O segmento médio se expandia com várias novidades e a Chevrolet naturalmente não queria perder seu espaço naqueles meados dos anos 1990. O Kadett havia sido lançado em 1989, mas em 1994 já não mostrava fôlego suficiente para enfrentar a concorrência que se armava com Fiat Tipo, VW Golf e o Ford Escort atualizado, entre outros. A solução provisória foi trazer o bem sucedido Astra da Bélgica, aproveitando também o "boom" dos importados na época.
O Opel Astra foi apresentado pela primeira vez no Salão de Frankfurt de 1991, mas o nome já era usado pela Vauxhall no Reino Unido desde 1979. O hatch media 4,05 metros de comprimento e a perua 4,28 m, mas a Europa teria muitas variações que não vieram para cá: hatchback duas portas, conversível, sedã e esportivo (GSi).
No Brasil, o Astra chegou no fim de 1994 nas versões hatch e perua para substituir o Kadett e a Ipanema, respectivamente. O destaque era o nosso conhecido motor 2.0 MPFi de 116 cv, exclusivo do Astra brasileiro - a GM achava que o motor 1.8 era insuficiente para o peso do carro.
Disponível somente na versão GLS, o Astra trazia uma boa lista de equipamentos de série: direção hidráulica, ar-condicionado, vidros/travas/retrovisores elétricos. Airbag duplo era opcional.
Poucos tempo depois do Astra chegar, uma mudança inesperada na política mudou todo o mercado. Da noite para o dia, o Imposto de Importação, que havia caído de 35% para 20% meses antes, saltava para 70% - um balde de água fria nos importados. Nessa época, marcas como Toyota, Honda e Peugeot-Citroën, que já estudavam se instalar por aqui, começaram a acelerar o processo diante das possibilidades de crescimento que se vislumbravam para o mercado brasileiro nos primeiros anos do Plano Real.
Diante desse cenário, a GM encerrava a importação do modelo ainda em 1996. Isso porque, nesse curto período em que o Astra belga foi importado para o Brasil, a futura geração já estava quase pronta. No mesmo ano, o recém-lançado Vectra de segunda geração começava a ser produzido em São Caetano do Sul e assustava a concorrência entre os sedãs médios (a exemplo do que o Monza fez na década de 1980).
Numa época em que a GM Brasil apostou forte no mercado com Omega, Vectra e Corsa, bons projetos da divisão europeia Opel, a nova geração do Astra seria produzida em solo nacional a partir de 1998, inicialmente nas versões hatchback duas portas e sedã de quatro portas. Mas isso já é assunto para uma próxima oportunidade.
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Galeria: Carros para sempre: Astra importado foi arma da GM contra Tipo e Golf