Carros para sempre: Ford Focus elevou patamar dos médios
Carros para sempre: Ford Focus elevou patamar dos médios
Atualmente o carro mais vendido do mundo, o Ford Focus tem uma história que começa ainda no fim da década de 1990. Naquela época, a Ford estreava um novo padrão de design (New Edge), além de novos conceitos e tecnologias inéditas para o segmento. Ele representava um ruptura total com o o Escort, carro o qual substituiria, e sua missão não era tarefa fácil: substituir um clássico de décadas, um verdadeiro "patrimônio" da Ford. Estreando como carro global, o Focus iria superar as expectativas da marca e conquistar diversos mercados, escrevendo uma história de sucesso.
Projeto alemão e britânico, o Focus foi apresentado pela primeira vez ao público no Salão de Genebra de 1998. O hatch esbanjava modernidade nas formas, que combinava curvas e arestas num formato totalmente diferente do Escort, tendo ainda uma caída traseira mais acentuada, abandonando o "meio volume" traseiro do antecessor. Lanternas elevadas que se integravam às colunas e arcos de rodas bem pronunciados estavam entre os destaques visuais.
Por dentro o arrojo das formas também tomava conta: o painel com design que fugia do convencional apostava em formas recortadas e criativas. Espaço interno, nível de conforto, qualidade de materiais no acabamento e silêncio interno ditavam um novo patamar entre os médios - e a Ford precisava de uma resposta à altura, afinal, a concorrência era composta por VW Golf, Opel Astra, Renault Mégane, Citroën Xsara e Fiat Bravo/Brava.
Interior Focus Ghia
Mantendo a gama de motores Zetec-E (bloco de ferro) e Zetec-S (bloco de alumínio), o Focus também se destacava pelo ótimo acerto de suspensão. Havia equilíbrio entre conforto e estabilidade raramente visto na categoria, mérito também da suspensão traseira independente do tipo multlink, coisa de carros mais caros que o Focus trouxe ao segmento médio.
No Brasil, o Focus começava a ser vendido no segundo semestre de 2000. Produzido na fábrica de General Pacheco, na Argentina, ele chegou nas versões hatchback cinco portas e sedã (na Europa havia ainda uma perua), nas versões básica e Ghia. Eram equipados com motores Zetec-E nas configurações 1.8 e 2.0 litros, ambos 16V e com 115 cv e 130 cv de potência, respectivamente, associados ao câmbio manual de cinco marchas.
Focus Ghia
Como itens de série eram oferecidos direção hidráulica, ar-condicionado e conjunto elétrico. Rodas de liga leve aro 15", teto-solar com abertura manual (Ghia), freios ABS, airbag duplo e computador de bordo eram opcionais. Em 2002, o Focus era atualizado com a opção de teto solar elétrico, câmbio automático de quatro marchas, faixa degradê no para-brisa e bancos de couro.
Enquanto isso, na Europa era apresentado o nervoso RS, um esportivo de verdade equipado com o motor 2.0 turbo de 215 cv e 31,6 kgfm de torque. Com visual invocado, rodas aro 18" e freios Brembo, acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 6,3 segundos e alcançava de 232 km/h de velocidade máxima.
Para os brasileiros, no mesmo ano estreava no Salão do Automóvel o Focus XR, uma edição limitada a 360 unidades que trazia visual esportivo: rodas exclusivas aro 16" e pneus 205/50, bancos personalizados, teto-solar, faróis escurecidos, suspensão mais baixa em 10 mm, escapamento mais livre e faróis de neblina compunham o pacote. O motor 2.0 16V, porém, ficava em mansos 126 cv.
Focus XR
Em 2004, junto com as atualizações que o Focus havia recebido em 2002 na Europa (novos faróis duplos com luzes de seta integradas, para-choques redesenhados com suporte para farol de neblina e borracha de proteção), a Ford também substituía o motor 1.8 16V importado pelo 1.6 8V Zetec Rocam nacional. Apesar da potência menor do 1.6 (103 cv e 14,6 kgfm contra 115 cv e 16,1 kgfm do 1.8), o peso mais baixo e a boa oferta de torque em baixa compensavam em parte o desempenho, uma vez que o 1.8 Zetec era excelente em alta, mas apenas mediano em baixa.
As versões eram GL, GLX e Ghia, sendo a última equipada exclusivamente com motor 2.0. Nessa época, a segunda geração do Focus estava sendo apresentada na Europa, mas a Ford optou não trazer o modelo ao Brasil inicialmente. Porém, no ano seguinte, como consolo, o Focus nacional recebia o novo motor 2.0 Duratec, que já vinha sendo utilizado nas versões de topo do EcoSport. Mais moderno que o Zetec, tinha construção toda em alumínio, menor peso, potência de respeitáveis 147 cv (140 cv nas versões automáticas) e 19,0 kgfm de torque. Além do motor, o modelo ganhava nova grafia no quadro de instrumentos.
A novidade deu um tempero esportivo ao Focus, algo que o Zetec não chegava a entregar. Além do funcionamento mais suave e isento de vibrações, o consumo e o desempenho melhoravam: o hatch Duractec acelerava de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e alcançava a velocidade máxima de 207 km/h.
Depois disso, a última novidade seria o motor 1.6 Rocam flex das versões de entrada e intermediárias, que chegaria ao Focus em somente 2007 (havia sido lançado no Fiesta em 2005). Com 113 cv de potência e torque de 15,1 kgfm, dava fôlego adicional a um modelo que já não era mais prioridade para a Ford.
Disponível apenas nas versões GL e GLX, ambas com motor 1.6, os últimos Focus de primeira geração conviveram por um tempo com o novo Focus, que chegou no fim de 2008 como modelo 2009 (já com a reestilização recente do modelo europeu) equipado com motor 2.0 a gasolina. Em 2010, com a chegada do inédito motor Sigma 1.6 16V flex de 116 cv e 16,3 kgfm de torque adaptado pela Ford brasileira, o novo Focus 1.6 aposentava de vez a primeira geração, após 10 anos do lançamento em nosso mercado.
Galeria: História do Ford Focus - 1ª geração
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