Esta semana a realização da Fenatran em São Paulo levou os pesados a uma posição de destaque no maior evento do setor da América Latina. Um deles chamou a atenção pela originalidade e beleza, o N10 1980, em posição de destaque no estande da Volvo.
A história desse caminhão é o que vamos desvendar a seguir.
No final dos anos 1970, em meio a mais uma das graves crises econômicas, um país continental como o Brasil precisa de transporte. Já estavam estabelecidas fabricantes de veículos pesados como Mercedes-Benz, Scania, Chevrolet, Ford, Puma e Fiat que assumia há pouco as operações da Fábrica Nacional de Motores (FNM) enquanto a Volkswagen viria em 1980 assumindo as instalações da Chrysler do Brasil.
Embora atuasse aqui desde 1936, a Volvo só tomou a decisão de construir uma fábrica brasileira em 1977. A visão de futuro da marca sueca permitiu que um projeto de caminhão moderno estabelecesse a Volvo no topo da gama dos pesados. Assim, em 1979 a fábrica ficava pronta e em 1980 o primeiro N10 deixava a linha de produção.
À frente dos caminhões concorrentes em tecnologia, especialmente o Ford F22000, Mercedes-Benz LS1932, Fiat 190 e o Chevrolet D80, o Volvo N10 estava alinhado ao Scania LK140. A novidade sueca tinha moderno motor turbo TD 100A de 263cv e câmbio de oito velocidades ZF Ecosplit (alta e baixa somando 16 velocidades).
O estilo era moderno com cabine semiavançada, espaçoso leito traseiro (para os padrões da época), painel completo e itens de segurança como o freio a ar comprimido com três sistemas independentes. A direção era hidráulica, muito leve, com esferas recirculantes usadas em modelos como o Ford Galaxie, referencia neste quesito.
Peso bruto no eixo dianteiro é 6.500 kg, eixo traseiro de 13.000 kg, totalizando 19.500 kg; capacidade máxima de tração: 52.000kg.
Assim, com todas estas características o N10 chassi 001 foi vendido por um concessionário em Santa Catarina. E assim o caminhão rodou por todo o país, quem sabe até na América do Sul, por pouco mais de 30 anos. Por uma questão histórica, a concessionária começou a procura pelo modelo até que ele fosse encontrado e o recomprou. O N10 1980 tem placa com inicial “I” o que indica que ele tenha rodado pelo Rio Grande do Sul.
Chamava a atenção o bom estado do caminhão. Mesmo bastante rodado como todo veículo desse porte, a boa manutenção o trouxe até os anos 2000 em pleno funcionamento. O veículo então foi escalado para estar na Fenatran 2019 mas seria restaurado. “Não foi necessário restaurar o caminhão. Para a Fenatran 2019 houve apenas uma repintura de cabine e chassi, além de outros detalhes estéticos”, disse um porta-voz da Volvo. A parte mecânica aliás, é original e só passou por pequenos ajustes. O trabalho de restauração durou dois meses.
Aliás, a Volvo lançou no evento uma série especial comemorativa alusiva aos 40 anos da marca no país. O modelo FH 6×4, tem motor de 540 cv e câmbio I-Shift automatizado. É imponente, mas o velho N10 roubou a cena.
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