Depois de testar o Sonic em janeiro em Detroit, à convite da Chevrolet, testamos as duas configurações do Novo Chevrolet Sonic no Brasil. Para o lançamento do novo compacto premium, a marca promoveu um test drive com um longo trajeto de ida e volta entre o Centro do Rio de Janeiro e Búzios, totalizando um total de 340 quilômetros. Confira nossas impressões ao dirigir e, como sempre, uma galeria com fotos em alta resolução de todos os detalhes do Novo Sonic.
Visual
O Chevrolet Sonic é um projeto global destinado à mais de 100 países. No Brasil, o modelo chega nas carrocerias hatch e sedã importado da Coréia do Sul. O visual é direto: quer agradar um perfil de consumidor mais jovem, com certo apelo de esportividade.
A dianteira é o destaque, com ângulo mais avançado do capô e uma grade de ar bi-partida que mantém o DNA da marca, mas possui uma personalidade mais agressiva com a barra sustenta a gravata dourada sendo integrada com o para-choque, o qual também é mais pronunciado na parte inferior. Chama a atenção também a ousadia do desenho dos faróis com seus refletores aparentes com lentes individuais sem uma lente geral de proteção.
O design da lateral também é semelhante, tanto no hatch como no sedã, com linha de cintura ascendente e vinco angular na base das portas. No Sonic Hatch, a coluna da porta traseira também acomoda a maçaneta, fato que contribui para um desenho mais limpo. No Sonic Sedan, a linha de cintura segue a trajetória, passa pelas lanternas e termina no porta-malas.
Já a parte traseira do Sonic hatch tem desenho limpo, de certa forma até simples, mas traz como diferencial as lanternas de elementos circulares, também com lentes independentes, dispostas sobre uma moldura preta, fugindo completamente do convencional. No sedã, o terceiro volume tem traços mais sóbrios e lanternas, também circulares, mas com acabamento mais convencional.
Acabamento interno do Sonic
A boa impressão que tivemos do modelo americano pode ser confirmada também nos modelos que acabam de chegar ao Brasil. Produzidos na Coreia do Sul, o acabamento surpreende pelo refinamento, encaixes precisos e peças bem aparadas. O aspecto geral é muito bom, mesmo com plásticos por todos os lados. Os revestimentos dos bancos são exatamente os mesmos, tanto para versão com revestimento em couro quanto das versões com tecido. Pelo menos em termos de acabamento, os brasileiros não terão do que reclamar: está alinhado com os outros mercados.
Como havíamos antecipado, o quadro de instrumentos inspirado em motos é compacto, porém, extremamente funcional. O conta-giros é analógico, enquanto o velocímetro digital possui boa visualização tanto durante o dia como à noite, com possibilidade da redução da intensidade da iluminação "Ice Blue". O seu tamanho diminuto é positivo porque amplia a área livre acima do volante, deixando ainda mais homogênea a divisão do chamado "Dual Cockpit". O resultado é a sensação de um espaço maior do que realmente é.
O volante, o mesmo presente no Cruze, oferece boa pegada. O sistema de som está bem posicionado e a sua operação é tranquila, com fácil acesso aos botões. O mesmo vale para o ar condicionado. No demais, botões e alavancas são os mesmos do Cruze e Cobalt.
De série, todas as versões saem de fábrica equipadas com ar-condicionado analógico, vidros e travas elétricas, duplo air bag, direção hidráulica, computador de bordo, freios ABS com EBD, rodas de liga leve de 15 polegadas e rádio/CD/MP3. A versão LTZ adiciona faróis de neblina, sensor de estacionamento traseiro, apliques cromados na parte interna, descanso de braço central, conectividade Bluetooth para telefone, controle de cruzeiro e volante multifuncional.
Dirigindo o Novo Sonic
Nosso primeiro contato foi com Sonic Sedan automático. Todas versões possuem bancos com regulagem de altura, assim como o volante que traz os ajutes de altura e profundidade, o que permite encontrar a posição ideal para dirigir com tranquilidade. Mesmo pessoas com mais de 1,80 m de altura não terão dificuldades. A visibilidade principal é boa, assim como as dos retrovisores e diagonais.
Iniciamos nossa viagem do Rio de Janeiro até Búzios enfrentando um pesado trânsito na região Central. Nesta situação já foi possível notar alguns atributos do modelo: bom conforto, baixo nível de ruído interno e boa agilidade, mesmo automático.
No trecho rodoviário, o Sonic Sedan Automático demonstrou ser um carro muito agradável de se dirigir. Ele não possui o mesmo apetite que oferecia o Astra, mas também não decepciona. Com uma vocação mais familiar, porém ainda visando o público jovem, o Sonic Sedan roda mais suave com seu bom acerto da suspensão, a qual filtra bem as imperfeições presentes em nosso aslfato. Outro ponto de destaque foi o baixo nível de ruído interno, mesmo nas rotações mais elevadas. Mais tarde conferimos que a Chevrolet aplicou um bom isolamento no capô e na caixa corta-fogo do motor, o que contribuiu muito para este resultado.
O câmbio automático de seis velocidades também possibilita que as trocas sejam feitas de modo manual, mas de uma forma diferente. Enquanto a maioria das transmissões deste tipo são sequencias ou possuem paddle-shifts, as trocas manuais do Sonic são feitas por meio de dois botões localizados no lado esquerdo da manopla. É algo que foge do comum, mas que pode se acostumar facilmente.
Rodando grande parte do trajeto com rotações mais elevadas, mas sempre com o ar ligado e carro com três passageiros e bagagem, a média de consumo apresentada no computador de bordo foi de 8,9 km/litro. Algo que será melhor apurado em nossa avaliação.
No dia seguinte, voltamos a bordo de um Sonic Hatch equipado com câmbio manual. Também com três pessoas a bordo, mais bagagem e ar condicionado ligado, o desempenho dinâmico do carro foi muito satisfatório. O acerto da suspensão é ligeiramente mais esportivo, mas mesmo assim, filtra bem as irregularidades. Nas curvas, mesmo entrando mais forte, a inclinação da carroceria é mínima e transmite muita segurança ao condutor.
O câmbio manual do Sonic também é um dos destaques positivos. Os engates são precisos e as trocas ocorrem de forma suave. A Chevrolet acertou em cheio em seu escalonamento, o que possibilita uma tocada mais esportiva, e que apesar de ser apenas "cinco" marchas, possibilita o bom trabalho do motor.
No fim do teste, chegando à cidade do Rio de Janeiro novamente, o computador de bordo marcava 9,4 km/litro.
Nossas considerações
O Sonic chega para conquistar um consumidor mais jovem, que busca um visual mais esportivo e que recebe bem novas tecnologias. O acabamento geral do carro é muito bom, talvez porque seja produzido na Coreia do Sul para atender diversos mercados. Os bancos são macios e confortáveis e não cansam durante a viagem. A ergonomia geral é muito boa, assim como a percepção de modernidade na cabine.
O novo motor 1.6 16V Ecotec Flex que entrega 116/120cv (gasolina/etanol) é uma grata surpresa. Muito diferente do propulsor 1.4, que parece se tornar um 1.0 quando o ar é ligado, responde de forma muito eficiente aos desejos do motorista. Novamente, não é um 2.0 de torque elevado como no Astra, mas cumpre muito bem o seu papel e não deixa a desejar.
Assim como muitos colegas especializados, o Sonic nos deixa a impressão de que é um dos melhores carros lançados pela Chevrolet no Brasil nos últimos tempos. Como concorrentes, a Chevrolet mira principalmente o Ford New Fiesta e Honda Fit, e pelo conjunto todo, pode atrair muitos consumidores destes dois modelos.
Em resumo, o Sonic é um bom carro construído sobre uma moderna plataforma alemã e com novo motor, também desenvolvido no Alemanha. Por R$ 46.200 iniciais, a Chevrolet espera conquistar 1.200 consumidores mensais. Potencial para isso o Sonic tem.
Galeria de Fotos em HD: Novo Chevrolet Sonic 2013*Viagem à convite da GM do Brasil
Galeria: Chevrolet Sonic: Impressões ao dirigir os novos hatch e sedã no Brasil e galeria de fotos em HD