo que o up! registrou 18,0 km/l, o Fox veio com 17,6 km/l e o Ka fez 17,1 km/l.
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Para obter a média geral do teste, somamos as duas aferições e dividimos por dois. Resultado final da prova de consumo do 208: 17,8 km/l. Uma bela marca, mas que lhe garante apenas a quinta colocação em nosso ranking. O up! aspirado vem em primeiro, com média total de 20 km/l, seguido pelo Fox Bluemotion com 19,9 km/l e up! TSI com 19,8 km/l. Na esteira dos VW aparece o Ka, com média de 19,0 km/l, e depois então o Peugeot.
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Realizada a prova de consumo, partimos para a pista de testes - desta vez com gasolina, excepcionalmente. Afinal, o carro estava totalmente abastecido com o combustível fóssil ao fim das medições de consumo. Nas medições, já era esperado que o 208 1.2 não repetisse os números do 1.5, o que de fato aconteceu, mas ele também esteve longe de decepcionar. Acelerou de 0 a 100 km/h em 14,7 segundos e retomou de 80 a 120 km/h em 15,5 segundos, marcas semelhantes às dos melhores 1.0 com etanol. Ou seja, com álcool o 208 1.2 terá um pouquinho mais de disposição que os "mil".
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Nos demais aspectos, o 208 Allure é um belo compacto - e não estamos falando apenas do design. Ele ostenta o melhor acabamento da classe (muito bacana a faixa cinza no painel), um cluster com desenho arrojado (no estilo head-up display) e uma central multimídia com tela touch de 7 polegadas e conexão Apple Car Play e Android Auto. Pena que, para entregar esse 208 completinho (incluindo rodas de liga, ar digital de duas zonas, sensor de estacionamento e o teto panorâmico de vidro), a Peugeot cobre salgados R$ 54.990. Nós gostamos do 208 1.2, mas ficaríamos com a versão Active Pack, que já vem com a multimídia, airbags laterais e o ar digital, por R$ 51.690. Texto e fotos: Daniel Messeder

Ficha Técnica: Peugeot 208 1.2 Allure

Motor: dianteiro, transversal, três cilindros, 12V, flex; Potência: 84/90 cv a 5.750 rpm Torque: 12,3/13,0 kgfm a 2.750 rpm; Transmissão: câmbio manual de cinco marchas, tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão: Independente Mac Pherson na dianteira e eixo de torção na traseira; Freios: disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS; Peso: 1.046 kg; Porta-malas: 285 litros; Dimensões: comprimento 3,966 mm, largura 1,702 mm, altura 1,472 mm, entreeixos 2,540 mm Medições CARPLACE – (abastecido com gasolina) Aceleração 0 a 60 km/h: 5,9 s 0 a 80 km/h: 9,8 s 0 a 100 km/h: 14,7 s Retomada 40 a 100 km/h em 3a marcha: 13,2 s 80 a 120 km/h em 4a marcha: 15,5 s Frenagem 100 km/h a 0: 41,1 m 80 km/h a 0: 25,3 m 60 km/h a 0: 14,1 m Médias de consumo: 100 km/h: 20,2 km/l 120 km/h: 15,4 km/l Média final: 17,8 km/l

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