Há alguns meses atrás relembramos aqui no Carros para Sempre a história do Fiat Brava, o fastback médio da marca italiana de linhas arrojadas que surgiu na Europa em 1995. Na época, o injustiçado Tipo passava por altos e baixos aqui no Brasil, onde permaneceu até 1997. Mas foi somente em 1999 que a Fiat decidiu fabricar o Brava no país, a versão mais clássica do hatch Bravo, que só existia com carroceria de duas portas.
O principal destaque do Brava eram as linhas arrojadas, em que pese o lançamento com quatro anos de atraso em relação à Europa. Ele chamava atenção pela frente afilada de faróis estreitos e pela traseira com a lanterna "rasgada" em três segmentos. A cabine tinha visual semelhante ao do Marea, com painel bem desenhado, amplo espaço interno e acabamento refinado.
Foi vendido por aqui nas versões SX e ELX, que usavam motor 1.6 16V de 99 cv e 14,8 kgfm, atualizado pouco tempo depois para 106 cv e 15,1 kgfm de torque. Porém, o Brava que mais sentimos saudade é o esportivo HGT, que de certa forma sucedeu do saudoso Tipo Sedicivalvole. Equipado com motor 1.8 16V (da mesma família do 1.6 16V), rendia 132 cv e 16,7 kgfm de torque.
O propulsor italiano tinha duplo comando de válvulas, coletor de admissão com geometria variável e cabeçote em alumínio. Entregava bom desempenho, com aceleração de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e velocidade máxima de 200 km/h (dados da Fiat), embora na prática fosse um pouco menos: revistas da época apontavam 10,5 segundos de 0 a 100 km/h e 195 km/h de máxima - o que não deixavam de ser valores animadores para a época.
Esportivo e discreto, o HGT incrementava o visual do Brava com rodas esportivas aro 15" calçadas em pneus 195/55, aerofólio, grade dianteira na cor cinza e mesmo revestimento interno aveludado do Marea Turbo. Opcionais eram freios com ABS, ajuste de altura do banco do motorista e airbags dianteiros e laterais. No ano seguinte ao do lançamento, bancos de couro e teto-solar também entravam na lista de opcionais.
Com preço de R$ 34,4 mil no lançamento, ele rivalizava principalmente com o Astra Sport, que usava motor 2.0 8V de 112 cv (um fato curioso, já que o topo de linha GLS tinha um motor 2.0 16V de 128 cv). Bem situado em potência no segmento de médios, o Brava HGT com seus 132 cv superava o Ford Escort/Focus 1.8 16V de 115 cv e até o Audi A3 1.8 20V de 125 cv. Bem equilibrado em dinâmica e com acabamento de Marea, o Brava HGT era elogiado por publicações da época e ostentava até um certo status. Mas isto duraria pouco...
Logo depois, em 2002, a Fiat começava a produzir o Stilo no Brasil. Desta vez, a marca italiana foi muito mais ágil ao trazer o carro da Europa para cá, diferentemente de quando lançou o Tipo ou o próprio Brava com vários anos de atraso. Mas isso também significava que o fim da curta vida do Brava estava próximo, e no mesmo ano o esportivo HGT saía de linha, restando apenas a versão de entrada SX, que durou poucos meses até o início de 2003.
Galeria: Carros para sempre: Brava HGT esquentou o segmento dos médios esportivos