A Fiat apresentou nesta semana o novo 500 elétrico, com 118 cv e 340 km de autonomia, que chegará ao Brasil no fim deste ano por cerca de R$ 200 mil. Mas você sabia que esta não é a primeira vez que a marca italiana aposta numa versão elétrica do carrinho? Em 1991, foi lançado o Cinquecento (assim mesmo que se escreve quando falamos nesta geração) Elettra - e fez sucesso!
Seu motor elétrico tinha 13,7 kWh, o equivalente a 19 cv, e era alimentado por dois conjuntos de baterias que poderiam ser de chumbo ácido (como as tradicionais baterias de 12V dos carros comuns) ou de Níquel Cádmio (NiCd), que eram mais leves e davam mais agilidade ao Cinquecento Elettra.
Com velocidade máxima de 85 km/h, o Cinquecento elétrico tinha autonomia média de 100 km. Carregado em tomadas comuns, levava oito horas para uma recarga completa. As baterias estavam divididas em dois compartimentos: um na frente, junto ao motor, e outro sob o console central, ou onde tradicionalmente ficava o tanque de combustível. Segundo os testes da época, a vida útil das baterias chegava a 2.000 ciclos de carga e depois iam perdendo a eficiência.
A base mecânica do Cinquecento elétrico serviu também para o Panda Elettra, porém, este só estava disponível com baterias de Níquel Cádmio. Os dois modelos, mesmo caros em relação ao portfólio a combustão, fizeram sucesso na França, Itália e na Suíça. Na França custava 140 mil francos, quase o dobro da versão convencional a gasolina.
Com o Panda, houve uma segunda versão com 23,8 cv e baterias de níquel cádmio. Alguns modelos do 500 também foram feitos com este motor.
Apesar da durabilidade do motor, a Fiat teve dificuldade de repor as baterias de seus modelos Elettra, que tinham vida útil encurtada. O foco era basicamente clientes comerciais como empresas de serviços públicos, que faziam deslocamentos reduzidos. Mas é fato que milhares de unidades também foram vendidas para clientes comuns. O preço da novidade era de 25,6 mil liras na Itália, o equivalente a três vezes o preço do Fiat Cinquecento a gasolina. Para promover a iniciativa, a Fiat chegou a testar uma iniciativa de car sharing em uma praça de Roma. O pagamento já era feito por cartão em um terminal.
Mas a partir de 1996 o projeto perdeu força, e tanto o Cinquecento quanto o Panda elétricos saíram de linha em 1998. Na época a marca estava mudando seu portfólio com novos produtos mais eficientes com motor a combustão.
Agora, porém, a história é outra: os elétricos ganharam relevância e o novo 500 chegou somente nesta versão. Quem quiser um motor a combustão terá de levar o modelo atual.
Fotos: divulgação
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