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Volta Rápida: Toyota SW4 se reinventa para encarar concorrência premium

Volta Rápida: Toyota SW4 se reinventa para encarar concorrência premium

Volta Rápida: Toyota SW4 se reinventa para encarar concorrência premium
Volta Rápida: Toyota SW4 se reinventa para encarar concorrência premium
Para muitos, ter um utilitário esportivo é questão de status. Quando a Hilux SW4 estreou, em 1998, a concorrência era limitada e bastou ser uma versão "fechada" da picape para se dar bem. Em 2005 veio a segunda geração, já com alguns diferenciais em relação à Hilux, quando o segmento já se sofisticava. Foi o suficiente para, nos últimos quatro anos, manter-se na liderança do segmento. Mas agora, na estreia da SW4 2017, ela não terá de enfrentar apenas seus pares como a Chevrolet TrailBlazer, mas também vai se embolar com modelos mais refinados e de marcas premium, como o Land Rover Discovery Sport. E é justamente para encarar este mundo novo que a Toyota muda completamente o seu SUV.
Volta Rápida: Toyota SW4 se reinventa para encarar concorrência premium

O que é?

Basta olhar para a SW4 para perceber que a Toyota trabalhou bastante no visual desta nova geração. Com o claro objetivo de descolar o modelo da Hilux, a marca tirou o primeiro nome, pegou emprestado uma pitada de design da Lexus, sua divisão de luxo, e deixou o SUV com estilo próprio. Para começar, a dianteira é mais sofisticada e traz faróis bi-LED com projetor e luzes de circulação diurna (DRL) de LED. O para-choque é dividido em dois níveis, com a parte superior bicuda e destacada por duas barras cromadas horizontais. A parte inferior é mais retraída, mas também traz cromados espessos na moldura dos faróis de neblina. Tudo bem diferente da picape. A lateral também é completamente nova, com destaque para o desenho da linha de cintura, que se eleva a partir do meio da porta traseira. Este detalhe é ressaltado pela coluna "C" bastante inclinada, com acabamento em preto brilhante, e pelos frisos cromados na base dos vidros.
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A traseira também lembra mais Lexus do que Toyota, com suas lanternas finas e bem horizontais, acabando com o efeito "tuning" das lanternas transparentes da geração anterior. O desenho da tampa traseira mantém linhas comportadas, assim como o para-choque, mas ainda é possível ver o estepe posicionado debaixo do carro.
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O interior também muda muito. Em relação à SW4 anterior, o salto é gigante. O objetivo aqui, além da diferenciação com a picape, era deixar o carro com aspecto mais sofisticado, e assim, fazer frente aos modelos com mais pedigree. Prova disso é o acabamento em couro marrom, os apliques que imitam madeira e metal no console central e o painel central dividido por duas barras horizontais, com detalhe macio em couro. Em três "andares" ficam a central multimídia, os comandos do ar-condicionado e os botões da tração 4x4 e agregados. Ainda assim, o parentesco com a Hilux é notado pelo uso do mesmo volante, alavanca de câmbio, botões e parte do painel de instrumentos.
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O interior ainda revela algumas surpresas. O ar-condicionado é digital automático e possui saídas para três fileiras de bancos, o que inclui ajuste da intensidade de ventilação (não possível alterar a temperatura) para os bancos traseiros. Por falar neles, a segunda fila de assentos vem com apoio de braço, inclinação do encosto com ajuste longitudinal e um novo sistema de rebatimento one touch, para facilitar a entrada dos ocupantes da terceira fila. Assim como na geração anterior, o rebatimento deixa os bancos traseiros em posição vertical, o que rouba espaço lateral do porta-malas, mas não interfere na profundidade. Em comparação com a geração anterior, a Toyota realmente conseguiu dar uma identidade mais caprichada ao modelo, tirando aquele aspecto de acabamento "puro e duro" de carro de fazenda. O nível de equipamentos também evoluiu, embora estejamos falando da versão de topo SRX, que por enquanto é a única disponível para a nova geração. Ela traz sete airbags (frontais e laterais para motorista e acompanhante, de joelho para o motorista e cortinas laterais), cintos de três pontos para todos os ocupantes, abertura das portas por aproximação, ignição do motor por botão, abertura e fechamento elétrico do porta-malas, tomada de 220V (100W), volante multifuncional, tela colorida de 4,2" no painel de instrumentos para o computador de bordo, sistema multimídia com tela touchscreen de 7”, navegador por GPS, TV digital, DVD, MP3, Bluetooth e seis alto-falantes.
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Como anda?

A Toyota começa a vender a SW4 2017 equipada com o mesmo novo motor  da Hilux: 1GD (Global Diesel) de 2.8 litros, quatro cilindros em linha com 16 válvulas, duplo comando com acionamento por corrente, turbocompressor de geometria variável (TGV), intercooler e sistema de injeção eletrônica direta common rail. A potência é 177 cv a 3.400 rpm, enquanto o torque fica em 45,9 kgfm disponíveis entre 1.600 e 2.400 rpm. Apesar de ser um propulsor menor, oferece mais potência e torque que o antigo 3.0, além de ser até 11% mais econômico, segundo a Toyota. A outra opção é 4,0 litros V6 VVT-i a gasolina com 24 válvulas, que gera 238 cv de potência a 5.200 rpm e 38,3 kgfm de torque, a 3.800 rpm. Em qualquer caso, o câmbio é automático de seis marchas com tração 4x4. Para o test-drive, a única opção disponível era a diesel, a qual a Toyota estima responder por 95% das vendas. Ao entrar na cabine, a evolução é nítida. Um painel atual e condizente com a proposta do carro, comandos integrados bem desenhados, excelente leitura do painel de instrumentos, ajuste elétrico do banco, botão para partida do motor e, enfim, volante com ajustes de altura e profundidade! A primeira parte do teste foi num percurso off-road com estrada de terra bem deteriorada e um parque de obstáculos. Já no início do teste, lembrando que estamos no modelo a diesel, chama a atenção o bom isolamento acústico. A Toyota disse que o conforto foi um dos pilares de desenvolvimento do SW4, e por isso aplicou mantas isolantes mais generosas na região do cofre do motor e do assoalho. A suspensão, também retrabalhada, enfrenta bem os sulcos e irregularidades, o que é importante para quem vai usar o SUV em fazendas ou enfrentar estradas mais complicadas. Único inconveniente é que os ocupantes da segunda e terceira fileiras saltitam um pouco, com chances de bater a cabeça no teto. Isso apesar de a suspensão traseira não usar eixo rígido com feixe de molas, como na Hilux, e sim um sistema 4-link com molas helicoidais. Por um botão, é possível ligar ou desligar o sistema de bloqueio de diferencial traseiro. Este é um recurso útil para quando o condutor identifica a necessidade das rodas traseiras girarem exatamente na mesma velocidade, o que facilita, por exemplo, manter a mobilidade nos obstáculos em que uma das rodas fica no ar - como a torção da foto abaixo, por exemplo, já que a força do motor não se dissipa toda na roda sem contato com o solo.
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Até aqui, nada muito desafiador. Grandes valetas, erosões e lamas são vencidas com sucesso. A suspensão trabalhou de forma eficiente. Por falar nela, a suspensão traseira teve o braço de controle inferior colocado 20 mm mais para baixo, junto com os amortecedores, para melhorar a estabilidade e controle em velocidade. Destaque também para o interruptor eletrônico para seleção da tração 4x4, que assim elimina a segunda alavanca no console. Uma evolução que melhora o uso fora-de-estrada é novo chassi cerca de 20% mais rígido, reflexo do uso de aço de alta resistência e novos 66 pontos de solda.
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No circuito de terra criado para testar as funções de off-road, acionei o assistente de subida (HAC) ao parar no meio de aclives e o assistente de descida (DAC) em ladeira íngremes, o qual é ativado por um botão no console e dá "cutucadas" nos freios para ajudar a controlar o carro em descidas mais bruscas, mesmo usando a tração 4x4 reduzida. Tudo muito fácil. No entanto, no trecho que simulou um pêndulo, os pneus de uso misto patinaram bastante. Mesmo com o controle de tração ativo (A-TRC), que funciona quando o 4x4 é acionado, foi um pouco mais complicado tirar o utilitário dali. Não tem jeito: os pneus certos são fundamentais para trechos de muita lama.
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Depois do percurso off-road, foi a vez de colocar a SW4 na estrada. O trecho escolhido pela Toyota foi 100% rodoviário, de excelente pavimento e com curvas somente nos retornos. Em pouco mais de 50 quilômetros, foi possível constatar novamente que a SW4 ficou mais silenciosa. Pisei fundo e a sensação que tive foi a de "carro na mão", com estabilidade adequada para o porte do SUV. Nas poucas chances de fazer curva, aproveitei para forçar um pouco e sentir que a inclinação da carroceria está dentro da esperado para este tipo de utilitário. O câmbio automático de seis marchas oferece trocas suaves e podem ser feitas tanto na alavanca quanto nas borboletas no volante. No lugar de uma opção Sport, a Toyota colocou um botão "Power" para deixar o motor com mais disposição. No trajeto que fizemos, notamos alteração mínima na faixa de giro do motor, mas nada que o deixasse mais arisco. Da mesma forma, o botão "Eco" promete mais economia com mapeamento mais suave do motor. Pela limitação do trajeto, não conseguimos apurar ganho de economia.
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Os freios também receberam atenção da Toyota, e agora possuem discos ventilados nas quatro rodas. No curto roteiro, pareceram cumprir bem a função de segurar as mais de duas toneladas da SW4. A sopa de letrinhas dos sistemas de segurança também aumentou: agora contempla BA (assistente de frenagens emergenciais), EBS (luzes de frenagem de emergência), A-TRC (controle de tração ativo), VSC (controle de estabilidade) e TSC (assistente de reboque), além dos já citados HAC e DAC.
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A conclusão é de que a SW4 evoluiu bastante. É o tipo do SUV que você não fica com dó de usar em estradas de terras ruins, esburacadas ou cheias de lama. O jipão da Toyota mantém a construção sobre chassi, que está se tornando rara no segmento, e os recursos off-road oferecem mais confiança ao condutor. A elevada distância do solo ainda exige atenção na condução no asfalto (principalmente se comparado aos crossovers com base de carro de passeio), mas é o preço a se pagar pela robustez do modelo.

Quanto custa?

Sabe aquela conversa de encarar concorrentes premium? Então, basta olhar os preços para perceber que a Toyota mirou para o Discovery Sport, modelo da Land Rover que em breve será montado em Itatiaia (RJ), para definir sua tabela. A versão mais barata da Toyota SW4 é a SRX 4x4 V6, por R$ 205 mil, praticamente o mesmo preço do Discovery Sport 2.0 Turbo SE (240 cv), de R$ 206.300. Partindo para as versões a diesel, a SW4 SRX 4x4 2.8 TDI (177 cv) custa R$ 220 mil com cinco lugares e R$ 225 mil com sete, ao passo que o rival britânico na versão 2.2 SD4 Turbo Diesel (190 cv) custa R$ 223.500.
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Isso mostra que a Toyota está olhando para cima, e não para os lados, pois a Chevrolet Trailblazer, que receberá mudanças em breve, tem preço mais convidativo neste momento. Tudo que bem que falte aquela "aura" de confiabilidade que a Toyota conseguiu dar aos seus modelos no Brasil, mas o SUV da Chevrolet entrega mais potência, espaço semelhante, porte e proposta partindo de R$ 163.790 na versão 3.8 V6 gasolina de 277 cv e R$ 192.090 na 2.8 Turbodiesel de 200 cv. Correndo por fora, temos ainda o Jeep Grand Cherokee e o Mitsubishi Pajero Full na briga com com a SW4. No fim, vemos que a Toyota aposta novamente na força da marca, na confiança do pós-venda e na qualidade para atrair consumidores. A nova SW4 realmente ficou mais bonita, com estilo próprio, interior adequado para a proposta, bom nível de equipamentos e capacidade de off-road. No entanto, a ausência de uma versão com preço mais acessível pode fazer a clientela ser seduzida pelos rivais de marcas mais nobres e de maior status. Por Fábio Trindade, de Itatiba (SP) Fotos: Divulgação

Ficha técnica: Toyota SW4 2.8 Turbodiesel SRX

Motor: dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 16 válvulas, turbo de geometria variável e intercooler, 2.755 cm3, diesel; Potência: 177 cv a 3.400 rpm; Torque: 45,9 kgfm de 1.600 a 2.400 rpm; Transmissão: automática de seis marchas, tração 4×2 (traseira), 4×4 e 4×4 com reduzida; Direção: hidráulica; Suspensão: independente com braços duplos triangulares, barra estabilizadora e molas helicoidais na dianteira e 4-link (quatro pontos de fixação) com molas helicoidais na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e traseira, ABS e BAS; Rodas: liga-leve aro 18″ com pneus de uso misto 265/60 R18; Peso: 2.130 kg; Capacidades: porta-malas N/D, capacidade de carga 590 kg, tanque 80 litros; Dimensões: comprimento 4.795 mm; largura 1.855 mm; altura 1.835 mm; entre-eixos 2.745 mm; ângulo de entrada 29º, ângulo de saída 25º, altura livre do solo 279 mm; Preço: R$ 220.000 - 5L/225.000 7L (janeiro 2016)

Fotos: Toyota SW4 SRX 2016

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