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Já dirigimos: Honda E, a aposta certa da marca no mundo dos elétricos

O pequeno elétrico impressiona ao dirigir e mostra que será perfeito para as cidades, mesmo com uma autonomia pequena

Honda E Prototype - Primeiras impressões

Esperamos muito tempo por isso. Quando o conceito Honda Urban EV foi apresentado no Salão de Frankfurt de 2017, ele chamou a atenção de toda a mídia por seu design adorável e a promessa de ser um carro elétrico bem divertido de dirigir. Logo teve sua produção confirmada e, embora a versão de produção não tenha o mesmo nível de detalhes que o protótipo, o carro final mostrado no Salão de Genebra, em março passado, ainda nos deixou feliz.

Agora voltamos para Frankfurt (Alemanha) somente para dirigir o Honda E. Tá, é apenas um protótipo que o escritório da Honda na Europa conseguiu trazer do Japão após muita insistência. Kohei Hitomi, chefe de projeto do veículo, acompanhou o grupo seleto de jornalistas em sessões de 20 minutos, atravessando uma pista artificial bem apertada. Embora ainda seja chamado oficialmente de "protótipo", há muito pouco nele que não seja da versão final. O que falta, segundo a Honda, são alguns detalhes cosméticos como o material correto do acabamento, alguns ajustes na central multimídia e etc.

Sinceramente, ele ainda parece com um carro conceito. O design mais simples consegue esconder os detalhes que normalmente se destacariam em um veículo normal. Esconder os limpadores do para-brisa é uma coisa, só que os designers conseguiram colocar todos os sistemas de assistência atrás do painel preto onde normalmente ficaria a grade frontal. As maçanetas são retráteis e não há retrovisores laterais, adotando câmeras que aumentam o charme e o ar futurista do hatch.

É um carro pequeno, com cerca de 3,87 metros de comprimento. Seu visual foi criado para homenagear o Honda Civic da década de 1970. Com seus faróis redondos que parecem os olhos de um cachorrinho, o hatch é uma gracinha. Não é à toa que derreteu nossos corações.

2020 Honda E Prototype

Chega de ficar pensando na beleza e vamos falar mais sério. A cabine também impressiona por suas linhas, usando acabamento que imita madeira para dar aquele ar de 1970, mas sem esquecer de materiais modernos. Os bancos fazem com que a posição de dirigir fique um pouco mais alta. E, sem os espelhos laterais, parece que temos uma visão de 180° da rua à frente.

A imagem das câmeras é transmitida para os monitores que ficam nos cantos do console central. Falando nele, o painel é dominado por várias telas, uma dedicada ao painel de instrumentos e outras duas só para os sistemas do carro. Além da cara moderna, é um enorme salto em comparação às multimídias utilizadas atualmente pela fabricante.

Galeria: Honda E - Sistema de entretenimento

Os passageiros da frente conseguem entrar facilmente no carro por conta da abertura maior das portas, diferente dos ocupantes do banco traseiro, pois o acesso é bem mais apertado. Até tem espaço para adultos, mas sem folgas. O porta-malas também é pequeno, tanto que a alavanca para rebater os banco de trás está bem evidente, uma admissão da Honda de que é melhor se acostumar a fazer este procedimento com frequência.

O bagageiro tem um assoalho alto, já que o motor elétrico está montado logo abaixo dele. O conjunto de baterias de 35,5 kWh fica posicionado na parte de baixo da plataforma do carro para ocupar o mínimo de espaço possível. Hitomi-san explica que esta é a forma de otimizar um carro elétrico: tração traseira e as baterias o mais baixo possível para melhorar o centro de gravidade.

Chegou a hora de dirigir. Bastou apertar o botão para ligar o carro silenciosamente e começar a dirigir com o engenheiro japonês como co-piloto. A sensação é boa - a Honda diz que ele chega a 100 km/h em cerca de 8 segundos. Não é tão potente quanto o Tesla, mas não faz feio. Além disso, podemos aplicar mais torque por mais tempo sem se preocupar em brigar com o volante ou com o controle de tração.

2020 Honda E Prototype
2020 Honda E Prototype
2020 Honda E Prototype

Carros elétricos são silenciosos por natureza e o Honda E Prototype não é diferente, especialmente em baixas velocidades. O hatch japonês é particularmente pacífico com um pouco de som das poucas partes mecânicas e um ótimo isolamento acústico contra os ruídos externos, mesmo durante os poucos segundos em que alcancei os 80 km/h. Guiei o carro durante o forte calor na Europa, com uma temperatura de quase 40°C, e o ar-condicionado mantinha o interior bem fresco sem fazer barulho.

Outro destaque é o conforto do elétrico. Sempre é difícil julgar este quesito em pistas de teste, mas aproveitei para sair um pouco da pista (o que surpreendeu o engenheiro) e não vi qualquer drama. O conjunto da suspensão parece bem macio e almofadado, com um movimento bem suave da carroceria, o que combina com a aparência amigável do Honda E.

Honda E Prototype - Primeiras impressões

O Honda E inclina um pouco nas curvas (como você pode ver nas imagens da galeria), mas o centro de gravidade baixo significa que nunca parece ser instável. O hatch é seguro e bem estável, mesmo depois voltas no circuito, quando encontrei o ritmo da pista e comecei a dirigir o mais rápido que podia.

Depois disso tudo, o que mais me impressionou foi dirigir o Honda E Prototype a 4 km/h. A plataforma para carros elétricos é tão otimizada que a equipe de engenharia conseguiu dar ao carro um diâmetro de giro de somente 4,2 metros. Isso é menos da metade do que os 10,3 m do Fit, o que facilita muito em manobras. Experimentar isso pela primeira vez é incrível, permitindo fazer várias curvas extremamente fechadas com facilidade.

“Queríamos fazer o melhor carro elétrico urbano do mundo" disse Hitomi-san depois do teste. "Sabíamos que precisava ter o menor diâmetro de giro possível."

2020 Honda E Prototype
2020 Honda E Prototype

Depois de aprontar muito com o Honda E, chegou a hora de encerrar o teste na pista. Retornei ao ponto inicial do teste, surpreso com como o Honda E parece ser um carro agradável e bem satisfatório. A Honda sabe bem disso e vai cobrar por isso. Rumores dizem que os preços devem chegar a 40 mil euros (aproximadamente R$ 175,6 mil). E se um carro elétrico compacto chegou perto de valer tudo isso, é ele. A Honda quer que ele seja o "iPhone dos carros elétricos".

Só que ele ainda tem que superar uma outra barreira: sua autonomia. Em um mundo que um alcance de 480 km está virando o padrão dos carros elétricos, o Honda E deve oferecer somente 200 km. Hitomi-san insiste que a Honda tomou a decisão cerca sobre esta distância, por ser um carro urbano que tem vários outros atributos para compensar.

Colocar baterias maiores aumentaria sua autonomia. Só que também aumentaria seu tamanho e preço, ou reduziria sua qualidade. A Honda lançará carros com autonomia maior, já que serão modelos maiores e com menos equipamentos. Por enquanto, esta é a forma com a Honda quer conquistar seu espaço no mundo dos carros elétricos.

2020 Honda E Prototype

Enquanto saia do carro, Hitomi-san olhava para mim de dentro do veículo. Ele olha para o meu sorriso e começa a sorrir também. Ele sabe que pode ter feito o carro do momento em sensação de dirigir. Deixo a briga sobre preço e autonomia para depois, porque no momento só quero entrar de novo no Honda E e dirigir mais um pouco.

Volte logo para o Japão, Hitomi-san, e faça a Honda iniciar a produção do carro, pois você pode ter um carro de sucesso nas mãos.

Galeria: Honda E Prototype - Primeiras impressões

Foto de: Honda

2020 Honda E Prototype

Motor Asynchronous Electric Motor
Potência e torque 148 Horsepower / 221 Pound-Feet
Suspensão Rear-Wheel Drive
Bateria 35.5 kWh
0 a 62 mph 8.0 seconds (est)
Velocidade Máxima T.B.D.
Autonomia elétrica 124 Miles (est)
Preço de entrada $45,000 (est)
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