Conhecemos (e dirigimos) o primeiro Renault Scenic feito no Brasil!
Há 25 anos, este protótipo deu origem ao modelo nacional produzido na planta do Paraná
Você sabe que o tempo está passando quando um carro que fez parte da sua infância está completando 25 anos. Em 1998, a Renault evoluía suas operações com a fábrica de São José dos Pinhais (PR) e a chegada do Megane Scenic, uma minivan que trouxe algumas outras para o mercado nacional com soluções até então inéditas.
Preservado pela Renault, este protótipo foi revisado e dirigimos esse carro, mesmo que em um curto percurso, e serve para relembrar que, ao menos pra mim, marcou muito pela forma com que chegou, suas soluções e em como serviu para famílias maiores. E depois de 25 anos, ele está (bem) melhor conservado que eu e com bem mais saúde...
Nome completo e RG, por favor
Apesar de conhecido apenas como Scenic, na verdade seu nome completo é Renault Megane Scenic. Faz parte da família Megane, que teve o sedã e hatch importado para o Brasil de 1998 a 2005 e a produção local do sedã e perua de 2006 a 2011. O Scenic trouxe algo bem diferente ao mercado brasileiro, com um projeto que priorizava o interior e aproveitamento de espaço e que atraiu as famílias acostumadas até então com sedãs e station wagons.
Esta unidade, apesar de ter a marcação de chassi 001, é um carro 000. Antes de rodar a produção em São José dos Pinhais (PR) em dezembro, esse carro foi montado em abril e serviu como base para as unidades seguintes. Ainda tem algumas coisas do exterior, como a bateria embaixo do banco - que no nacional foi para o cofre e abriu espaço para uma gaveta - e sem as famosas mesinhas tipo aviação para os ocupantes traseiros. Quando o dirigi, tinha cerca de 2.200 km rodados, ficou anos guardado e depois restaurado por uma equipe dedicada dentro da Renault.
Este é um Renault Scenic RT, versão de entrada com direito a para-choques sem pintura e rodas de 15" com calotas. Apesar de aqui estar equipada com um motor 2.0 8v de 115 cv e 17,5 kgfm de torque, seu lançamento em março de 1999 foi com a versão RXE, com este mesmo motor, sendo que o RT foi apresentada depois com o motor 1.6 16v de 110 cv e 15,1 kgfm, sempre com o câmbio manual de 5 marchas.
Evoluções para o Brasil e mercado de 1999 a 2010
O catálogo do Scenic ficou com essas versões até 2001. A primeira reestilização trouxe um visual mais moderno, com faróis em policarbonato maiores e outras melhorias. Aqui, o 2.0 8v é trocado pelo 2.0 16v, com 140 cv e 19,2 kgfm de torque - este com a opção de câmbio automático de 4 marchas. Mantém o 1.6 16v como opção de entrada e em 2003, ambos os motores (1.6 e 2.0) trocam o sistema de acelerador por um eletrônico.
1999 a 2001
2001 a 2010
Em 2004, a mudança na nomenclatura das versões: Authentique, Expression, Privilége, além da chegada da aventureira Sportway (em 2006), e o câmbio automático se torna opcional para o 1.6 16v. Em 2005, o 1.6 recebe uma opção flex, com 115 cv e 16 kgfm.
Em todo esse tempo da sua primeira geração, o Renault Megane Scenic trouxe diversas inovações. Foi um dos primeiro projetos de minivan, que acabou ganhando bastante espaço no mercado brasileiro e trouxe concorrentes como o Citroën Xsara Picasso e Chevrolet Zafira. A inovação principal era, que pensado de dentro pra fora, a modularidade era ponto forte: bancos traseiros individuais removíveis, porta-objetos no assoalho, porta-malas de 410 litros com tampão que servia também como um divisor, mesa tipo aviação e gaveta sob o banco dianteiro.
O amplo espaço interno tinha a companhia de outros atrativos aos compradores, como a grande área envidraçada, a posição de dirigir elevada e direção elétrica variável. Em produção, foi o primeiro a ter pintura com base de água na marca no mundo.
Uma volta no passado
Em 12 anos de produção, foram 142 mil unidades feitas no Brasil. O carro que deu o start na planta de São José dos Pinhais (PR) ficou por anos guardado e agora está em minhas mãos. Lembro que, quando foi lançado, realmente inovou o segmento de familiares. Anos depois, aqui estamos juntos, sendo ele bem mais conservado que eu - e olha que sou só 9 anos mais velho que ele.
A área envidraçada realmente impressiona. Dá para ver tudo em volta, ajudado pela posição de dirigir mais alta, com coluna de direção mais inclinada. Como reflexo do mercado do passado, não há ar-condicionado e temos vidros traseiros e retrovisores manuais. Mesmo assim, belos bancos grandes em veludo e um bom acabamento mostram como as montadoras se preocupavam mais com isso no passado.
O 2.0 8v acorda bem mais saudável que muito carro novo. Não vibra, não reclama e é silencioso. Com torque em baixas rotações, tira o Scenic da imobilidade tranquilamente. Ao mesmo tempo, sobe uma rampa tranquilamente e mostra um conforto de suspensão que, se fosse hoje, deixaria muito SUV com vergonha.
Pena que o trajeto é bem curto para preservar esse importante carro da Renault como novo. E que mais marcas percebam o quanto sua história, mesmo recente, é importante. Agora é esperar o Megane E-Tech, 100% elétrico, e outras novidades da Renault para celebrar estes 25 anos.
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