Depois de encarar um bate-e-volta de São Paulo ao Rio de Janeiro, o novo Fiat Uno Way cumpriu sua função na rotina diária da capital paulista, com direito a compras de carro cheio. Nesse meio tempo, o Way também disputou as atenções com o Uno Evolution, ambos equipados com motor 1.4. Avaliando as duas, ficou difícil dizer qual das versões chama mais atenção na rua: o modelo Way, na cor Verde Amazon e com seus plásticos evidentes, ou o Evolution Laranja Ruggine.
Apesar de serem basicamente o mesmo carro, Way e Evolution têm diferenças. O aventureiro traz suspensão elevada, pneus de uso misto e relação de diferencial mais curta. Isso faz dele um pouco mais bem disposto nas saídas e subidas, enquanto o Evolution tem como premissa a economia de combustível e, assim, tenta manter o giro do motor mais baixo com sua relação alongada. A diferença de peso (1.004 kg no Way e 990 kg do Evolution) é quase insignificante.
O modelo Evolution, como vocês já sabem, conta com o sistema Start-stop. Vale lembrar que para o recurso funcionar é preciso estar com o carro parado em ponto morto. O motor é religado quando o motorista aciona o pedal de embreagem. O start-stop funciona muito bem, mas não é imperceptível, uma vez que, com os vidros do carro abertos, é possível escutar o motor religando, ou então perceber a intensidade dos faróis se alterando. Mas não há problema algum nisso. Caso você não queira que o carro fique ligando e desligando, basta pressionar o botão ao lado do desembaçador traseiro.
Apesar de ambos serem equipados com o mesmo motor 1.4 litro de 88 cv de potência e 12,5 kgfm (com etanol), o Evolution sente um pouco mais nas arrancadas quando o carro está cheio, ou até mesmo quando o ar condicionado está ligado. O Way é mais esperto em diversas situações, por conta da relação mais curta que deixa o motor mais "cheio". Outro ponto relacionado ao ar-condicionado é o ruído: com o dispositivo ligado em velocidade mais alta, fica complicado escutar o rádio ou conversar com as outras pessoas que estão no carro sem elevar o tom de voz, seja no Evolution, seja no Way.
Atrás do volante de fácil manejo, o painel de instrumentos é completo e agradável, com um display LCD de 3,5 polegadas no centro, que lembra bastante um smartphone. Caso você queira seguir a indicação de troca de marcha que privilegia o consumo de combustível (uma das funções do computador de bordo), esqueça a agilidade, já que o carro demonstra lentidão. Se não acelerar com vontade, parece faltar potência em arrancadas e retomadas.
O Uno continua sendo muito prático, fácil de manobrar e estacionar. E essa praticidade fica ainda mais evidente quando o veículo conta com sensor de estacionamento e câmera de ré, com display no retrovisor, tornando as balizas mais tranquilas. Para ajudar, ao engatar a marcha à ré, o espelho retrovisor do lado direito abaixa sozinho, auxiliando o motorista.
Para superar adversidades no trânsito, como chuva mais pesada ou trechos com terra/areia, a versão Way dá alguns passos à frente do modelo Evolution. Mais alto em relação ao solo (190 mm contra 170 mm), o aventureiro encara as valetas com mais facilidade e tranquilidade que o Evolution. Em compensação, o Way tem suspensão molenga e sacoleja nas curvas, enquanto o Evolution mostra dinâmica mais apurada.
No próximo capítulo do Garagem CARPLACE, vamos avaliar a versão Sporting equipada com câmbio Dualogic. Aguardem!
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Galeria: Garagem CARPLACE #5: Uno Evolution ou Uno Way?