Comparativo Honda HR-V Touring vs. VW T-Cross Highline vs. Jeep Renegade S
Qual o melhor SUV compacto turbo topo de linha entre R$ 170 e R$ 180 mil?
Potentes, equipados e longe de serem baratos. Dá para resumir assim este comparativo das versões topo de linha do Honda HR-V, Jeep Renegade e Volkswagen T-Cross. Em comum, os três SUVs compactos se aproximam dos R$ 180 mil, mas oferecem motores turbo acima dos 150 cv, tecnologias de condução e qualidades para atrair clientes dispostos a gastar mais.
Ao mesmo tempo, Honda HR-V Touring, Jeep Renegade S e VW T-Cross Highline tentam roubar clientes do SUVs médios, maiores, mas em versões menos equipadas. Além da briga dentro do segmento de compactos, são capazes de convencer o cliente a não levar um carro médio em troca de mais equipamentos e tecnologias? E qual o melhor deles?
Obs: para as fotos externas, foi utilizado o Renegade Longitude. As demais imagens e dados são do Renegade S 1.3 AWD, indisponível na data.
Espaço e praticidade
Já ocupando uma faixa de preço superior, é comum o SUV compacto se tornar o carro de uma família. Por isso, existe uma grande preocupação das montadoras para oferecer ao menos um bom aproveitamento do espaço interno. Neste ponto, VW T-Cross e Honda HR-V se destacam e deixam o Jeep Renegade em posição, digamos, complicada.
Tanto que o T-Cross chegou ao Brasil em 2019 com uma diferença para o europeu. No lugar de ter o entre-eixos do Polo (de 2.566 mm), adotou a base do Virtus, com 2.651 mm para dar mais espaço no banco traseiro. Na época, o Honda HR-V, em sua geração anterior, já se destacava ao ter a modularidade do Fit e um espaço interno bem amplo, algo que não mudou.
E fez bem ao T-Cross ter se baseado no Virtus. O espaço para as pernas é um dos melhores entre os SUVs compactos e oferece duas saídas de ar e duas portas USB ao centro. Só que o HR-V é referência neste ponto, mesmo com o entre-eixos de 2.610 mm, o aproveitando melhor. É mais confortável que o bom VW, também tem as duas saídas de ar e USB, além do apoio de braço central e piso quase plano para o ocupante do meio, quando ele for.
O teto do HR-V é mais baixo, se tornando um problema caso o ocupante seja mais alto. Nesta nova geração, ficou mais baixo e perdeu porta-malas quando comparado ao anterior. Agora com 354 litros, é o menor do comparativo. O VW tem 373 litros, mas pode chegar aos 420 litros se o encosto do banco traseiro ficar mais reto e desconfortável aos ocupantes.
Sobre o Jeep Renegade, agrada pelo teto alto, mas o espaço para as pernas é mais limitado, apenas ok para adultos no banco traseiro e também menor para os ombros. No porta-malas, seus 385 litros são medidos de forma diferente que os concorrentes, líquido no lugar do VDA, com cubos sólidos.
O Honda HR-V leva este quesito. Apesar do porta-malas menor, o Magic Seat é bom para quem irá levar objetos maiores, além de acomodar melhor todos os ocupantes e ter bancos maiores e mais confortáveis. O VW T-Cross não faz feio, mas a velha modularidade da Honda ainda é referência entre os SUVs.
Vantagem: Honda HR-V Touring
Acabamento e equipamentos
Pelo preço que cobram, é esperado que devolvam em equipamentos. De fato, os três SUVs chegam com uma lista boa de itens de série para tentar justificar o preço cobrado nas lojas. Nenhum deles sairá com menos que uma chave presencial com partida por botão, ar-condicionado automático, sistema multimídia com espelhamento sem fios, carregador por indução, bancos em couro, painel digital e itens de assistência de condução.
O Jeep Renegade S tem rodas de 19", faróis full-LED, assim como os faróis de neblina e lanternas, piloto automático, freio de estacionamento automático, ar-condicionado de duas zonas, assistente de estacionamento automático, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, retrovisor interno fotocrômico, painel de instrumentos em tela de 7" e partida remota do motor. Como opcional, pode receber o teto-solar panorâmico por R$ 8.300, seu único opcional.
O T-Cross Highline não é tão completo quanto o Jeep. O freio de estacionamento é tradicional e o ar-condicionado é de uma zona só, por exemplo, mas vem com piloto automático adaptativo e o painel de 10,1". Também tem retrovisor interno fotocrômico, mas os externos tem rebatimento elétrico, que não há no Jeep. A iluminação interna em LEDs é um detalhe interessante vindo de carros mais caros. As rodas são de 17" e, como no Jeep e no Honda, há sensor de chuva e acendimento automático dos faróis. Como opcional, o teto-solar panorâmico e o pacote com faróis em LEDs e o assistente de estacionamento automático.
Mais novo do comparativo, o Honda HR-V Touring não se difere tanto. Rodas de 17", ar-condicionado de duas zonas, lanternas e faróis em LEDs, retrovisores externos com rebatimento e interno fotocrômico, painel com tela de 7" acompanhando o velocímetro analógico e partida remota estão nos demais. Só o HR-V tem banco do motorista elétrico e tampa do porta-malas elétrica com sensor de afastamento e não possui opcionais. Porém, é o único dos dois sem o assistente de estacionamento, mas com o piloto automático adaptativo, como o T-Cross. Não tem teto-solar nem como opcional.
Em acabamento, Renegade e HR-V criam uma disputa. O Jeep tem materiais suaves ao toque no painel, enquanto o Honda tem esse tipo de revestimento nas portas. Por outro lado, o HR-V tem um aspecto melhor do couro dos bancos, volante e manopla de câmbio, além de um visual mais moderno e atual. O T-Cross abusa do plástico rígido, herança do Polo, e só se destaca pelas duas telas que dão um ar mais moderno. No conjunto, vitória do HR-V.
Vantagem: Honda HR-V Touring
Conectividade e segurança
Os três SUVs apostam alto em tecnologia. E isso inclui tanto assistentes de condução quanto conectividade, tendências de mercado e que as versões topo de linha praticamente tem a obrigação de oferecer. E como cada um trabalha isso? Em comum, os já óbvios 6 airbags e controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampas.
O Jeep Renegade tem o diferencial dos 7 airbags, monitor de ponto cego e leitor de placas de sinalização. Como o HR-V, tem o controle de descida e, como os demais, alerta de colisão com frenagem automática. O alerta de saída de faixa atua no volante, mas não com centralização, e tem o farol alto automático. Em conectividade, tela de 8,4" com espelhamento sem fios e interface de fácil uso e boa resolução tanto de tela quanto de câmera de ré.
Já o Honda HR-V é o mais completo em assistentes. Tem piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa com centralização, alerta de colisão com frenagem automática, farol alto automático e a câmera lateral no retrovisor direito. O sistema multimídia tem tela de 8" e espelhamento sem fios, mas é de longe a pior resolução do comparativo. Em um carro tão moderno, destoa do conjunto e até seu formato "TV de tubo" vai contra o design bem cuidado do HR-V.
Recentemente, o T-Cross recebeu equipamentos que estrearam no Nivus. Piloto automático adaptativo e alerta de colisão com frenagem automática acompanham o sistema de frenagem pós-colisão e detector de fadiga do motorista. Fica devendo algum alerta de saída de faixa ou sistema de ponto-cego, que os dois concorrentes possuem de alguma forma. Em multimídia, o VW Play de 10,1" melhorou bastante do que já foi no passado e é o mais completo, com aplicativos nativos e espelhamento sem fios.
Pelo pacote de segurança mais completo, o HR-V leva (mais uma vez) este quesito. Pena que seu sistema multimídia não permitiu que fosse maior a vantagem para T-Cross e Renegade.
Vantagem: Honda HR-V Touring
Ao volante
Chegamos ao tempo dos SUVs compactos com mais de 150 cv. O VW T-Cross e seu 1.4 turbo é o mais manso, com 150 cv e 25,5 kgfm de torque. É o motor mais antigo, mas ainda tem suas qualidades, ligado ao câmbio automático de 6 marchas. O VW tem o seletor de modos de condução que varia de Eco, Normal, Sport e Individual, este configurável, que atuam no motor, transmissão e peso da direção elétrica.
O mais potente é o Jeep Renegade, com o motor 1.3 turbo mais moderno, com sistema MultAir, que troca o comando de válvulas de admissão por atuadores hidráulicos. São até 185 cv e 27,5 kgfm de torque e, nesta versão, tem o câmbio automático de 9 marchas e, exclusivo no segmento, sistema de tração integral automática. É um diferencial do Renegade não apenas para o fora-de-estrada, mas também no asfalto. Tem um modo Sport que atua nos sistemas, inclusive tração.
O HR-V com o 1.5 turbo era bastante esperado nesta geração. Virou flex e tem até 177 cv e 24,5 kgfm de torque e está, como tradicional na Honda, ligado ao câmbio CVT com simulação de 7 marchas. Tem o seletor de modos em Eco, Normal e Sport, uma das novidades desta geração. Deu para perceber que cada um tem suas próprias características, certo?
Em linha reta, temos uma disputa acirrada até os 80 km/h. Os três andam juntos, apesar da menor potência do T-Cross e a tração integral com o câmbio de 9 marchas do Jeep, que acaba sendo prejudicado pelo seu peso, mas até que tenta abrir uma leve vantagem na arrancada. Mas os 177 cv e o CVT do HR-V o levam aos 100 km/h 0,7 segundo antes que os concorrentes, que acabam empatados mesmo com a diferença de 35 cv entre eles.
O CVT ajuda o HR-V também nas retomadas, seguido do T-Cross e deixando o Jeep na lanterna. O T-Cross se apoia no menor peso do comparativo para se dar não ficar tão longe, além do câmbio de 6 marchas bem escalonado e com trocas relativamente rápidas. Tem 8,6 kg/cv, contra os 8,03 kg/cv do Honda e 8,4 kg/cv do Jeep, este último de quem andou mais perto.
Mas indo além de acelerar, o T-Cross agrada quem curte um carro mais firme. A suspensão chega a reclamar em pisos mais acidentados, mas tem o melhor controle de carroceria mesmo que você tente ir além do limite. O vetorizador de torque puxa o SUV para dentro da curva, mas o T-Cross irá cobrar isso no conforto. Não chega a ser duro, mas os ocupantes flertarão mais com o que está passando sob os pneus.
O Renegade é o único com tração integral, então se aproveita disso tanto nas curvas quanto na chuva, por exemplo. Também é o único com a suspensão independente na traseira, e mesmo com as rodas de 19", molas e amortecedores fazem bem o trabalho de filtrar. É o mais robusto nesse quesito, algo que já ficou marcado desde seu lançamento em 2016. É o bom meio-termo do comparativo, nem tão duro nem tão voltado ao conforto, com um conjunto bem equilibrado.
O HR-V Touring é um Honda. Para esta versão, a marca japonesa calibrou suspensão e direção mais firmes e responsivos que no aspirado, mas mesmo assim não prejudicou o conforto - apenas uma direção um pouco mais pesada nas manobras. Dá para andar mais rápido, basta controlas as saídas de frente e aproveitar o vetorizador de torque nas curvas, mais necessário que o do T-Cross pelo ajuste do conjunto de suspensão.
Em consumo, menos é mais. O T-Cross registrou os melhores números na cidade e na estrada com uma certa vantagem. O HR-V acabou bebendo mais que o Renegade na cidade, mas o Jeep registrou na estrada o que o VW consumiu na cidade. O T-Cross leva por ser mais econômico e, mesmo assim, não andar tão atrás dos demais e ser o mais dinâmico.
Vantagem: VW T-Cross Highline
Compra e manutenção
Chegou a hora do bolso. Sobre garantia, os três oferecem 3 anos de cobertura. Na hora da revisão, o Jeep visita a concessionária a cada 12.000 km ou 1 ano, enquanto T-Cross e HR-V aceitam 10.000 km ou 1 ano. A vantagem do do T-Cross Highline é ter as três primeiras revisões gratuitas, o mesmo período de garantia.
O mais caro dos três, considerando 5 anos, é o Jeep. Por quilometragem, faz a quarta revisão quase junto com a quinta dos demais - se considerar isso, é mais barato que o HR-V. De qualquer forma, o mais barato para manter é o VW T-Cross justamente por não cobrar as três primeiras.
Honda HR-V 1.5T |
Jeep Renegade 1.3T AWD (12.000 km ou 1 ano) |
VW T-Cross 250TSI | |
1 ano/10.000 km | R$ 388,06 | R$ 699,00 | R$ 0,00 |
2 anos/20.000 km | R$ 581,87 | R$ 798,00 | R$ 0,00 |
3 anos/30.000 km | R$ 755,53 | R$ 887,00 | R$ 0,00 |
4 anos/40.000 km | R$1.589,52 | R$ 825,00 | R$ 1.602,22 |
5 anos/50.000 km | R$ 646,36 | R$ 1.327,00 | R$ 712,46 |
TOTAL | R$ 3.961,34 | R$ 4.536,00 | R$ 2.314,68 |
E na hora da compra? Básicos, o T-Cross é o mais barato. Quando completo, fica um pouco mais caro que o Renegade S, mas oferece o teto-solar, enquanto o Jeep vai aos R$ 180 mil com o equipamento. O HR-V Touring, que levou vantagem em diversos pontos do comparativo, é o mais caro do comparativo - e sem teto-solar.
Vantagem: VW T-Cross Highline
Conclusão
O Jeep Renegade S é um dos queridinhos do segmento, mas envelheceu. A Jeep parece dar prioridade ao Compass, maior e mais caro, e não atualizou o seu SUV compacto o suficiente para uma briga mais justa nessa faixa superior. Tem a tração integral como diferencial, além de uma boa construção e potência, mas esqueceu alguns equipamentos que, aliás, estão no Compass.
O T-Cross Highline é o mais barato e mais econômico. Não tem um acabamento primoroso, mas chega com bom espaço interno e desempenho equilibrado. Mas o Honda HR-V Touring tem um ar superior principalmente em construção e acabamento, além dos itens de segurança, espaço interno e desempenho. Ele leva o comparativo por suas qualidades e projeto mais moderno, mas cobra caro por isso.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Fichas técnicas
Honda HR-V 1.5T Touring | Jeep Renegade S 1.3T | VW T-Cross Highline 1.4T | |
MOTOR |
dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.498 cm3, comando duplo com variador na admissão e escape, injeção direta, turbo, flex
|
dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.332 cm3, comando simples com variador no escape e MultiAir na admissão, injeção direta, turbo, flex
|
dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.395 cm3, duplo comando de válvulas com variador na admissão e escape, injeção direta, turbo, flex |
POTÊNCIA/TORQUE |
177 cv a 6.000 rpm; 24,5 kgfm de 1.700 a 4.500 rpm
|
180/185 cv a 5.750 rpm; 27,5 kgfm a 1.750 rpm
|
150 cv a 5.000 rpm; 25,5 kgfm a 1.500 rpm |
TRANSMISSÃO |
automática tipo CVT com simulação de 7 marchas; tração dianteira
|
automática de 9 marchas; tração integral automática
|
câmbio automático de 6 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira | McPherson na dianteira e traseira | McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | rodas de 17" com pneus 215/60 R17 | liga leve aro 19" com pneus 235/45 R19 | liga leve de aro 17" com pneus 205/55 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira |
PESO | 1.422 kg em ordem de marcha | 1.570 kg em ordem de marcha | 1.292 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.385 mm, largura 1.790 mm, altura 1.590 mm, entre-eixos 2.610 mm | comprimento 4.268 mm, largura 1.805 mm, altura 1.706 mm, entre-eixos 2.570 mm | comprimento 4.199 mm, largura 1.760 mm, altura 1.570 mm, entre-eixos 2.651 mm |
CAPACIDADES | tanque 50 litros, porta-malas 354 litros | tanque 55 litros, porta-malas 385 litros | tanque 52 litros, porta-malas 373 litros |
PREÇO | R$ 184.500 | R$ 171.990 (R$ 180.290 completo) | R$ 163.510 (R$ 174.130 completo) |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR (combustível: etanol) | ||||
---|---|---|---|---|
Honda HR-V 1.5T | Jeep Renegade 1.3T AWD | VW T-Cross 1.4T | ||
Aceleração | ||||
0 a 60 km/h | 4,2 s | 4,1 s | 4,2 s | |
0 a 80 km/h | 6,2 s | 6,2 s |
6,2 s |
|
0 a 100 km/h |
8,5 s |
9,2 s | 9,2 s | |
Retomada | ||||
40 a 100 km/h em S | 5,9 s | 7,0 s | 6,6 s | |
80 a 120 km/h em S | 5,5 s | 7,2 s | 6,0 s | |
Consumo | ||||
Ciclo cidade | 7,2 km/l | 7,5 km/l | 8,4 km/l | |
Ciclo estrada | 10,3 km/l | 8,3 km/l |
12,0 km/l |
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Jeep faz Black Friday com até R$ 18.000 de bônus para Renegade e Commander
Ano de 2025 promete vendas em ascensão: até 3 milhões de unidades
Avaliação Jeep Renegade Longitude Night Eagle 2025: antigo protagonista
Família New City 2025: Modernidade, Tecnologia e Eficiência no Segmento de Compactos
Os 10 SUVs automáticos mais baratos do Brasil
O futuro da Honda ainda será híbrido, pelo menos até 2030
Desconto para PCD: os SUVs que você pode comprar com as isenções