No começo dos anos 1990, os chamados "populares" não tinham sequer retrovisor externo do lado direito. Encosto de cabeça no banco dianteiro era pago à parte. Vidros eram abertos e fechados por manivelas. Ar-condicionado só veio anos mais tarde, e mesmo assim como (caro) opcional. Após todas essas (e outras) conquistas, agora os carros de entrada estão oferecendo outro item de conforto: o câmbio automático.
A transmissão que aumenta a comodidade no trânsito é novidade na linha 2019 de dois dos carros mais vendidos do Brasil, o Ford Ka e o VW Gol. Eles se juntam ao Toyota Etios e ao Chevrolet Onix na turma dos automáticos mais baratos do mercado. Era hora então de um comparativo completo entre eles, com direito às medições instrumentadas do Motor1.com.
Modelo | Câmbio | Modo esportivo | Trocas manuais |
Ford Ka | Automático 6 marchas | Sim | Sim (botões alavanca) |
VW Gol | Automático 6 marchas | Sim | Sim (alavanca ou borboletas como opcional) |
Chevrolet Onix | Automático 6 marchas | Não | Sim (botões alavanca) |
Toyota Etios | Automático 4 marchas | Não | Não (somente trilho) |
Esta não é a primeira vez que o Gol dispensa o terceiro pedal. Ele já ofereceu o câmbio automatizado I-Motion, que usava um sistema robotizado de embreagem simples. Funcionava, mas tinha trocas lentas e, pior, dava trancos a cada mudança. Agora ex-campeão de vendas recebe a mesma transmissão automática do Polo, a Tiptronic de 6 marchas com conversor de torque. Para acompanhá-la, a engenharia resgatou o motor 1.6 16V que equipava do Gol Rallye, da família EA-211 - a mesma do 1.0 MPI de 3 cilindros. Um motor bem mais atual que o 1.6 8V das versões manuais, com direito a cabeçote e bloco em alumínio, duplo circuito de refrigeração, coletor de escape integrado (sistemas que colaboram na eficiência energética) e duplo comando de válvulas variável na admissão. Com 120 cv e 16,8 kgfm, é o segundo mais potente e o dono do maior torque do comparativo.
Mesmo sendo um câmbio da Aisin (que fornece para diversas montadoras), a calibração feita pela VW para o Gol chama a atenção. Na lista de prioridades, o conforto ficou em primeiro lugar, com passagens suaves e sem solavancos, principalmente quando o motor está bebendo etanol. Às vezes, porém, você flagra a segunda marcha engatada para saídas e há uma insistência em manter a terceira ou quarta marchas até mesmo em retomadas, quando ele deveria reduzir - o que causa apatia em algumas situações de uso urbano. Isso vai contra a característica deste motor, que rende melhor em altas rotações. Mas isso pode ser resolvido com o modo esportivo (S) da transmissão. No geral, o Gol teve o melhor equilíbrio entre desempenho e consumo em nossos testes, andando muito próximo do Ka (o mais rápido) e bebendo tão pouco quanto o Onix.
Além do motor e câmbio, o Gol AT traz mudanças no acerto da suspensão (pelos 40 kg a mais) e coxins. O hatch segue "durinho" e bom de curva, mas a direção hidráulica peca pelo peso e lentidão diante dos rivais com assistência elétrica. Poderia ter adotado o sistema elétrico, algo que seria bem-vindo pensando no conforto e na agilidade para uso urbano, e até mesmo para livrar um componente que rouba energia do motor, a bomba hidráulica da direção.
Por dentro, o trilho do câmbio foi herdado da geração anterior dos Volkswagen, como o Jetta 2.5, e os forros de porta nos remetem diretamente ao ano de 2008. Ou seja, o Gol tem o projeto mais antigo do quarteto, e isso pode ser notado em diversos aspectos. Também é o único sem fixações Isofix para cadeirinhas infantis e, ao contrário de Onix e Ka, não recebeu reforços em sua carroceria para impactos laterais - lembrando que o Gol não passou pela nova fase de testes do Latin NCAP.
Tabelado a R$ 54.580 (o segundo mais barato), o Gol automático vem de série com ar-condicionado, direção hidráulica, suporte para celular no painel, vidros dianteiros e travas elétricos. Pacotes opcionais adicionam computador de bordo, borboletas para troca de marchas no volante (o único com essa possibilidade), rodas de liga aro 15", faróis de neblina e multimídia Composition Touch com tela de 6,5", Apple CarPlay e Android Auto. Mas aí a conta já se aproxima dos R$ 60 mil, deixando o Gol fora de sua proposta. Basta lembrar que o Polo 1.6 automático custa R$ 62.690.
Vencedor do prêmio Seleção Motor1.com na categoria de R$ 45 mil a R$ 55 mil, o Etios X segue como o automático mais em conta do mercado - tanto para comprar quanto para manter. Se por um lado ainda usa uma transmissão de apenas 4 marchas (herdada do antigo Corolla), ele traz os importantes controles de tração e estabilidade (ESP) como item de série, algo os rivais não ofertam nem como opcional - o Ka somente na versão Titanium de quase R$ 70 mil.
Para a linha 2019, o pequeno Toyota ganhou grade dianteira preta e lanternas traseiras escurecidas, em mais uma tentativa de melhorar seu visual. Mas, se o estilo é discutível, a mecânica agrada. O motor 1.3 16V é o mais modesto do grupo (98 cv e 13,1 kgfm), mas não compromete no uso urbano, ajudado pelo baixo peso do hatch (único abaixo de 1 tonelada).
Na comparação com os rivais, o Etios tem dinâmica equilibrada, com rodar firme mas ao mesmo tempo confortável (melhor que Gol e Onix). Já o câmbio tem um "buraco" claro entre as marchas: as rotações do motor caem muito nas trocas por conta das relações distantes entre as 4 marchas, o que não ocorre nos rivais de 6 marchas. A caixa do Toyota também não permite mudanças manuais (somente pelo trilho), mas conversa bem com o propulsor na cidade, entregando passagens suaves. Na estrada fica evidente a falta de fôlego do 1.3, enquanto o câmbio procura constantemente a terceira marcha nos aclives, aumentando o consumo (só venceu o Ford na medição rodoviária). Já a média urbana foi a melhor dos quatro.
Por dentro, o Etios está entre os mais espaçosos e ainda tem bancos bastante cômodos, largos e com boa densidade de espuma. Porém, é preciso acostumar-se com o acabamento simplório e com o painel de instrumentos no meio do carro, que apesar das duas vistosas telas TFT coloridas ainda causa certa estranheza e não oferece leitura tão rápida.
Em relação ao recém-lançado Yaris, o Etios tem a suspensão mais rígida e o volante mais lento. A relação de direção é tão longa que prejudica a agilidade nas manobras e no trânsito urbano, além de ter pouca comunicação em altas velocidades. Por outro lado, foram do Toyota os melhores números de frenagem, com 39,6 metros entre os 100 km/h e a parada completa.
Na lista de equipamentos, além do ESP com assistente de partida em rampas, o Etios X tem a exclusividade dos vidros elétricos nas quatro portas e, como no Onix, vem com retrovisores elétricos. Também estão presentes o ar-condicionado, as fixações Isofix e o computador de bordo. Mas somente ele não vem com sistema de som.
O Onix está no momento mais maduro de sua carreira desde que estreou em 2012. Aquela fase em que o carro recebeu diversas melhorias e as principais falhas foram sanadas. É fato: o hatch da GM não se destaca em nenhum aspecto, mas também não é o pior em nada. Uma das últimas novidades do modelo mais vendido do país foi a estreia da versão Advantage, que une o conjunto mecânico dos Onix mais caros a um pacote de equipamentos mais enxuto para deixar o preço, digamos, vantajoso. O Gol chegou mais barato, mas o Onix ainda custa menos que o Ka, mesmo sendo mais equipado.
Como no VW e no Ford, o Chevrolet usa uma transmissão automática de 6 marchas. Ela tem trocas suaves, mas não tão ágeis, priorizando o conforto e a economia de combustível. Não há modo esportivo, porém, sua eletrônica é esperta, fazendo as mudanças nas horas certas. Com as primeiras marchas curtas, ajuda o motor 1.4 8V (106 cv e 13,9 kgfm) a entregar desempenho adequado na cidade. Era suficiente para derrotar o Etios e seu 1.3 16V, mas agora não consegue acompanhar o pique do VW (1.6 16V) nem do Ford (1.5 12V). Ao menos manteve o melhor consumo na estrada, empatado com o Gol.
Entre as melhorias recentes, vale destacar os reforços estruturais que aumentaram a rigidez da carroceria e consequentemente a segurança em impactos laterais. Também o acabamento e a montagem vieram evoluindo ao longo dos anos, com o padrão atual sendo superior ao dos concorrentes aqui reunidos. O painel ficou mais agradável com a iluminação branca da linha 2019, mas o banco ainda é curto e alto para motoristas de maior porte. Espaço e porta-malas estão entre os melhores.
Bom de dirigir, o Onix tem direção ágil e precisa, que conversa bem com a suspensão mais durinha. O preço a se pagar por isso é o comportamento um tanto saltitante em pisos ondulados, embora não seja duro como o Gol. Em termos de equipamentos, ficou faltando oferecer a desejada multimídia MyLink, com tela 7", ainda que opcional - no lugar dela vem de série um rádio AM/FM com Bluetooth e entrada USB. Também já traz ar-condicionado, direção elétrica, retrovisores elétricos e travas e vidros dianteiros elétricos, entre os itens mais importantes.
Nada menos que 87% das vendas do Ka estão concentradas nas versões de entrada com motor 1.0. Agora com a linha 2019 a Ford deseja emplacar também as opções mais completas e, para isso, aposta na união do novo motor 1.5 de 3 cilindros ao câmbio automático de 6 marchas, pela primeira vez num compacto da marca - o Fiesta usa uma transmissão automatizada de dupla embreagem. Mas, ciente de que o público do Ka não tem dinheiro sobrando, a fabricante ofertou a caixa automática desde o acabamento intermediário SE, posicionando o modelo logo acima do Onix Advantage.
Novidade no Ka, o conjunto motor-câmbio é o mesmo usado no EcoSport, porém devidamente ajustado ao hatch. O 1.5 tricilíndrico é o mais potente do quarteto (136 cv) e tem o segundo maior torque (16,1 kgfm), enquanto a transmissão de 6 marchas possui opção de modo esportivo e trocas manuais (por botões na alavanca, como no Onix). O resultado agrada bastante em movimento, com bom entrosamento entre motor e câmbio, entregando respostas espertas e trocas suaves. Quanto à vibração típica dos 3-cilindros, ela é sentida apenas em marcha lenta. Depois "limpa" e o motor funciona liso - apenas o ronquinho de "meio V6" denuncia se tratar de uma configuração diferente dos rivais de 4 cilindros.
Como esperado pela maior potência, o Ka liderou as provas de aceleração (0 a 100 km/h em 11 segundos cravados) e retomadas (80 a 120 km/h em 8,1 s), embora com o Gol muito próximo. A decepção ficou por conta do consumo. Com 1 cilindro a menos e duplo comando variável, entre outras tecnologias, contávamos com marcas melhores do novo 1.5 da Ford. Na cidade, o Ka foi o mais gastão por boa margem (7,4 km/l), e na estrada (11,9 km/l) só superou o Etios, sendo que o Toyota é prejudicado pelas duas marchas a menos.
O Ka volta a se destacar no acerto dinâmico. Com suspensão e direção (elétrica) recalibradas, o compacto da Ford vence no prazer ao dirigir: é firme como o Gol nas curvas sem pular como o Onix em pisos ruins, enquanto a direção une leveza nas manobras com precisão e sensibilidade em velocidades mais altas. Só faltou ir melhor nas frenagens, nas quais dividiu os piores resultados com o Chevrolet.
Assim como aconteceu com o Onix recentemente, o Ka chegou com a carroceria enrijecida na linha 2019, trazendo aços de maior espessura e reforços em pontos vitais para melhorar a segurança em impactos laterais. Também recebeu encostos de cabeça e cinto de três pontos para o quinto ocupante, além das fixações Isofix para assentos infantis. Derrapada da Ford, literalmente, foi deixar o controle de estabilidade de fora das versões intermediárias, bem como os airbags laterais e de cortina - não oferecidos nem como opcionais.
Internamente, o Ka poderia ter mudado mais. Manteve o acabamento pobre, com excesso de plásticos duros e brilhantes, e o quadro de instrumentos simples, que perde até do Gol em termos de beleza e facilidade de leitura. Ao menos o espaço é bom para até quatro adultos, semelhante ao do Onix, porém, com porta-malas um pouco menor (257 litros). Por fora, as alterações foram tão discretas que passaram despercebidas nas ruas.
Itens de série desta versão SE contemplam ar-condicionado, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas e rádio AM/FM com Bluetooth e suporte para celular. Se o orçamento permitir, vale a pena optar pela SE Plus, que por R$ 2,5 mil extras adiciona a multimídia Sync 3 com tela táctil de 6,5" e conexões Apple CarPlay e Android Auto (mais duas entradas USB iluminadas), retrovisores elétricos, sensor de estacionamento, vidros elétricos na traseira e faróis de neblina.
O Gol deve ganhar uma sobrevida com a chegada do câmbio automático e o resgate do motor 1.6 16V, graças aos bons resultados em desempenho e consumo. Mas a idade do projeto fica evidente tanto parado quanto em movimento. O Etios segue como a opção mais barata de se ter um automático, para comprar e manter, mas tem limitações no motor e, principalmente, na transmissão. Já o Onix agrada pelo equilíbrio geral, sem se destacar ou deixar a desejar em nada. Melhor para o Ka, que ganha em performance, dirigibilidade e conforto, apesar do consumo aquém da expectativa.
Colaborou: Leo Fortunatti
Fotos: Divulgação e arquivo Motor1.com
Ford Ka 1.5 | VW Gol 1.6 | Chevrolet Onix 1.4 | Toyota Etios 1.3 | |
MOTOR | dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12 válvulas, 1.497cm3, comando duplo variável, flex | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.598 cm3, comando duplo variável na admissão, flex | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 8 válvulas, 1.389 cm³, comando simples, flex | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.329 cm3, duplo comando variável, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 128/136 cv a 6.500 rpm / 15,6/16,1 kgfm a 4.750 rpm | 110/120 cv a 5.750 rpm / 15,8/16,8 kgfm a 4.000 rpm | 98/106 cv a 6.000 rpm/ 13,0/13,9 kgfm a 4.800 rpm | 88/98 cv a 5.600 rpm / 12,5/13,1 kgfm a 4.000 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de 6 marchas; tração dianteira | automática de 6 marchas; tração dianteira | automática de 6 marchas, tração dianteira | automática de 4 marchas; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira | independente McPhseron na dianteira e eixo de torção na traseira | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | aço aro 15" com pneus 195/55 R15 | liga-leve aro 15" com pneus 195/55 R15 | aço de aro 15" com pneus 185/65 R15 | aço de aro 14" com pneus 175/65 R14 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.108 kg em ordem de marcha | 1.040 kg em ordem de marcha | 1.067 kg em ordem de marcha | 955 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 3.941 mm, largura 1.774 mm, altura 1.525 mm, entre-eixos 2.490 mm | comprimento 3.892 mm, largura 1.656 mm, altura 1.474 mm, entre-eixos 2.467 mm | comprimento de 3.993 mm, largura de 1.705 mm, altura de 1.476 mm, entre-eixos 2.528 mm | comprimento 3.777 mm, largura 1.695 mm, altura 1.510 mm, entre-eixos 2.460 mm |
CAPACIDADES | tanque 51,6 litros; porta-malas 257 litros | tanque 55 litros; porta-malas 285 litros | tanque 54 litros; porta-malas 280 litros | tanque 45 litros; porta-malas 270 litros |
PREÇO | R$ 56.490 | R$ 54.580 | R$ 55.290 | R$ 53.810 |
Medições Motor1.com Brasil | ||||
---|---|---|---|---|
Ka | Gol | Onix | Etios | |
Aceleração | ||||
0 a 60 km/h | 5,0 s | 4,8 s | 5,3 s | 5,9 s |
0 a 80 km/h | 7,6 s | 7,6 s | 8,5 s | 9,0 s |
0 a 100 km/h |
11,0 s |
11,2 s | 12,6 s | 13,6 s |
Retomada | ||||
40 a 100 km/h em S | 8,5 s | 8,7 s | 9,3 s | 11,0 s |
80 a 120 km/h em S | 8,1 s | 8,4 s | 9,8 s | 12,2 s |
Frenagem | ||||
100 km/h a 0 |
43,5 m |
41,1 m | 43,8 m | 39,6 m |
80 km/h a 0 | 27,4 m | 25,5 m | 27,1 m | 25,2 m |
60 km/h a 0 | 15,3 m | 14,0 m | 15,0 m | 14,2 m |
Consumo | ||||
Ciclo cidade | 7,4 km/l | 8,0 km/l | 7,9 km/l | 8,1 km/l |
Ciclo estrada | 11,9 km/l | 12,5 km/l | 12,5 km/l | 11,7 km/l |
Revisões programadas
Ford Ka 1.5 AT | VW Gol 1.6 AT | Chevrolet Onix 1.4 AT | Toyota Etios 1.3 AT | |
10.000 km (1 ano) | R$ 320,00 | R$ 237,87 | R$ 240,00 | R$ 232,44 |
20.000 km (2 anos) |
R$ 400,00 |
R$ 542,07 | R$ 476,00 | R$ 480,00 |
30.000 km (3 anos) | R$ 556,00 | R$ 471,87 | R$ 632,00 | R$ 399,00 |
TOTAL | R$ 1.276,00 | R$ 1.251,81 | R$ 1.348,00 | R$ 1.111,44 |
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