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Primeiras Impressões: Mercedes-Benz GLC 220d bebe diesel para crescer

Ele quer superar Audi Q5 e BMW X3 com a autonomia do 2.0 turbodiesel

Mercedes-Benz GLC e GLC Coupé 2020 (BR)

A Mercedes-Benz prepara uma renovação completa de sua linha de SUVs até o segundo semestre de 2020. A começar pelo GLC, o segundo na hierarquia da linha. Ele aposta numa mudança drástica de público e, diante de tantas novidades, a própria marca evita falar que se trata de uma reestilização.

O que é?

Este GLC ainda é da mesma geração apresentada em 2015. Na época e até há poucos dias, ele só poderia ser comprado por aqui com motor 2.0 turbo a gasolina de 211 cv e 35,7 kgfm de torque na versão GLC 250. Segundo a Mercedes-Benz, os clientes buscavam a motorização a diesel pela maior autonomia, principalmente quando falamos em áreas do país mais dependentes do agronegócio. Pois aqui está o GLC 220d, que aposenta o 250 e deixa a motorização a gasolina apenas para o GLC 300 Coupé, com 258 cv - que falaremos em um teste futuro.

O GLC 220d traz o motor 2.0 turbodiesel (OM654) com 194 cv e 40,8 kgfm de torque, todo construído em alumínio e com turbo de geometria variável. É leve, com 169 kg, e se destaca pela suavidade e silêncio de funcionamento. Não são números exatamente animadores, ainda mais pelos 1.835 kg do SUV, mas quem busca mais desempenho terá à disposição em breve o GLC AMG. O câmbio é automático de 9 marchas com sistema de tração integral.

Se por fora o visual teve retoques leves, com novos faróis e lanternas, para-choques e rodas, o interior teve mais modificações úteis. O GLC é o primeiro SUV a chegar ao Brasil com o MBUX, o sistema multimídia que une duas telas (uma para o painel de instrumentos de 12,3" e outra para a multimídia com 10,3") com os comandos por voz inclusive para funções do carro. É algo que conhecemos no Classe A e Classe A Sedan.

Mercedes-Benz GLC e GLC Coupé 2020 (BR)

 

Para poder se enquadrar nas regras para veículos a diesel no Brasil, o GLC 220d é oferecido nas versões Off-Road e Enduro. Em linhas gerais, eles se diferenciam pelo para-choque dianteiro menor, para melhorar o ângulo de entrada, e pela suspensão 18 mm mais alta que nas demais versões. Há também os modos Off Road e Off Road+ no seletor de modos de condução. Eco, Normal, Sport e Individual completam o sistema e alteram parâmetros da direção, motor, tração e câmbio. 

Como anda?

O cliente que paga R$ 300 mil em um SUV de luxo não quer se sentir em um caminhão. Logo a engenharia da Mercedes-Benz teve que fazer um árduo trabalho em coxins e isolamento acústico no GLC 220d. E funcionou, já que, em baixas rotações, fica até uma certa dúvida se aquele motor é realmente a diesel - só percebemos o som característico das "castanholas" em acelerações mais vigorosas. É menos potente que o motor a gasolina do GLC anterior, mas tem mais torque e mais fôlego em baixas rotações, além de maior autonomia. 

Se a ideia for um passeio relaxado, o GLC se dá bem. A suspensão elevada deu ao SUV maior curso de suspensão e, consequentemente, maior conforto no uso em pisos mais esburacados - e nem estamos falando de terra ainda. Com rodas de 19" e pneus 235/55, agrada na cidade. A configuração do motor e câmbio também é conservadora, sem aquele empurrão ou uma grande sensação de força, aparentemente focado em consumo mesmo no modo Sport. 

Mercedes-Benz GLC e GLC Coupé 2020 (BR)

Se você busca um SUV com pegada mais esportiva, terá que pensar no GLC 300 coupé, de R$ 362.900. Apesar do 220d ir bem inclusive na estrada e na terra, não é um devorador de curvas. A tração integral ajuda a manter a trajetória, mas seu limite chega bem antes que, por exemplo, num Audi Q5 ou BMW X3. Estes, porém, não oferecem a opção a diesel, algo que apenas o Volvo XC60 oferta além do novo Mercedes-Benz. 

Em termos tecnológicos, estamos diante de um quase todo novo GLC. Há piloto automático adaptativo com assistente de faixas, alerta de ponto-cego, a central MBUX, o sistema de som Burmester de alta resolução e o alerta de colisão com frenagem automática. O sistema de estacionamento automático vem acompanhado do sistema de câmeras 360º. 

Quanto custa?

Ao trocar motorização, visual e ganhar alguns equipamentos, o GLC ficou R$ 14 mil mais caro em suas versões equivalentes do GLC 250 2019. A versão Off-Road custa R$ 294.900, enquanto a Enduro, como avaliamos aqui, custa R$ 329.900. Nos itens de série, elas se diferenciam pelo piloto automático adaptativo, teto-solar panorâmico e sistema de som de alta definição, para citar os mais importantes. 

Com isso, a Mercedes-Benz quer fazer o GLC crescer e vender mais que seus rivais diretos, Audi Q5 e BMW X3, que não oferecem esta opção no Brasil. Pensando em SUVs deste porte com motor a diesel, há apenas o Volvo XC60, com quem o GLC 220d deverá realmente brigar por compradores a partir de agora. Aos que ainda não querem saber de híbridos e elétricos, eis uma nova opção. 

Fotos: divulgação

 

Ficha técnica Mercedes-Benz GLC 220d Enduro

MOTOR dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.950 cm3, duplo comando, injeção direta, turbo com geometria variável, diesel
POTÊNCIA/TORQUE 194 cv a 3.800 rpm / 40,8 kgfm de 1.600 a 2.800 rpm
TRANSMISSÃO automática de 9 marchas, tração integral
SUSPENSÃO independente duplo A na dianteira e na traseira
RODAS E PNEUS  liga-leve aro 19" com pneus 235/55 R19
FREIOS discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira com ABS e EBD
PESO 1.835 kg em ordem de marcha
DIMENSÕES comprimento 4.658 mm, largura 2.096 mm, altura 1.644 mm, entre-eixos 2.873 mm
CAPACIDADES tanque 66 litros; porta-malas 550 litros
PREÇO R$ 329.900 (Enduro)

Galeria: Mercedes-Benz GLC e GLC Coupé 2020 (BR)

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