Avaliação Ram Rampage Laramie turbodiesel: o que esperamos de uma picape?
Rodamos até o tanque praticamente esvaziar para ver se a nova picape enfrenta uma boa viagem sem abastecer
Apesar da chegada das grandes picapes a gasolina em nosso mercado, há uma boa fatia de consumidores que ainda preferem o diesel. Principalmente pela autonomia, são as escolhidas por quem fará grandes deslocamentos e, por isso, também precisam entregar muito conforto para quem vai passar horas ao volante e não precisam do desempenho que os motores a gasolina oferecem.
A missão da Ram Rampage com o motor 2.0 turbodiesel é essa. Roubar clientes das picapes médias tradicionais turbodiesel ao oferecer esta mecânica em um pacote tecnológico superior por um preço inferior, até mesmo quando compara a suas versões com o Hurricane4. Além de toda a aura da marca, a Rampage precisava carregar o estilo das suas irmãs maiores. Vai dizer que a Laramie, cheia de cromados, não faz isso?
O mais importante dos últimos anos
Qualquer executivo da Stellantis se refere ao projeto da Rampage assim. Afinal, a nossa região ganhou a confiança da matriz de projetar e desenvolver um produto de uma de suas marcas mais icônicas (e lucrativas) para crescer também por aqui. Justamente pela necessidade de uma boa fatia dos compradores de picapes, que o motor turbodiesel não poderia ser esquecido.
Como já falamos diversas vezes, a Ram Rampage compartilha a plataforma com a Fiat Toro, a SmallWide, mas a engenharia não poderia simplesmente trocar o logo e mais algumas peças para criar a Rampage. O resultado é que as duas picapes compartilham muito pouco, já que a estrutura recebeu novos aços e, visualmente, nenhuma peça é semelhante - muito da Rampage veio do Jeep Commander, outro projeto local.
O motor não poderia ser outro, ao menos por enquanto. O 2.0 turbodiesel é um conhecido do mercado, com 170 cv e 38,8 kgfm, mesma configuração que estreou no Commander, com mais torque. Como toda a linha Rampage, usa o câmbio automático de 9 marchas com sistema de tração integral automático, um conjunto bem conhecido desde a chegada do Jeep Renegade e fornecido pela ZF.
Para criar a Rampage, lógico que toda a equipe de desenvolvimento se preocupou em fazer uma verdadeira Ram, mesmo que em um pacote compacto. Com 5.028 mm de comprimento, é imponente pelo porte e muito vai no jogo de design - muita gente que a viu na rua julgava que era um modelo maior, mas percebeu que estava acima da Fiat Toro, por exemplo. Na Rampage Laramie, isso é reforçado pela grade cromada em frisos, além dos demais pontos cromados, inclusive um parachoque traseiro em metal, e nas rodas de 18" diamantada. Não é injusto a chamar de Baby-Ram.
Estradeira dos tempos modernos
Como a Rampage Laramie ficaria poucos dias conosco, ela foi colocada em um ritmo diferente. A escolhi para ir de São Paulo (SP) a Resende (RJ), um percurso de cerca de 300 km. Além dela, eu precisaria chegar em um horário específico e sem me cansar o suficiente para encarar alguns compromissos logo em seguida. Parece algo que as Ram maiores com certeza fariam, mas e a menor delas?
A Rampage Laramie não deve em conforto. A suspensão independente nas quatro rodas tem um ajuste focado nisso, deixando a parte esportiva para a Rampage R/T, ao mesmo tempo que o isolamento acústico deixa os ruídos e vibrações tão características de um motor turbodiesel no lado de fora. A preocupação com ergonomia deixou os principais comandos de fácil acesso, como a tela de 12.3" com espelhamento sem fios, e as informações na tela de 10,3".
Para o motorista e passageiro ao lado, há um bom espaço. Os bancos dianteiros são confortáveis e, como a posição de dirigir vem do Commander, não é como das demais Ram, mas dos SUVs produzidos sobre esta plataforma, o que não é ruim e pode ser uma vantagem para as pessoas que não são tão altas. O acabamento com os detalhes em marrom remetem, lógico, a suas irmãs maiores com um bom nível de qualidade e materiais.
Com este conjunto do 2.0 turbodiesel, a Rampage é equilibrada. Com o motor 2.0 turbo a gasolina, a picape já tem um comportamento mais nervoso (e um consumo mais alto), algo que chega a ser um pouco exagerado no uso. O turbodiesel não tem o mesmo desempenho, mas leva a picape o suficiente para a agilidade na cidade e, na estrada, acompanha o ritmo de qualquer rodovia, com segurança nas ultrapassagens, e a segurança do sistema de tração integral em curvas, chuva ou na terra batida.
Na estrada, se aproveitou das 9 marchas para rodar com rotação baixa. Foram 14,6 km/litro e, ritmo rodoviário, ou uma autonomia de 876 km no tanque de 60 litros se o percurso for completamente em rodovias, um bom número que, como meu percurso era de cerca de 300 km, não utilizou nem metade do tanque e evitou uma parada para abastecimento inclusive para a volta.
A estradeira moderna tem itens que parecem besteira, mas se tornam importantes. O piloto automático adaptativo é um aliado em viagens longas pelas rodovias, assim como um bom sistema de som assinado pela Harman Kardon, um opcional de pacote de R$ 6.000, além da segurança de um alerta de saída de faixas, alerta de ponto-cego e alerta de colisão com frenagem automática.
O resultado foi a volta pra São Paulo e ainda ter combustível para usar em ciclo urbano, em um consumo de 8,9 km/litro. A devolução ainda com algum combustível, aos 698 km rodados em dois dias neste circuito misto, a Rampage com o 2.0 turbodiesel chega a ser até uma opção melhor que a 2.0 turbo a gasolina.
A versão mais procurada com este motor
A Ram Rampage Laramie é a mais procurada da linha com o 2.0 turbodiesel - com o motor a gasolina, isso fica com a R/T. Custa R$ 256.990, mais os R$ 6.000 do opcional com sistema de som Harman Kardon, LEDs internos e banco do passageiro com ajustes elétricos. Além de todo o estilo digno das Ram maiores, tem um amplo pacote tecnológico, um bom acabamento e um bom espaço interno.
Na caçamba, pode levar 1.015 kg ou 980 litros. Em peso, é a mesma coisa que uma média tradicional, porém não tem o mesmo volume até mesmo pelo porte menor, que é o que vai dizer se você compra a Rampage ou uma picape maior que, neste preço, não tem os mesmos equipamentos.
Após tantos quilômetros rodados, digo que a Rampage com o motor turbodiesel é uma boa escolha dentro da linha. Viaja com conforto, bom desempenho, bem equipada e, neste ponto, não fica devendo para uma picape tradicional ou suas irmãs maiores. Lógico que não atende outros pontos, mas para uma boa maioria de usuários, fará seu papel de picape.
Ram Rampage 2.0TD
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